Autora dos livros 'Bridgerton': 'Nunca escolheria viver naquela época'
A segunda temporada de "Bridgerton" mal estreou na Netflix e os fãs já não falam de outro assunto na internet. Desde que os novos episódios foram lançados, na última sexta-feira (25/3), comentários sobre o romance entre Anthony e Kate entraram na lista dos assuntos mais comentados online. E não é para menos: com mais de 15 milhões de exemplares vendidos no mundo (e destes, mais de dois milhões no Brasil), o público estava ansioso.
Universa conversou com Julia Quinn, autora dos livros que inspiraram a criação da série na plataforma de streaming, sobre o universo "Bridgerton", feminismo e, claro, quando chega a terceira temporada.
UNIVERSA - O que podemos esperar desta nova temporada, baseada no seu segundo livro?
Julia Quinn - O legal de !Bridgerton" é que os espectadores têm um romance novo a cada temporada, ambientado no mesmo mundo familiar que todos nós amamos. Então, agora, em vez do namoro falso de Simon e Daphne, temos o arco da história de inimigos para amantes de Anthony e Kate. Não há duas histórias de amor iguais, então também não há duas temporadas iguais.
Você ainda sente o mesmo nervosismo com esse lançamento como teve na primeira temporada? Há pressão para agradar o público da mesma forma?
Sim, é tão emocionante quanto era no começo. Talvez, por não ser parte direta da equipe de produção, não me sinto pressionada para igualar o público da primeira temporada. Mas espero que seja assim.
Você imaginou que Bridgerton se tornaria tão grande quando começou a escrever a série?
Jamais. Essa, foi a primeira vez que qualquer um dos meus livros foi escolhido para uma obra audiovisual. Hollywood, tradicionalmente, nunca olhou para romances históricos como fonte de material, então nunca me ocorreu que meus livros poderiam acabar na televisão. Mas quando a Netflix começou a produção, eu sabia que meus leitores iriam adorar, só não tinha ideia de que faria tanto sucesso. A Netflix é uma potência global.
Os leitores dos meus livros aumentaram, não apenas nos EUA, mas em todo o mundo.
Alguma novidade sobre a terceira temporada? Ainda será lançada este ano?
Sinceramente, não sei muito sobre isso. E se eu soubesse, não teria permissão para pra te contar. Só não acho que será lançada neste ano. Estou esperançosa para 2023.
A trama acontece em uma época em que as mulheres não tinham escolha, nem voz. E, no entanto, são muito empoderadas. O que te inspirou a fazer isso?
Vem de quem eu sou. Eu me considero feminista, então acho natural que esses temas apareçam nos meus livros.
Se você pudesse viver naquela época, o que mudaria para a vida das mulheres? Poder estudar, escolher um marido, votar?
Em primeiro lugar, eu nunca escolheria viver naquela época. Como uma grande defensora da ciência e da medicina moderna, não gostaria de viver na época anterior aos antibióticos e vacinas. Também ficaria extremamente brava por não poder votar, escolher meu próprio marido ou estudar na universidade. Então, acho que eu mudaria quase tudo.
A série da Netflix mudou sua vida como escritora?
Completamente. É incrível como meus livros alcançaram tantos novos leitores. Agora você encontra maquiagem "Bridgerton", chá "Bridgerton", e até sapatos "Bridgerton" --que usei na estreia na série.
Muitos protagonistas da série são negros, embora saibamos que na época eles não teriam esse papel devido ao racismo. Essa também é parte de uma crítica social que você coloca sutilmente na história?
Acho que Shonda Rhimes, junto com o produtor executivo Chris Van Dusen, fizeram um ótimo trabalho ao criar um projeto inclusivo. Não consigo expressar o quanto sou grata. Posso usar minha imaginação e minhas experiências vividas quando escrevo um livro, mas no final, sou apenas uma pessoa. A natureza colaborativa da televisão fez com que a equipe criativa de Shondaland [produtora de Shonda] pudesse pegar minha ideia e expandi-la para um mundo mais colorido. E, realmente, o que eles criaram foi brilhante. Amo que eles pegaram pedacinho de discussão histórica --o fato de que muitos historiadores acreditam que a rainha Charlotte era mestiça --e construíram o mundo Bridgerton a partir daí.
Os criadores do programa fizeram as perguntas: "E se tivesse sido aceito que a rainha era negra? E se ela tivesse usado sua posição para elevar outras pessoas de cor à aristocracia? Como seria a sociedade então?" Sabemos a resposta porque pudemos assistir ao resultado. Foi glorioso.
Entre todas as suas séries, você poderia escolher um personagem/livro favorito?
Nunca. Mas direi que quero ser Lady Danbury [uma das mulheres mais influentes da aristocracia londrina dentro da história] quando crescer.
Sobre os livros, você tem trabalhado em algo novo?
Meu próximo projeto é uma graphic novel. Chama-se "Miss Butterworth and the Mad Baron" ("Senhorita Butterworth e o Barão Louco", em tradução livre) e estou feliz que será publicado no Brasil. Foi ilustrado pela minha falecida irmã mais nova Violet Charles, então é muito especial para mim.
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