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Candidíase de repetição: entenda a doença e saiba como tratar

Rafaela Polo

De Universa, de São Paulo

30/03/2022 04h00

Coceira, corrimento intenso, vermelhidão? Nada disso é normal acontecer em sua vagina, mas se esses sintomas estão te acompanhando é provável que você tenha candidíase.

Apesar do desconforto, essa não é uma doença grave e pode ser tratada com o tratamento médico correto. Universa conversou com especialistas para entender em detalhes como é possível tratar e prevenir a doença.

O que é candidíase?

"É uma doença causada pela candida albicans, um fungo, que está presente na vagina da mulher naturalmente", diz a ginecologista Lilian Fiorelli, especialista em sexualidade feminina. O problema se dá de acordo com a quantidade de candida presente na região. Se por alguma alteração do pH da vagina o número subir, pode gerar uma infecção.

"A mulher já tem a candida em seu corpo, mas a quantidade é normalmente muito pequena, o que não causa nenhum sintoma. Qual acontece uma alteração na região vaginal podemos uma proliferação exagerada do candida, fazendo o que a mulher possa desenvolver os sintomas que são bastante exuberantes", diz o ginecologista Fernando Prado.

Candidíase é uma IST?

A candidíase não é uma IST (infecção sexualmente transmissível) e, apesar de menos comum, é possível contraí-la no sexo. "Pode ser, sim, adquirida por relação sexual quando o parceiro está contaminado. A mulher pode transferir para o homem e vice-versa. Por isso, quando a mulher é diagnosticada, o importante é tratar o casal, eliminando a origem da infecção pelo fungo e evitando a retransmissão", diz Fernando.

Como pega candidíase?

Mesmo aquelas que não têm uma vida sexual ativa podem ter a doença. "Muitas vezes não vamos saber como pegamos. A candida gosta de crescer em lugares quentes, úmidos e escuros, assim como a região íntima, por isso, o uso excessivo de biquíni molhado no verão pode ser um agravante", diz Lilian.

Mas fatores como alimentação e uso de remédios também podem impactar o pH vaginal e possibilitar o desenvolvimento da doença. "Por exemplo, se diminuir a população de lactobacilos da flora vaginal, aumenta a chance de uma infecção. E isso pode acontecer de acordo com a alimentação, como a baixa ingestão de probióticos", diz Lilian. Até mesmo uma alimentação rica em carboidratos pode piorar esse cenário. Se estiver tomando um antibiótico, por exemplo, o remédio pode matar a bactéria da doença e algumas importantes para a saúde da vagina.

Até mesmo a menstruação pode interferir no pH vaginal e facilitar o surgimento da candidíase. Por isso, é sempre importante deixar claro para o seu ginecologista caso sinta alguns dos sintomas.

Toda mulher pode ter?

Sim, toda mulher pode ter. Basta que ela tenha o pH da vagina alterado para facilitar a produção de candida e estar propensa a uma infecção. "Inclusive é bastante comum que aconteça essa infecção e os sintomas são desagradáveis, principalmente pela coceira que incomoda bastante. Sem contar o corrimento esbranquiçado que pode deixar algum odor desagradável, manchar a roupa íntima e a sensação desagradável de sua eliminação", diz Fernando.

É possível fazer uma prevenção?

Para que você tenha sucesso combatendo a candidíase não basta tratar o fungo, é necessário saber o que levou a alteração de pH na região vaginal. "Sabendo quais são os fatores de risco, é possível prevenir a doença. Por exemplo, se sabe que você tem no verão, leve dois biquínis para fazer a troca na praia. Se geralmente é próximo da menstruação, é legal conversar com o médico sobre algum tratamento hormonal para melhorar a flora vaginal", destaca Lilian. Até mesmo nas roupas do nosso dia a dia temos que prestar atenção. "O ideal é não usar roupa íntima sintética, que pode causar uma alergia e tornar a região propícia para o desenvolvimento do fungo. O ideal é que tenha pelo menos o forro de algodão", diz Fernando.

Como é feito o tratamento?

Há diversas maneiras de tratar a candidíase. A escolha do seu médico depende exclusivamente de seu caso. "Pode ser com antifúngico local, creme vaginal ou por via oral", diz Lilian.