Natalia Timerman: 'O ghosting torna o fim mais difícil de elaborar'
Fenômeno recorrente nos relacionamentos modernos mediados por aplicativos e redes sociais, o "ghosting" foi tema do podcast Sexoterapia, que foi ao ar nesta quarta-feira (16). O termo é utilizado para casos onde uma pessoa está num relacionamento e some sem dar explicações, sem deixar claro para o outro o motivo do afastamento. A escritora Natalia Timerman foi a convidada da semana, e falou da sua própria experiência com esse tipo de rejeição, que também deu origem ao seu livro "Copo vazio".
Segundo Natalia, a dor provocada pelo ghosting pode trazer à tona questões relacionadas ao medo do abandono e do próprio vazio. "É um vazio que não só temos, como somos. A gente não é completo, a gente é como se fosse oco. E esse vazio não é algo que a gente tem que preencher. Inclusive, é desse vazio que nasce o desejo, que a gente se mobiliza. Então, não é nada patológico, mas pode se tornar problemático quando é muito difícil lidar", afirma. (a partir de 04:09 no vídeo acima)
A Ana Canosa concorda: "nem sempre o tamanho da dor, tem relação com a pessoa que desapareceu". O importante é refletir sobre como a experiência de estar sozinho nos afeta. "A nossa condição de solitude já nos é dada, nós somos sozinhos, independente se a gente está com alguém ou não. É muito mais o olhar que eu tenho para essa experiência de solitude e o que isso me afeta", afirma. (a partir de 21:13)
Natalia, que também é psiquiatra, explicou que o sumiço repentino também torna mais difícil elaborar o fim de um relacionamento, que normalmente já representa um desafio. "É uma dor tão física, que tem estudos que dizem que melhora com analgésico. É uma dor concreta". (a partir de 13:21)
Ainda, existe o peso cultural dos relacionamentos para as mulheres, que também contribui para a construção desse tipo de ferida emocional. "O peso de estar numa relação, para as mulheres, é muito maior do que para os homens. Essa carga social, é quase que como se, sem isso, a mulher fosse menos. Isso é um resquício de como as coisas eram há 200 anos: a necessidade do casamento, a ascensão social", afirma a autora. (a partir de 14:54)
O Sexoterapia pode ser acompanhado ao vivo, todas as quartas-feiras, às 19h30, na página principal do UOL, no Youtube de Universa e no Tik Tok de Universa —na sequência, a versão em áudio estará disponível também nas plataformas de podcast. Nesta 9ª temporada, o foco está nas convidadas: a cada programa receberemos uma nova famosa para uma conversa sobre sexualidade e relacionamentos.
Os podcasts de UOL estão disponíveis em uol.com.br/podcasts e em todas as plataformas de distribuição de áudio. Você pode ouvir Sexoterapia em plataformas como Spotify, Apple Podcasts, Google Podcasts, Amazon Music, Youtube e TikTok —nestes dois últimos, também em vídeo.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.