Autora de 'A Troca' fala de parceria com Steven Spielberg: 'Só emoção'

Se você gosta de romances com personagens femininos precisa —ou já deve— conhecer a Beth O'Leary. A autora inglesa se tornou presença constante na lista dos mais vendidos do mundo logo com seu primeiro lançamento. Seu último livro a desembarcar no Brasil é o "Na estrada com o ex" (Intrínseca), que, como o título já indica, coloca um casal que já tinha terminado seu relacionamento no mesmo carro a caminho de um casamento, após um pequeno acidente.

Beth é um dos novos fenômeno de vendas. Só no Brasil, ela já vendeu mais de 270 mil exemplares. "Recebo tantas mensagens lindas dos meus leitores do Brasil. Adoro saber o quanto eles se conectaram aos meus livros. Significa muito pra mim", diz Beth, em entrevista a Universa.

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Mesmo com as críticas positivas elevando seu nome e a comparando com Jojo Moyes e Marian Keys - suas grandes inspirações no gênero de romance -, para Beth é muito impactante ver seu nome na lista dos mais vendidos. "É incrível. Para mim, parece tudo tão novo que fico perplexa e impressionada em ver meu nome lá. Sou muito grata a todos os meus leitores em todo o mundo", diz.

Das páginas para as telas

Antes mesmo de lançar seu primeiro livro, Beth já tinha vendido os direitos de "Um Teto para Dois" para uma série de TV - que foi comprada pela Paramount+. "É maravilhoso finalmente poder compartilhar as notícias com os leitores. Não estou envolvida na adaptação - pra mim, seria muito difícil. Escrever roteiros é uma habilidade tão diferente. Queria que alguém viesse para a história com novos olhos e trouxesse sua própria interpretação", conta. O que é mais legal ainda sobre a história é que ela é baseada na própria vida de Beth.

Na trama, Tiffy está procurando um apartamento para sair da casa do ex - sim, ela ainda estava com ele. Com pouca grana, as opções eram escassas. Mas acabou conseguindo um aluguel onde ela dividiria a mesma cama com outro cara, que costumava trabalhar à noite.

Ela se inspirou em detalhes da própria vida para compor a história. "Eu morava com meu namorado, que agora é meu marido, enquanto ele era um médico recém-formado fazendo muitos turnos noturnos. Às vezes, nunca estávamos em casa ao mesmo tempo - quando eu saía, ele entrava e vice-versa. Comecei a notar coisas sobre como o dia dele estava indo pelas pistas da casa: as canecas de café na pia, o último programa assistido na Netflix? Isso me fez pensar: o que dois estranhos notariam um no outro se morassem juntos assim?", conta. Ela começou a escrever a história no trajeto que fazia de casa ao trabalho de trem, pois era seu único horário livre do dia.

Os dois atores principais da série já foram escolhidos. "Estou emocionada que Jessica Brown Findlay (que interpretou Lady Sybil Crawley em Downton Abbey) e Anthony Welsh vão interpretar Tiffy e Leon - ambos são atores tão talentosos e mal posso esperar para ver as interpretações dos personagens", diz.

Mas nervosa com o lançamento ela jura que não está. "Sempre fico nervosa com o lançamento de um novo livro. Os romances dão muito trabalho e são uma criação tão pessoal. Enviá-lo para o mundo é extremamente estressante. Mas quando se trata das adaptações confio que eles farão um trabalho brilhante com suas versões das minhas histórias. Só me emociono", explica.

Além da série, uma outra obra de Beth está a caminho de se tornar filme. "A Troca", que narra a história de uma avó e uma neta, cada uma com suas aflições, que decidem mudar de vida, casa e amigos, teve seus direitos comprados pela produtora do Steven Spielberg e contará com Rachel Brosnahan, que já ganhou o Emmy e do Globo de Ouro pela série "The Marvelous Mrs. Maisel", como atriz e produtora executiva.

A diversidade no protagonismo desta obra, que trama deixa de ser só uma menina de 20 anos e passa também a contemplar uma mulher na terceira idade que busca um amor, é algo a se destacar. "Eu amo escrever sobre uma ampla gama de personagens em meus romances. Personagem é minha parte favorita da escrita - ou talvez a parte mais mágica. Os meus ganham vida lentamente no primeiro rascunho, e, às vezes, parece que estou descobrindo quem eles são, em vez de criá-los. É uma coisa maravilhosa e curiosa", conta Beth.