Melasma: novo tratamento congelante promete dar fim às manchas
Manchas na pele são uma reclamação recorrente nos consultórios dermatológicos. Pudera: moramos em um país ensolarado e o sol causa hiperpigmentações de vários tipos. O melasma, porém, é um caso à parte. Atingindo principalmente mulheres e com origem hormonal, ele é agravado pela exposição solar sem proteção e tem tratamento e controle, mas não cura —até agora.
No último Congresso Americano de Dermatologia, que aconteceu em Boston (EUA), em abril, foi apresentado um novo e revolucionário protocolo para combater o melasma. "Assistimos ao lançamento de tecnologias para inflamação e melasma: a criomodulação. Opostamente ao que fazemos com os lasers, que aquecem a pele, esse novo aparelho (que se chama Glacial) trata por meio do resfriamento da pele. Ele diminui inflamações e é ótimo para melasma e rosácea", conta a dermatologista Alessandra Fraga, da Aillie Clinic, em São Paulo.
Desenvolvida por pesquisadores de Harvard, no mesmo laboratório em que a famosa criolipólise foi inventada, a tecnologia de criomodulação se baseia na ação do frio. "Ela é capaz, por exemplo, de combater manchas na pele, pois reduz a capacidade dos melanócitos de produzir melanina e promove esfoliação do tecido, tornando a pele mais luminosa e com tom homogêneo", explica a dermatologista Valéria Campos, professora convidada do Departamento de Dermatologia da Faculdade de Medicina de Jundiaí e Pós-Graduada em Laser e Dermatologia pela Harvard Medical School, ressaltando que o procedimento já tem aprovação do FDA nos EUA e deve chegar em breve ao Brasil.
Fica fria
A criomodulação glacial, também chamada de sistema de resfriamento dérmico, aproveita o estresse causado pelo frio para acelerar a esfoliação, desinflamar, reduzir a vermelhidão e diminuir as manchas —inclusive do melasma. "Nessa tecnologia, não tem calor envolvido. É como se fosse um peeling hipotérmico, a frio, que congela as células e faz com que a pele se renove, com novas células chegando à superfície sem manchas", explica Valéria.
"A Criomodulação Glacial Rx é o primeiro e único tratamento que usa resfriamento de precisão para combater a inflamação e clarear a pele. O tratamento acontece em três etapas: regula a inflamação; esfolia, eliminando a pele manchada e promovendo a geração de uma nova; normaliza a produção e deposição de melanina", continua. Em tempo: a troca da pele não é a mesma que um peeling. A pele fica um pouco mais escura nos primeiros dias e vai sendo substituída por uma nova.
Sem efeito rebote
Uma das dificuldades em tratar as manchas com laser é a questão do efeito rebote. "Essa é uma reação biológica na qual o estímulo para um tratamento pode piorar o quadro. Com o calor e a luz, isso pode piorar. A luz pulsada, por exemplo, é uma tecnologia que, primeiro, melhora as manchas e depois vem a piora. Hoje, no tratamento de melasma precisamos usar tecnologias que não tenham reação térmica, como o laser de reação fotoacústica ou essa criomodulação", diz Valéria.
"O calor é uma faca de dois gumes na luta contra a hiperpigmentação. Dermatologistas usam há décadas lasers e dispositivos baseados em luz para vaporizar manchas solares e manchas, mas em pessoas com melanócitos altamente reativos —aqueles com tons de pele profundos ou descendentes de negros como a maioria dos brasileiros, ou com condições como melasma— essa solução pode causar o famoso rebote, fazendo com que mais pigmento floresça no longo prazo e a mancha piore, efeito colateral comuns nos consultórios dermatológicos", conta Valéria. O protocolo requer de duas a três sessões, dependendo da quantidade de manchas. Não precisa de anestesia e os resultados são vistos após 15 dias.
Protetor solar continua necessário
Valéria reforça que o sucesso do tratamento de manchas e do melasma depende do uso diário de um protetor solar de amplo espectro, que proteja contra os efeitos do calor e da luz visível --já que ambos estão envolvidos no processo de formação de manchas. "Aplique em farta quantidade e de boa qualidade-- e com cor de base. Lembrando que a luz do computador é uma das causas do aumento recente do melasma", finaliza a médica.
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