'Sem graça?' Após crítica, ela viralizou com penteados para cabelo crespo
A modelo, atriz e dançarina Bea Lopes, de 23 anos, usa a internet há pelo menos dois anos para dicas à mulheres que, como ela, tem cabelo crespo. Bea dá dicas de como cuidar dos fios, finalizar e fazer diferentes penteados. Mas, na semana passada, um vídeo em especial viralizou.
Nele, ela responde a um comentário que chamava seu cabelo 4C de "sem graça" mostrando verdadeiras obras de arte que faz com os fios: uma versão quadrada, outra divida ao meio e até uma flor. "Seu cabelo faz isso?", pergunta, no vídeo que já teve cerca 1,8 milhão de visualizações.
Em entrevista a Universa, a jovem, que diz ser "militante do cabelo 4C", disse que só virou influenciadora para mostrar a beleza dos fios crespos, contou detalhes de seu processo de transição capilar, e brincou: "Cabelo agora tem que ter graça? É palhaço para fazer piadas?"
"Quando recebi essa mensagem [que dizia que seu cabelo era 'sem graça'], pensei: 'Gente, mas meu cabelo é lindo, como pode?'", lembra, em entrevista a Universa. "Decidi fazer essa brincadeira de criar esculturas com o cabelo, para mostrar para meninas como eu que nosso cabelo é versátil, que pode ter muitas formas. Que o cabelo que não é definido pode ser tão bonito quanto o que não é não definido".
O vídeo, que foi publicado na última terça-feira (5), acumulava até a tarde deste domingo (1), 1,8 milhão de visualizações. Bea ganhou mais de 20 mil novos seguidores e agora soma 107 mil pessoas que a seguem só no Instagram.
Desde então, ela publicou outros dois vídeos fazendo obras de arte com o cabelo e conta que se deparou com algumas seguidoras tentando reproduzir as formas que ela faz: "Isso é muito emocionante porque a pessoa para de odiar o cabelo e começa a rir, brincar com ele, ver beleza".
"Como escondi meu cabelo por tanto tempo?"
Bea Lopes contou, a Universa, detalhes de seu processo de transição capilar, desde o alisamento que machucava seu couro cabeludo, até ver os primeiros cachos se formando. Leia o relato dela:
"Eu cresci achando que meu cabelo não tinha muito jeito, que a única solução era alisar, mas isso acontecia porque não existiam produtos para ele, não tinha quem ensinasse a cuidar. Tudo isso é muito recente.
Eu estava de saco cheio de passar relaxante no cabelo, fazer alisamento. Isso machucava minha raiz, eu odiava ficar horas no salão e a química maltrata muito o cabelo.
Durante a transição, fui vendo meu cabelo crescer e fui me apaixonando por cada pedacinho.
Quando eu passei o creme certo e meu cabelo enrolou — porque o crespo é um cacho bem miudinho —, falei: 'Vó, vem ver isso, olha meu cabelo, ele faz cachinho'. Meus olhos encheram de lágrimas.
Pensei: 'Como meu cabelo é lindo! Como eu escondi isso por tanto tempo? Aos 18 anos foi a primeira vez que eu vi cabelo de verdade. Foi uma coisa incrível.
O cabelo pode ser uma coisa boba, mas, para a mulher, principalmente para a mulher negra, é uma forma muito importante de expressão.
Muitas meninas, quando vão fazer transição, esperam aqueles cachos definidos, mas têm o cabelo 4C, que é crespo, não faz cacho, mas não é menos bonito. O que eu digo é: 'Faça transição para ter o seu cabelo, não o cabelo da propaganda'".
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