Trisal de Londrina espera 1º bebê e dividirá cuidados: 'Família com amor'
"Somos uma família normal, com muito amor. Não é só p******". Assim define a arquiteta Maria Carolina Rizola, 30, que faz parte de um trisal há seis meses em Londrina (PR), com um detalhe em especial: eles esperam um bebê, que vão criar coletivamente.
Maria Carolina é casada há três anos e meio com o bombeiro Douglas Queiroz, 33. O casal está junto há dez anos e desde então, não imaginava ter uma terceira pessoa no relacionamento, a consultora comercial Klayse Marques, 34.
"Nós dois resolvemos ter outras experiências, mas sempre juntos. A gente tinha essa curiosidade. Foi aí que, no meio desse caminho, conhecemos a Kah [Klayse] por um aplicativo e saímos. Se apaixonar não era a nossa opção, porém aconteceu. Depois disso começamos a nos relacionar. Não temos ciúmes, temos muita confiança entre todos e muito amor", conta a Universa Maria Carolina.
O trisal começou em setembro do ano passado. Um mês depois, a nova família resolveu criar uma página no Instagram. O perfil @meutrisal tem pouco mais de cinco mil seguidores. Nele, a família publica fotos do cotidiano e tira dúvidas de seguidores.
"O nosso relacionamento era aquele tradicional brasileiro. Um casal perfeito, de novela. A minha família foi a que menos gostou da novidade, principalmente porque sempre fui a filha certinha. A gente sempre recebe algumas críticas, mas, se ponderar, 99% das opiniões são positivas", avalia Maria Carolina.
Logo após assumir o trisal, a arquiteta engravidou. Ela está no quinto mês da gestação e espera um menino. Os cuidados com a maternidade são divididos com Klayse, que espera, futuramente, também ser mãe.
"Eu era muito careta, mas tudo valeu a pena e estou muito feliz. Por muitos anos, achei que não queria ter filhos. Muita coisa mudou e por acompanhar a gravidez da Carol mais de perto, pensamos em ter mais filhos daqui pra frente", diz Klayve.
Para Douglas, o apoio dos colegas de profissão foi fundamental.
"As pessoas falam: 'Nossa, você é muito foda', 'Sempre vai ter dor de cabeça, com duas mulheres com TPM'. Eu não encaro dessa forma. Não foi nada forçado e o relacionamento partiu de todos os lados. Sou privilegiado e agora o presente sempre tem que ser dobrado", brinca.
Com a divulgação do trisal, eles esperam que outras pessoas se encorajem e assumam novos relacionamentos não-monogâmicos.
"A sociedade é muito hipócrita e preconceituosa. É compreensível o medo das pessoas. A vida é muito curta. As pessoas têm que se arriscar e se libertar. Ninguém cuida da minha vida. Ninguém me manda um Pix ou uma viagem para a Disney", finaliza Klayse sobre as críticas que o trisal recebe.
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