51% das brasileiras apoiam feminismo; 23% da população vê prejuízo em luta
Uma pesquisa global feita em virtude do Dia Internacional da Mulher, 8 de março, mostrou que 51% das brasileiras se consideram feministas, ou seja, defendem a igualdade de gênero e lutam por pautas como o fim da violência contra mulher e de outras opressões causadas pelo machismo.
A mesma empresa que fez a pesquisa, a Ipsos, no entanto, chegou a um resultado que mostra como a sociedade nem sempre entende por que a luta das mulheres é importante: ao perguntar se o "feminismo faz mais mal do que bem à sociedade" para os entrevistados, 23% deles consideram que o movimento traz mais prejuízos que benefícios.
O levantamento foi feito em 30 países, englobando mais de 20 mil entrevistados pela internet, homens e mulheres. Segundo a empresa, aumentou em geral o número de pessoas que se declaram feministas em comparação a mesma pesquisa feita em 2019, "mas apenas duas em cada cinco (40%) se definem como tal em 2022". Globalmente, tem mais mulheres feministas do que homens que apoiam a causa (47% versus 32%).
Feministas e a percepção da luta
Com diversas pautas e formas diferentes de reivindicar a igualdade de gêneros, os feminismos brasileiros atuam em consonância na luta pelo fim dos problemas que se replicam, infelizmente, em diferentes partes do mundo; a pesquisa mostrou que, para os entrevistados, as questões mais urgentes são assédio sexual (29%), violência sexual (25%) e abuso doméstico (23%).
As dificuldades no mercado de trabalho também fizeram parte do escopo do estudo; segundo Ipsos, uma em cada três pessoas (35%) em todo o mundo acredita que as responsabilidades de cuidar dos filhos podem prejudicar a carreira de uma mulher mais do que a de um homem. As mulheres, claro, sentem na pele essa discrepância: uma em cada três afirmou que essa questão impactou suas carreiras.
O "feminismo" incomoda?
Para a relações-públicas da Ipsos no Brasil, Priscilla Branco, o fato de mais gente falar sobre feminismo tem um impacto positivo no avanço das conquistas das mulheres. Mas explica que o termo é "controverso" para algumas pessoas.
"Muitas das discussões acabam caindo num contexto de polarização. O termo em si ainda é controverso para muitas pessoas, mesmo para algumas que se dizem progressistas. Nós avançamos na luta pela igualdade, mas ainda há um caminho a percorrer", comenta.
"Ainda que seja uma minoria, ter cerca de um quarto da população acreditando que o feminismo traz mais prejuízos que benefícios é preocupante, ainda mais em um país como o Brasil, que registra tristemente números horríveis em relação à violência contra mulheres".
O feminismo trava uma batalha para que os direitos das mulheres não sejam ameaçados. Há várias vertentes e assuntos tratados: violência doméstica, estereótipos de gênero, dificuldade de acesso à educação, desigualdade salarial e sexualização de meninas e mulheres.
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