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No que o Dia Internacional da Visibilidade Trans e a festa do BBB combinam?

Lina escolheu o tema de ballroom para a sua festa do líder  - Reprodução/Globoplay
Lina escolheu o tema de ballroom para a sua festa do líder Imagem: Reprodução/Globoplay

Rafaela Polo

de Universa, São Paulo

31/03/2022 15h16

Segunda mulher transexual a entrar no Big Brother Brasil, a festa do líder da Linn da Quebrada coincidiu com uma data bem importante para a comunidade: o Dia Internacional da Visibilidade Trans, criada para aumentar a busca pela conscientização e tentar diminuir o preconceito.

O tema escolhido por Lina para festa que começou na noite de quarta (30) e se estendeu até a madrugada desta quinta (31), chamada House of Quebrada, foi ballroom. Quem acompanha o reality desde o princípio deve se lembrar que a cantora teve uma conversa com a Jade sobre gostar mais de baladas underground - e os ballrooms têm essas origens. Esse tipo de festa surgiu como uma forma de protesto e foi criada por Crystal LaBeija, uma mulher trans e negra que queria um lugar livre para que a comunidade LGBTQIA+ pudesse se expressar.

São locais glamourosos onde o estilo de dança é o famoso vogue, que ganhou mais visibilidade com o famoso hit da Madonna. Nas baladas, acontecem disputas de performances, geralmente realizadas por drag queens.

Não há reconhecimento

Em 2022, o IBGE passará a divulgar pela primeira vez dados sobre a orientação sexual da população. Até então, as pessoas que se encaixavam na sigla LGBTQIA+ eram invisíveis ao senso. A decisão aconteceu após o órgão ter sido acionado pelo Ministério Público Federal com questionamentos sobre a ausência de perguntas para a comunidade gay no questionário.

Em comunicado oficial no site, o IBGE disse que irá "divulgar no dia 25 de maio de 2022 indicadores referentes à orientação sexual autodeclarada. Esses indicadores foram levantados no Módulo Atividade Sexual inserido na Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), realizada em 2019, em parceria com o Ministério da Saúde". Eles alegam que "o Censo Demográfico, feito de 10 em 10 anos, não é a pesquisa adequada para sondagem ou investigação de identidade de gênero e orientação sexual".

Em 2021, 140 pessoas transsexuais foram assassinadas no Brasil. O número está acima da média, que é de 123,8 mortes, levando em consideração números levantados desde 2008. Isso faz com que o Brasil seja, pelo décimo terceiro ano consecutivo, o país onde mais se mata pessoas transsexuais em todo o mundo. Esses dados foram coletados pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra).