Sororidade, amizade e coragem marcam os filmes da Barbie na Netflix

Neste domingo (1º), a Netflix anunciou novidades em seu catálogo para o mês de maio. Entre tantas estreias, uma em especial causou comoção nas redes sociais: a plataforma de streaming incluiu sete filmes da Barbie.

Apesar de ter sido taxada de fútil por muito tempo, a personagem foi evoluindo ao longo dos anos e hoje seus filmes falam de sororidade, poder da amizade e feminismo - já que ela nunca deixa de lutar por seus direitos. Universa mergulhou nos títulos para relembrar as tramas e mostrar como a boneca vem dando bons exemplos há muito tempo.

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Barbie e o Segredo das Fadas
Apesar do título parecer de uma história fofinha, nesse longa a Barbie se torna uma grande heroína. Afinal, no longa Ken é sequestrado e ela e sua amiga Raquelle viajam até o reino para o qual ele foi levado em busca de salvá-lo do mal.

Barbie e as Sapatilhas Mágicas
Para derrotar o mal dessa história, Barbie precisará dançar colocando em prática todos os sentimentos bons de seu coração. Ela, que sonhava em ser bailarina, encontra sapatilhas mágicas que fazem com que seja transportada para um outro mundo. E só sua melhor dança fará com que ela derrote a vilã da história.

Barbie em vida de sereia 2
O quê? Você falou sereia surfista? Sim! E não só isso: uma sereia surfista que conta com a ajuda do poder da amizade para derrotar a vilã e proteger o mundo sagrado do oceano.

Barbie e as agentes secretas
Nesse longa, o poder da amizade e a importância do esporte fazem toda a diferença na hora de solucionar o mistério e vencer o mal. Nele, Barbie, Teresa e Renee são ótimas atletas e que, devido suas habilidades, são convidadas para se tornarem agentes secretas e recuperar pedras preciosas.

Barbie Escola de Princesas
Esse filme, sim, tem uma pegada bem fofa, mas não sem deixar de lado o mistério, a aventura e o poder da amizade. Uma professora da escola descobre que Barbie é a princesa do reino e quer impedi-la de assumir a coroa. Mas ela e suas amigas vão fazer de tudo para ganhar essa batalha.

Barbie Um Natal Perfeito
Falta muito para dezembro, mas já dá para entrar no clima em maio (pode, né?) com esse filme. O Natal perfeito estava planejado: Barbie e suas irmãs iriam para Nova York. Mas uma grande nevasca estragou os planos. E só o poder do amor e união da família serão capazes de deixar a data legal de novo.

Barbie a Princesa e a PopStar
Quando duas amigas são tão parecidas a ponto de conseguir trocar de lugar sem ninguém perceber, por que não arriscar? É isso que acontece nesse filme. Mas o reino da princesa tem um segredo mágico que, quando roubado, só a força dessas duas amigas poderá recuperar.

A história da boneca

Essa repórter sempre gostou de Barbie. E lá no começo da década de 1990 eu já me lembro de ouvir nas propagandas de televisão da boneca o seguinte slogan: "Seja o que você quiser". Naquela época a gente não falava de sororidade e o movimento feminista não tinha a força que tem hoje, mas a personagem já era personificada em várias profissões dentro de suas caixas. Sempre loira e magra, o que não víamos era a diversidade no brinquedo.

Mas a história da Barbie não começou na minha infância. Ela é uma uma sexagenária cheia de histórias. A boneca foi criada em 1959 por Ruth Handler quando ela percebeu que sua filha gostava de brincar de vestir bonecas de papelão.

Como na época, as únicas opções do brinquedo tinham aparência de bebês, a iniciativa foi revolucionária. Afinal, chegava no mercado uma boneca com cara de adolescente e com uma proposta fashion. E ela ficou sozinha por pouco tempo nas prateleiras. Em dois anos, seu namorado, Ken, foi criado, e em cinco, ela já tinha irmã - a Skipper - e amigas.

Em cerca de 20 anos, a Barbie passou a ganhar bonecas em versão para colecionadores (eu mesma tenho várias. Minha coleção, com essas especiais e bonecas tradicionais, deve passar de 200) e na década de 1990 tornou-se uma diva cobiçada por estilistas famosos, como Christian Dior, Chanel, Versace, Givenchy, Carolina Herrera, Donna Karan, Giorgio Armani e Alexandre Herchcovitch.

Por mais que ela se mostrasse uma boneca empoderada em todos esses anos, tendo diversas profissões (ela foi astronauta em 1965, médica cirurgiã em 1973, presidente dos EUA em 1992), amigas, carros e fazendo viagens à praia, por exemplo, ainda faltava algo a mais: a diversidade real.

Barbie era uma mulher loira e magra, com amigas loiras e magras - a Tereza, que tem os cabelos castanhos, chegou à coleção em 1988. Ela seguia os padrões de beleza que eram propostos pela sociedade. Podíamos ser o que quiséssemos nas profissões, mas elas eram sempre apresentadas no mesmo pacote de padrão físico.

Essa foi uma barreira que a Barbie demorou muito para quebrar. No Brasil, foi só em 2017 que a coleção Fashionista, onde você encontrava bonecas com quadril largos, mais baixas, cabelos coloridos e uma tentativa de plus size, chegou ao país. Era a primeira vez, que visivelmente, a Barbie se preocupava em trazer formas e corpos diversos para as suas bonecas. Já tínhamos visto bonecas com outras cores de pele e cabelo, mas nunca com corpos tão diferentes como desta vez.

É ainda mais recente a criação de bonecas diversas pensadas nos dias de hoje. Em uma coleção de 2020, a Barbie chegou careca, em cadeira de rodas, com pele negra de diversos tons, cabelo black e vitiligo.