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Há 90 anos, mulheres conquistaram o direito ao voto

Participantes do II Congresso Internacional Feminista no Recreio dos Bandeirantes (RJ): conquista do foto teve muitas protagonistas - Acervo Arquivo Nacional
Participantes do II Congresso Internacional Feminista no Recreio dos Bandeirantes (RJ): conquista do foto teve muitas protagonistas Imagem: Acervo Arquivo Nacional

Júlia Flores

De Universa

25/02/2022 07h00

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Graças ao Código Eleitoral promulgado em 24 de fevereiro de 1932, o voto feminino foi legalizado no Brasil. Até então, a medida era encarada como "absurda" e contrária à família.

"Não é natural, não é equitativo, não é justo [...] O homem até hoje reservou generosamente para si o mais pesado dos deveres cívicos", disse o senador Tomás Rodrigues em 1927, durante os debates sobre o projeto de lei 102, que previa extensão do voto para mulheres.

Cinco anos depois, a decisão que sancionou a mudança eleitoral foi assinada pelo então presidente Getúlio Vargas. Na news dessa semana, falamos sobre a medida e traçamos perfis das ativistas importantes para a decisão:

- Em matéria especial sobre a data, Universa conversou com a cientista social Ana Prestes, que destacou o papel de entidades femininas (como a Federação Brasileira pelo Progresso Feminino, fundada há cem anos e com a cientista Bertha Lutz à frente) para a legalização do voto. "A história, às vezes, é contada como se Getúlio Vargas tivesse assumido a presidência e, então, as mulheres ganharam o voto. Não é verdade", pontuou. Entenda melhor.

- Afinal de contas, quem foi Bertha Luz? Formada em ciências naturais na França e em direito no Brasil, Bertha foi pesquisadora do Museu Nacional do Rio de Janeiro, especializou-se em anfíbios. Sua atuação inspirou a nomeação de uma espécie de perereca - a Aplastodiscus lutzorum - e de raia, a Hypanus berthalutzea. Mas foi no feminismo e na educação brasileira que Bertha mais se destacou. Nesta matéria de Universa, você pode ler um perfil da ativista.

- Outra personagem importante para a história das brasileiras na política foi Leolinda de Figueiredo Daltro. Professora, sufragista, indigenista e feminista, ela criou o Partido Republicano Feminino, primeiro destinado a mulheres. Por causa de sua forte atuação social, recebeu apelido de "mulher do diabo", "louca de hospício" e "anticristo"; veja.

- De 1932 para cá, o que mudou? Em um ano eleitoral extremamente importante para o Brasil, Andrea Dip, nossa colunista, entrevistou a pesquisadora Izabel Belloc, advogada e mestra em Gênero e Políticas, sobre cotas para mulheres nos fundos partidários, representatividade e violência política. Para a ativista, o homem branco, cisgênero, heterossexual e sem deficiências continua ocupando os cargos de privilégio e isso precisa mudar.

- Pelo menos na Colômbia um passo no sentido da mudança já foi dado: na última semana, o país legalizou o aborto casos de até 24 semanas de gestação. Repercutimos a novidade.

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