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Vítima de racismo, Sarah Fonseca diz que denunciou 'para encorajar outros'

Sarah Fonseca, empresária, influenciadora e ex-De Férias Com o Ex - Reprodução/Instagram
Sarah Fonseca, empresária, influenciadora e ex-De Férias Com o Ex Imagem: Reprodução/Instagram

Mariana Gonzalez

De Universa, em São Paulo

11/03/2022 16h54

"Se fosse uma pessoa branca, ele jamais teria me abordado", fala a Universa a influenciadora Sarah Fonseca, ex-participante do reality De Férias Com o Ex. Na última terça-feira (8), ela foi vítima de racismo do segurança de uma padaria no Rio de Janeiro - e, apesar de se sentir "humilhada", ela conseguiu reagir, filmando tudo e denunciando a ação na Decradi (Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância).

"Espero encorajar pessoas a fazerem o mesmo quando sofrerem racismo, porque isso acontece todos os dias, que é a nossa realidade, não importa se sou influenciadora, empresária, professora, dentista, atriz".

Sarah passou os últimos dias "agoniada" e que se pergunta como recomeçar depois do que aconteceu.

"Me sinto desmotivada. Tudo que eu precisava fazer já foi feito, mas esses processos sempre demoram e eu preciso voltar a ser a Sarah de antes. Preciso trabalhar, seguir em frente. Isso está me deixando um pouco agoniada, mas espero que essa sensação vá embora logo". Apesar do desgaste, ela aconselha: "Denunciem!"

Entenda o caso

Tudo começou quando ela foi até à Baked Padaria, em Ipanema, zona sul do Rio de Janeiro, para encontrar o namorado, que estava tomando café no local com a mãe e o marido dela, todos alemães. Ao se aproximar, Sarah foi abordada de forma ríspida por um segurança, que a expulsou do local.

"Cheguei perto do meu namorado e mal consegui falar que esqueci a chave do nosso apartamento com ele, porque o segurança me abordou indicando que eu saísse, como se eu estivesse importunando ou pedindo dinheiro para eles, lembra. "Tudo aconteceu muito rápido. Me senti tão humilhada, fiquei nervosa e começamos a discutir. A postura dele continuou ríspida e foi isso que me fez querer filmar".

Além de gravar imagens do local e do homem que a teria agredido, Sarah foi até a Decradi para prestar queixa por injúria racial. Ela conta que já sofreu racismo incontáveis vezes, "sendo seguida em shopping, recebendo propostas de trabalho com valores abaixo do oferecido a colegas brancas", mas que só agora conseguiu reagir.

"Eu não conseguia acreditar no que estava acontecendo. E, depois de tanto ficar calada em várias situações de racismo na vida, dessa vez eu tive forças para fazer alguma coisa. Denunciar, registrar", fala.

Outro lado

Em nota publicada nas redes sociais, a Baked Padaria alegou que o funcionário que aparece nas filmagens de Sarah é um "prestador de serviços do bairro" e não um funcionário contratado.

No texto, a empresa diz que oferece apoio a Sarah e que se coloca à disposição para ajudar nas investigações, com testemunhas e vídeos das câmeras de segurança.

"Lamentamos muito que um ato como esse possa ter acontecido, principalmente em nossa loja, e reiteramos que tal postura é totalmente contrária aos valores da empresa. A Baked repudia toda e qualquer discriminação", escreveu a padaria.