Marcas de moda ampliam inclusão de pessoas trans no mercado de trabalho
Passados mais de 50 anos da Rebelião de Stonewall, movimento liderado pela ativista norte-americana e mulher trans Marsha P. Johnson pela libertação da comunidade LGBTQIA+ no mundo, avanços aconteceram, mas ainda há um longo caminho a se percorrer em busca de uma sociedade mais igualitária em direitos e oportunidades. As pessoas trans e travestis, por exemplo, ainda são a parcela mais excluída da sociedade, principalmente quando se olha para o mercado de trabalho.
Um relatório da Antra (Associação Nacional de Travestis e Transexuais) divulgado em 2021, apontou que 88% das pessoas trans entrevistadas acreditam que as empresas não estão preparadas para contratar ou garantir a permanência de transexuais em seus quadros de funcionários. Outro levantamento realizado também pela Associação aponta que apenas 4% possue emprego formal.
Visando mudar essa realidade e aumentar a empregabilidade de pessoas trans e travestis de todo o Brasil, a Amaro, marca de moda e lifestyle, lança nesta quarta-feira (01), o projeto AMARO TRANSforma, no qual oferece treinamentos, vagas de trabalho para talentos trans e travestis, produtos de beleza de marcas parceiras e roupas para entrevistas de emprego. O programa ainda conta com a Coleção Orgulho, que terá peças com venda revertida para a Casa Florescer, em São Paulo, local que acolhe e atende mulheres transexuais e travestis.
"Estamos abrindo portas para ajudar a mudar a realidade de travestis e pessoas trans do nosso país e, assim, trabalhando para construir uma sociedade melhor, mais diversa e justa. Nossa missão como marca é dar visibilidade, apoiar e possibilitar acesso à população trans e travesti, para que se sintam visíveis e representadas", diz Gustavo Duarte, stylist e presidente da frente de equidade LGBTQIA+ do comitê de diversidade da Amaro.
O projeto disponibilizará treinamentos com foco em desenvolvimento profissional para todas as pessoas que se identificam como homens e mulheres trans e travestis maiores de 21 anos. Serão quatro workshops onlines e gratuitos, ministrados pelo time Amaro com apoio do Projeto Transpor, consultoria de posicionamento e recolocação profissional para pessoas transgênero.
Mais oportunidades
Há 17 anos trabalhando com diversidade em grandes empresas, Liliane Rocha, fundadora e CEO da consultoria Gestão Kairós, diz que projetos com foco em empregabilidade de pessoas trans e travestis podem mudar o cenário atual, possibilitando acesso ao trabalho e à renda.
"Um estudo de diversidade, representatividade e percepção realizado pela Gestão Kairós, respondido por 26 mil pessoas entre 2019 e 2021, apontou que pessoas transgênero são apenas 0,4% do quadro funcional. Em uma sociedade onde pessoas trans representam 2% da população, segundo estudo da Unesp, significa que as empresas não estão representando a diversidade da demografia brasileira quando falamos de pessoas trans", diz.
Um dos projetos apontados por Liliane é a TransEmpregos, maior plataforma de empregabilidade de pessoas trans no Brasil, onde são divulgadas vagas e oportunidades para pessoas excluídas por causa da sua identidade de gênero. Entre as empresas parceiras do projeto está a Riachuelo, uma das maiores empregadoras de transexuais do país.
Partindo da ideia de que "Somos Mais fortes em conjunto", o programa SOMA é outro aliado nessa luta. A iniciativa, uma colaboração entre empresas, como a Natura, promove a inclusão social de pessoas trans e travestis por meio do trabalho, cultura, saúde e bem-estar, oferecendo conteúdos e dinâmicas, em sua maioria virtual. As participantes também recebem apoio para buscar oportunidades no mercado de trabalho, inclusive com mentorias individuais junto aos grupos de afinidades das companhias.
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