Amizades na vida adulta podem ser mantidas mesmo com distância. Veja como
Você se lembra da importância de seus amigos durante sua infância e adolescência? Os amigos sempre terão um grande peso em nossas vidas, mas com o passar dos anos eles acabam ocupando cadeiras secundárias, já que família, carreira e filhos sobem na pirâmide do tempo e relevância em nossas vidas. Por isso, a dúvida que fica é: como fazer para manter os amigos por perto?
"Na adolescência e infância, os amigos são o ponto central de nossas vidas. Com a maturidade, a gente começa a diferenciar melhor quem é colega e quem é amigo de verdade, pois temos uma maior habilidade para escolher quem queremos por perto", diz a psicóloga Juliane Verdi Haddad.
Para ela, o que determina se existe amizade ou não, na vida adulta, não é a distância, e sim, o sentimento que você tem pelas pessoas. "Amizades que construímos com base no amor vão sobreviver à distância e ao tempo. E a intimidade volta a partir do momento que vocês se encontram novamente. É muito comum ficarmos um tempão sem ver os amigos de infância e, ao vê-los, as mesmas conversas e gírias voltarem", diz.
A capacidade de escolher quem nos faz bem começa com o desenvolvimento da autoestima ainda na infância. "As pessoas com autoestima mais adequada conseguem escolher amigos com mais clareza, pois não querem agradar a todos e serem aceitas a todo custo", diz Juliane. Saber determinar o nosso valor é importante quando pensamos em amizade. Dessa forma, evitamos entrar em relações tóxicas e abusivas com pessoas aproveitadoras.
Amor e distância
Você já ouviu reclamações de que "sumiu" de seus amigos? A pandemia afastou muito as pessoas e essa necessidade de se manter "sempre conectado", seja para as relações pessoais quanto para o trabalho, nos cansou e, muitas vezes, nos afastou dos amigos que costumavam ser próximos.
"Quando há uma relação de verdade você não precisa bater ponto. Basta lembrar de mandar um 'oi', às vezes", diz a psicóloga clínica e doutora em Psicologia pelo Instituto de Psicologia da USP Liliana Seger.
Liliana afirma que temos que saber respeitar a personalidade de nossos amigos antes de fazer cobranças. "Tem pessoas que adoram ficar no WhatsApp, enviando mensagens, e algumas amigas, que mesmo no grupo, não falam nada, são mais introvertidas. Isso não significa que gostam ou que sejam menos amigas", diz a psicóloga.
Muito mais do que se manter conectado, é importante manter uma comunicação saudável, aberta e assertiva. Criando assim, um ambiente confortável para que você fale para as amigas o que gostou ou não, e ouça também as ponderações delas. "A comunicação é muito importante para manter as amizades. Se eu não gostei de algo, vou falar para minha amiga e ela vai entender. Isso evita confusões e fortalece os vínculos ao longo da vida", diz Juliane.
E é também importante saber ouvir. "As pessoas falam, mas não escutam. Meu amigo está me contando um assunto dele e, enquanto isso, estou pensando em minhas próprias experiências. Não estou prestando atenção", diz Juliane. Para ela, é preciso escutar e ter interesse no que o outro está passando, sem interrupção, para conseguir ajudar os nossos amigos. Saber se colocar no lugar do outro é vital para manter as amizades.
Para as especialistas, o amor entre amigos não é diferente do amor romântico. O que muda é a nossa flexibilidade para entender as diferenças do outro. "Quando a amizade é de verdade, você acaba relevando muita coisa", diz Liliana. Para Juliane, o que muda é a forma como lidamos com a relação de amizade. "Não é um amor diferente, mas quando é verdadeira e recíproca, tem amabilidade e gentileza", diz a especialista.
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