'Achei que Justiça fosse ser feita', diz mãe de menina impedida de abortar
A mãe da menina de 11 anos que sofreu um estupro e foi pressionada por uma juíza a "suportar mais um pouquinho" a gravidez e desistir de aborto afirmou que procurou "fazer tudo dentro dos comandos" quando procurou a Justiça.
Ela procurou o órgão para conseguir autorização para interromper a gravidez da filha após o hospital se negar a fazer o procedimento por estar com 22 semanas de gestação. O aborto nestes casos é previsto em lei.
"Achei que a Justiça fosse ser feita", disse a mulher em declaração antecipada hoje em um teaser do programa "Fantástico".
"Se eles queriam preservar tanto a minha filha, era algo que não deveria ter sido perguntado para ela. Eu deveria responder por ela, não ela", afirmou a mulher no trecho da entrevista, que deve ir ao ar amanhã.
A comoção em torno do caso ocorreu com o vazamento de trechos da audiência na qual a juíza Joana Ribeiro Zimmer, da Justiça estadual de Santa Catarina, determina a remoção da garota para um abrigo público após fazer uma série de perguntas sobre se ela aguentaria mais tempo com o feto e sobre se ela gostaria de "dar um nome para o bebê".
A audiência se tornou pública após uma parceria do Portal Catarinas e do The Intercept Brasil, que deram publicidade à sequência de ilegalidades. A menina conseguiu, na quarta-feira (22), realizar o aborto no mesmo hospital que, anteriormente, tinha negado fazer o procedimento.
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