Juliana Nalú: quem é a modelo 'cria da favela' que conquistou Kanye West
Imagine ser convidada para a festa de uma Kardashian, conhecer um de seus maiores ídolos e, de quebra, receber dele um convite de trabalho? Foi exatamente o que aconteceu com a modelo brasileira Juliana Nalú, de 22 anos, que há três vive em Los Angeles.
Ela foi criada no Complexo do Chapadão, no Rio de Janeiro, e começou a carreira há apenas quatro anos, quando venceu um concurso do "Caldeirão do Huck", na Globo, para descobrir new faces nas comunidades do Rio. Na semana passada, ela foi a uma festa de Kendall Jenner e, lá, foi abordada por Kanye West.
"Sempre andei com uma galera bem interessante, modelos influentes. Eu já conhecia a Kendall e a Kylie também, de festas, de shows. Dessa vez, era uma festa bem privada", lembra. "Quando eu estava saindo do banheiro, Kanye me puxou pela mão, e falou: 'Amei seu look'. Me apresentei e ele pediu que eu deixasse meu número com a assistente dele, porque a gente ia conversar sobre trabalhar para a Yeezy [marca de roupas do rapper]".
Na ocasião, ela usava um look todo preto: cropped, short de couro e botas de cano alto. "Literalmente botei um cropped e reagi", brinca.
"Admiro o Kanye desde sempre, ele é muito importante na cultura negra, é um ser de muita representatividade pra gente, me inspira muito. Foi gratificante ver o reconhecimento dele com o meu trabalho. Me deixa realmente muito feliz. Eu sou conhecida aqui, mas vir do Kanye realmente mexeu comigo", conta.
Desde então, Juliana tem mantido contato com a secretária de Kanye, organizando detalhes para ser modelo na próxima campanha da Yeezy.
'Sou do Rio, da favela, e tenho muito orgulho disso'
Desde os 18 anos, quando venceu o concurso na Globo, Juliana estudou artes cênicas e trabalhou em lugares como Londres, Barcelona e Grécia. Agora, sonha em abrir espaço para outras jovens como ela, do Complexo do Chapadão, que almejam a vida de modelo."Quero começar esse projeto na comunidade de onde eu vim para dar as oportunidades que eu não tive, que teriam me ajudado chegar onde eu cheguei ainda mais rápido —um curso de inglês, um lugar que ajude a desenvolver a criatividade", explica.
E continua: "O que aconteceu comigo foi um em um milhão. E muitas meninas lá têm talento mas não têm acesso. Quero empoderar essas jovens. Sou cria da favela. Essa é uma forma de devolver para o Chapadão tudo que a favela me deu".
"Tenho muito orgulho de ter vindo da favela. Sempre que me perguntam de onde eu sou, respondo: 'Sou do Rio de Janeiro, da favela'. Conheço lugares maravilhosos, mas nenhum lugar do mundo é como o Rio."
"É muito importante a gente chegar a lugares grandes, de destaque, bater no peito e falar: 'Sou da favela', para mostrar que o que vem da favela é bom. Os jovens que estão lá precisam saber disso, que eles podem virar notícia boa, e não só sobre violência. Que a gente pode estar numa revista, num jornal, falando sobre a nossa arte."
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