Veto a absorventes será votado hoje. 'Bolsonaro não se importa', diz Arraes
A Câmara dos Deputados deve decidir, na tarde de hoje, se aceita ou derruba o veto do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao projeto de lei da deputada Marília Arraes (PT-PE) que garante a distribuição gratuita de absorvente a pessoas em situação de vulnerabilidade, que não têm acesso a produtos de higiene.
Em entrevista a Universa, concedida horas antes do início da votação, a parlamentar disse que deputadas estão mobilizadas e que tem grandes expectativas de que o projeto vá adiante.
"A expectativa é que a gente consiga sim derrubar esse veto. As mulheres na Câmara estão mobilizadas para isso independente de coloração partidária, elas estão mobilizando seus partidos e diferentes bancadas estão conscientes de que isso é importante", disse.
Apesar de ter vetado a proposta aprovado por unanimidade no Congresso, Bolsonaro assinou, há três dias, um decreto liberando a distribuição de absorventes — manobra que Marília critica:
"Bolsonaro não se importa com a situação das mulheres, muito menos das mulheres pobres. O decreto que ele emitiu não diz nada de concreto. Cita o assunto, mas não diz quantas e quais mulheres vão ser beneficiadas, a fonte orçamentária, quanto vai custar. Foi uma tentativa de amenizar as trapalhadas que ele [Bolsonaro] e a equipe dele fizeram depois do veto ao projeto".
"A proposta não foi aprovada por unanimidade por acaso, a gente fez uma discussão muito ampla com os partidos, afunilou o público atendido de acordo com o orçamento disponível, foi tudo feito com muita responsabilidade para o presidente faz disso uma disputa politica", disse.
Pobreza menstrual no Brasil
O veto de Bolsonaro jogou luz sobre a pobreza menstrual, que atinge quase 30% das pessoas que menstruam no país.
"Foi muito importante, abriu os olhos para um problema que é comum na vida de muitas pessoas. Estudantes, mulheres trabalhadoras, mães chefes de família, que não vão deixar de comprar comida para seus filhos para comprar absorvente para ela, vai se virar como pode".
Segundo uma pesquisa de 2018 da marca Sempre Livre, 22% das brasileiras de 12 a 14 anos não têm acesso a produtos de higiene específicos para o período menstrual, número que sobe para 26% na faixa de 15 a 17 anos.
"Isso gera muita desigualdade entre homens e mulheres, entre meninos e meninas", alerta a deputada. É fato: dados mostram que a dificuldade do acesso a produtos de higiene adequados afetam especialmente meninas negras, impactam na educação delas e estão relacionados até à gravidez precoce.
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