Nathalia Dill: 'Tinha uma visão equivocada do que realmente é ser mãe'
Em frente às câmeras, a atriz Nathalia Dill, 36, já viveu algumas vezes o papel de mãe, mostrando para milhões de espectadores os altos e baixos de uma gestação, desde o teste positivo até o nascimento e a criação. Porém, na vida real, a atriz afirma que, mesmo passando por esses 'laboratórios' de suas personagens e até planejando sua maternidade, tudo saiu diferente com a chegada da Eva, de 1 ano e 4 meses, da sua união com o músico Pedro Curvello, 37.
"Sonhava em ser mãe mas, depois que fui, percebi que tinha uma visão torta e equivocada do que realmente seria na prática. É engraçado como a gente planeja e, no meu caso, até ensaia, quando fazia cenas da notícia do 'positivo'. Porém, quando realmente aconteceu comigo, foi totalmente diferente", relembra.
A começar pela notícia da gravidez, que a fez se dar conta de que é "uma pessoa muito mais medrosa do que achava". "O medo veio de uma forma realmente avassaladora. Mas, tive muitas ajudas. Liguei para várias amigas, como a Sabrina Petraglia, que foi um anjo e me ajuda até hoje", comentou a atriz, apontando para Sabrina, também atriz, durante evento da marca Chicco, em que Nathalia participou falando da sua experiência com a maternidade.
Na maternidade, culpa vem de várias formas
Nathalia fez questão de discutir a maneira como a maternidade se relaciona com a sociedade. "Há uma cobrança tão intensa que a culpa vem de várias formas. Por exemplo, minha filha não teve nada, não chorava a noite inteira, não tinha cólicas. E eu pensava 'Caramba, por que eu estou tão exausta?', reflete ela, cuja última novela foi "A Dona do Pedaço", da Globo, em 2019.
"Não é por que você não está dentro de um padrão de experiência que também não está sendo difícil, exaustivo. Para mim, estou descobrindo a maternidade 'possível', porque achava que iria dar conta de tudo e que tinha tudo planejado. Mas precisamos nos descobrir nessa jornada. O ponto é como a banda vai tocar dentro da maternidade de cada uma."
Ainda sobre o sentimento de culpa, ela falou sobre a terceirização do cuidado dos filhos. "A meu ver, a grande maioria das pessoas gostaria de não terceirizar os cuidados com os filhos e de estar perto, vivendo o dia a dia deles. Mas, a sociedade parece não permitir isso. Precisamos batalhar por uma evolução nesse sentido, por uma uma transformação estrutural e mais profunda."
"A gente acha que a culpa é nossa de não estar perto dos filhos e ter que pedir ajuda. A sensação de incompetência é enorme." Nathalia Dill, atriz.
Mãe, sim. Atriz também
Apesar de estar longe das novelas, Nathalia já pode ser vista novamente mas, agora, nas telas grandes. Em cartaz nos cinemas brasileiros, o filme "Incompatível" traz a atriz no papel da influenciadora digital Patricia Bacchi, que faz vídeos de conselhos amorosos.
Na história, depois de assistir a vários episódios do canal de Patricia, Taís, vivida por Giovanna Lancellotti, resolve terminar seu noivado com Fábio (Gabriel Louchard). "A personagem é muito fatalista, não abre espaço para diálogos. Ela traz a questão da 'verdade absoluta', momento em que, muitas vezes, a gente pesquisa todas as provas que a gente puder, para construir a nossa verdade e 'vencer'. E fica muito mais difícil dialogar", comenta Nathalia.
Em suas próprias redes sociais, a atriz tem um grande alcance —só no Instagram são 4 milhões de seguidores— e sabe das responsabilidades que vêm com isso. "Tenho o meu recorte, a minha história. E tenho a consciência de que ele não é o certo, não é o único. Hoje em dia, todo mundo influencia e é influenciado. Mas agora já vejo que as pessoas estão entendendo e refletindo mais sobre suas próprias falas", opina.
"Estamos aprendendo mais sobre a responsabilidade de falar ou postar algo e vendo que a internet não é 'terra de ninguém', que tem suas regras e leis. É a construção de um senso crítico mais apurado quanto ao consumo de conteúdos nas redes sociais. Uma evolução que a gente ainda está começando", diz.
Ao contar a sua história por meio de seus posts, Nathalia fala, também, de maternidade, publicando cenas com a filha e reflexões sobre a maternidade. "Gerar, parir, criar, maternar. Ser mãe pode ser lindo, solitário, intenso, difícil. Para cada uma de nós sempre será uma experiência única e individual", escreveu na legenda da imagem publicada no Dia das Mães, em que aparece abraçada a Eva.
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