Coach de swing? Ela ensina casais a viverem experiências sexuais liberais
"Depois de 12 anos, meu marido eu conversamos muito e sentimos a necessidade de experimentar coisas novas no casamento. Mas nossas tentativas foram frustradas. A primeira foi um ménage [sexo a três], que foi péssimo porque ninguém tinha experiência. No fim, acabei chorando na garagem. Tentamos com uma profissional do sexo, mas achei muito impessoal, e o mesmo aconteceu com a casa de swing. Depois disso, nós decidimos nos profissionalizar e, hoje, oferecemos o serviço que gostaríamos de ter tido: ajudamos casais a renovar a vida sexual.
Meu casamento já passou por muitas fases: já quase nos separamos, fomos ciumentos, inseguros. Mas acho que o pior é a rotina, que desgasta o relacionamento. Com muita conversa, percebemos que queríamos tentar coisas novas. Mergulhamos em um processo para redescobrir o que acendia a nossa chama. Passamos por terapia de casal até cursos de sexo tântrico. Acreditamos muito em nosso amor, mas a nossa libido estava apagada.
O processo de descobrir o que nos dá prazer foi muito legal. Nos tornamos o tipo de casal que queríamos ter conhecido quando começamos a nossa busca. Aprendemos a nos relacionar de forma mais livre, mas com responsabilidade afetiva. Temos um projeto, nossa família, e chegamos a um acordo que nos permite vivenciar outras coisas.
Ajudando outros casais
Meu marido e eu tornamos as pessoas que conduzem casais para uma primeira experiência sexual liberal, com o respeito e segurança que gostaríamos de ter tido quando buscamos isso. Entendemos isso como uma filosofia, um estilo de vida. Para nós, o amor é livre. Quero que meu marido esteja comigo por opção, não porque fechei a porta. E que as pessoas entendam que ter vontade de viver outras experiências não é feio ou incomum.
Aqui em casa, o nosso prazer está atrelado a nos divertirmos junto. Não que não tenhamos permissão para fazer outras coisas, mas é isso que proporcionamos aos casais de forma profissional. Vimos que no mercado não tinha ninguém que fizesse isso profissionalmente, então nos dedicamos ao negócio.
Busquei ferramentas de desenvolvimento pessoal e coach para que me sentisse segura. Então, criamos nosso negócio, que tem meu nome de trabalho, Amanda Smell. Acredito muito na minha missão de transformar as relações por meio do amor e sempre tive uma energia sexual aflorada.
Eu não tinha uma referência para seguir, então fiz tudo de forma intuitiva. Mesmo pisando em um campo delicado, tenho muitos feedbacks positivos de clientes. Alguns deles me escrevem dizendo que, depois das experiências, estão vivendo uma segunda lua de mel.
Atender um casal precisa de uma preparação, então abrimos poucos horários no mês. Quando fechamos com um cliente, temos que nos preparar, porque do lado de cá também tem uma família. Não fazemos mais de dois atendimentos por semana.
Não temos um local específico para encontrar com nossos clientes. Geralmente marcamos em hotéis ou motéis. O atendimento pode, sim, incluir sexo. Mas também desenvolvi um processo de coach para que os casais se preparem e sintam-se prontos para esse momento de renovação da vida sexual. Quero saber as crenças e gatilhos e entender porque ainda se sentem presos. Sempre tento entender a energia e a vibe de ambos.
Contando para os conhecidos
Antes de falar para as pessoas, fiz um trabalho com uma psicóloga para saber como falar sobre meu trabalho com meus filhos, que são fruto de uma outra relação. Mas tudo aconteceu de forma muito espontânea. Quando o meu mais velho tinha 16 anos, ele me perguntou se o Eduardo, meu marido, ficava com outras pessoas e eu disse que sim, tivemos uma conversa sobre amor e posse. Disse que o amor livre era amar tanto uma pessoa a ponto de você conseguir ser feliz com o prazer do outro. Nem sempre o amor está na mesma caixa do sexo.
Só depois abrimos para todo mundo. Ficamos sem trabalho no começo da pandemia e, hoje, é essa é a nossa principal atividade financeira. Começamos então a produzir conteúdo adulto para o Only Fans e dividir nossa intimidade com outros casais. No começo eu usava máscara, mas tirei e resolvemos postar mais em nossas redes sociais. Sinto que temos apoio das pessoas mais próximas, que nos disseram achar legal nossa coragem.
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