Em tom político, Parada LGBT+ tem público recorde de 4 milhões de pessoas
Depois de dois anos apenas online, a 26ª Parada do Orgulho LGBT+ de São Paulo voltou às ruas da capital paulista com tom mais político e público recorde: 4 milhões de pessoas, segundo organizadores, se reuniram na avenida Paulista na tarde deste domingo (19). Entre veteranos que acompanham o evento desde a primeira edição e jovens que foram pela primeira vez, manifestações pela democracia e gritos de "Fora, Bolsonaro" ganharam força no evento.
Ainda que a organização do evento não tenha levantado partidarização com o tema "Vote com Orgulho - por uma política que representa", muitos participantes aproveitaram o espaço na roupa e fantasia, de cartazes ou mesmo a voz para mostrar descontentamento com o atual presidente, Jair Bolsonaro (PL).
Esta foi a primeira edição da Parada em dois anos. A concentração começou às 10h. Por volta das 13:30 o primeiro trio, puxado pelas Famílias LGBT+, saiu em frente do Museu de Arte de São Paulo, dando início ao cortejo.
Os organizadores do evento estimam que 4 milhões de pessoas que passaram pela Avenida Paulista neste domingo. Até a publicação deste texto, a Secretaria de Segurança Pública do estado não tinha uma estimativa do número de participantes. Um efetivo de 2 mil policiais militares fez a segurança do evento. Até às 15h, a Polícia Militar não havia registrado nenhuma ocorrência.
Jovens se aglomeravam e se empurravam na altura da Rua Augusta para conseguir um espaço para ver a cantora Luísa Sonza, que era um dos destaques da programação deste ano. Ela começou sua apresentação às 16h.
Seguindo o tom do evento, Sonza fez uma fala política. "Depois de dois anos, a gente tá aqui num ano tão importante para a gente, ano de eleição. Esse ano a gente vai mudar essa p*rra ou não vai?", a cantora perguntou ao público, que respondeu efusivamente com gritos e aplausos. "Obrigada por estarem aqui e me permitirem estar aqui. É o meu primeiro ano e muito estou feliz."
Antes dela, a drag queen Aretuza Lovi fez uma manifestação mais explícita. "Levantem a mão para soltar muita energia para tirar Bolsonaro", gritou.
Quem também se apresentou em um dos trios elétricos foi Jojo Todynho. "Fazia muito tempo que eu não cantava, estou muito feliz", disse na Avenida Paulista. "Hoje estamos aqui para ser felizes. E dizer que nós merecemos respeito e para que eles saiam com seu preconceito da frente porque vamos passar."
Por volta das 17h, pessoas subiram no ponto de ônibus da Rua da Consolação para ver a cantora Pabllo Vittar em outro trio elétrico. A cantora, uma das atrações mais aguardadas do dia, fez uma apresentação rápida e sucinta.
Além do ambiente politizado, claro que, como em todas as edições anteriores, a festa também foi curtição e tinha clima de micareta. "Vim beijar muito na boca", disse Felipe Wendell.
Mesmo quem veio curtir reconheceu a importância do tema escolhido pela organização do evento, "Vote com Orgulho". "Achei muito pertinente", disse Felipe.
Além de quem estava procurando um beijo em clima da micareta, muitos casais apaixonados demonstravam seu amor em público, sem receios. Juntas há um ano e sete meses, Sara Alves da Silva, 20, e Lizandra Silva, 22, vieram para a Parada pela primeira vez neste ano. "Me emocionei quando cheguei aqui. Você acha que existem poucas pessoas LGBTQIA+, mas o público é gigante. Como um casal, já passamos por situações constrangedoras e ver todos juntos por uma causa é incrível", disse Sara.
Já o casal Mauro Bertrani e Edson Roberto comemoraram que eles completam 25 anos juntos no próximo dia 28, Dia do Orgulho LGBT. "Me orgulho de ter todo esse tempo de companheirismo com ele", diz Edson.
Durante o evento, houve uma campanha para retificação de documentos de pessoas trans. Foi informado que mais de 800 pessoas corrigiram seus nomes no RG durante o dia.
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