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Luiza Trajano: 'Sou apartidária. Senti dificuldade de me filiar a partidos'

Luiza Helena Trajano fala em evento da Conecta, projeto que capacita mulheres para a política, em São Paulo - Divulgação
Luiza Helena Trajano fala em evento da Conecta, projeto que capacita mulheres para a política, em São Paulo Imagem: Divulgação

Mariana Gonzalez

De Universa, em São Paulo

02/05/2022 13h13Atualizada em 25/07/2022 12h59

Apesar de ter sentido "muita pressão", a empresária Luiza Helena Trajano não será candidata nas eleições deste ano. Em entrevista a Universa na última sexta-feira (29) durante evento em São Paulo sobre a participação feminina na política, ela contou ter recebido muitos convites para concorrer no pleito, mas sentiu dificuldade de se filiar a um partido político.

"Recebi muita pressão, muita gente torceu, mas não sou candidata", falou Trajano, à frente do Magazine Luiza, e que foi sondada, inclusive, para encabeçar uma chapa na disputa presidencial. "Não me candidatei porque sou apartidária. Senti dificuldade de me filiar a um partido, e acredito muito na força do nosso grupo [o Mulheres do Brasil]".

O grupo a que Luiza Trajano se refere é o Mulheres do Brasil — uma instituição apartidária, fundada por ela em 2013 e que reúne hoje mais de 105 mil mulheres em todo o país. Por ser presidente do grupo, ela afirma não poder se filiar a nenhum partido e nem apoiar candidatos.

Minutos depois, a empresária participou do painel "Empoderamento de Mulheres na Sociedade e nos Negócios" e disse que "não está dizendo não ao Brasil" porque, embora não seja candidata, vai continuar lutando por políticas públicas.

"Foi muito difícil dizer não formalmente [à candidatura], mas não estou dizendo não ao Brasil, sou apaixonada pelo Brasil", falou. "O que muda um país são as políticas públicas e o nosso grupo reúne e apoia iniciativas que estão de acordo conosco".

"Temos que ser protagonistas do país"

Na ocasião, Trajano antecipou a campanha "Pula Para 50", que pretende aumentar a eleição de mulheres para cargos legislativos e garantir um Congresso Nacional 50% feminino até 2032.

"A grande transformação de um país vem da sociedade civil organizada. A gente tem que ser protagonista do país. Não é porque o governo não faz [dar incentivo a mulheres na política], que não vamos fazer. O Brasil é nosso", falou a Universa.

Por fim, questionada sobre movimentos para promover a inclusão de mulheres e negros em espaços de poder, como o "Pula Para 50" e os processos seletivos exclusivos para jovens negros no Magazine Luiza, alvo de críticas, Trajano respondeu: "Mudar paradigma é assim mesmo, você não muda sem críticas".