Quarteto poliamoroso não sabe quem é pai de qual filho: 'Não importa'
Um quarteto poliamoroso formado por dois homens e duas mulheres revelou que vive com uma dúvida inusitada: eles não sabem de qual dos parceiros são seus filhos.
As americanas Taya Hartless, 27, e Alysia Rogers, 33, se conheceram pelas redes sociais três anos atrás, depois de tentarem apimentar suas vidas sexuais com os seus respectivos maridos Sean, 45, e Tyler, 35. À medida que os casais se conheceram melhor, todos começaram a ter sentimentos um pelo outro. E assim, tomaram a decisão de morar juntos no ano seguinte no Oregon.
Embora cada casal já tivesse um filho, o quarteto teve mais dois filhos entre eles, mas agora nenhuma das mães tem certeza se Tyler ou Sean é o pai biológico das crianças mais novas.
Em entrevista ao jornal britânico Mirror, Taya disse que a dúvida é apenas um detalhe irrelevante e não afeta a relação entre os casais e seus filhos, especialmente por todos estarem bem confortáveis em um lar construído no poliamor. Como as duas mulheres dormem com os dois homens, elas concordaram em se contentar com a indefinição da paternidade de seus filhos e transformar isso em um detalhe enriquecedor de suas vidas poliamorosas, com cuidados divididos entre todos.
"Não nos importamos. Nós não sabemos e não queremos saber, decidimos que todos seríamos pais de todos eles", disse Taya.
Alysia descobriu que estava grávida em agosto de 2020, enquanto Taya engravidou em março seguinte. Meses depois, a primeira deu à luz um menino em 3 de abril de 2021 e a segunda teve seu filho em 11 de agosto de 2021.
Segundo Taya, as crianças a chamam de "mamãe" e chamam Alysia de "mãe", enquanto Sean é "papai" e Tyler é "pai". Apesar de ser uma organização familiar atípica, ela garantiu que as crianças sentem orgulho de contar aos amigos que têm "duas mães e dois pais".
Durante a semana, os casais contam com uma programação para os cuidados das crianças. Alysia, Sean e Tyler saem para trabalhar, os filhos mais velhos passam a maior parte do tempo na escola, e Taya fica em casa com os bebês. Para ela, esse momento tem sido fundamental para estreitar seus laços com as crianças.
"As pessoas perguntam se eu me incomodo em viver assim, mas faz diferença alguma criança não ser biologicamente minha?", questionou. "Eu fiquei em casa com eles desde que eles tinham alguns meses e não há nada que mudaria meu relacionamento com eles se eu estivesse biologicamente conectada a eles. Acho muito fácil amar um filho de qualquer uma das pessoas que amo, isso é o mesmo para todas as crianças."
Como é viver no poliamor
Embora a não-monogamia e o poliamor sejam modelos de relacionamento que estão se tornando mais conhecido em várias partes do mundo, Taya confessa que viver nesse estilo nem sempre foi um mar de rosas e exigiu um grande comprometimento dos casais.
"Nenhum de nós tinha sido poliamoroso antes, mas todos acabamos de nos conhecer e nos apaixonar. Desde que nós passamos a morar juntos, todos nós somos pais de todas as crianças, somos uma grande unidade familiar", explicou.
Ela também ressaltou que muitas pessoas torcem o nariz para a família que projetaram e não aceitam que dois casais possam conviver juntos na mesma casa. Tanto que muitos parentes e amigos antigos começaram a evitá-los quando tomaram a decisão de dividir a mesma casa e criar suas próprias regras conjugais.
"Muitas pessoas realmente não entendem o poliamor e acham que é desviante ou errado de alguma forma. É verdade que nem sempre foi fácil, demorei um pouco para admitir que tinha sentimentos por outra pessoa e definitivamente ficamos com ciúmes às vezes. Mas agora é tão natural para todos nós e me sinto muito grata por ter vários parceiros para criar filhos".
Apesar dos desafios, Taya garante que há vantagens nesse estilo de relacionamento. "Por que você não quer mais amor e apoio e mais mãos ao redor? É uma vida confusa, agitada, louca, mas também maravilhosa. Eu não consigo pensar em mais nada que possamos querer".
Ela ainda acrescenta: "Acho que nunca vamos parar de aprender e sabemos que nosso relacionamento mudará constantemente. Mas vamos fazer funcionar. Somos diferentes de todos os outros casais, mas tudo bem. E deixamos claro para nossos filhos que eles podem ser quem quiserem. Sempre me pego pensando no quanto amo nossa vida. Estou muito animada por estarmos criando nossos filhos juntos e no futuro que estamos construíndo", finalizou.
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