Aos 23, empresária vende vestidos de noiva a baixo custo e fatura R$ 3 mi
Uma ida ao cartório mudou a trajetória profissional de Vanessa Lucian, 23. "Fui resolver algumas burocracias ligadas à minha casa e me deparei com uma fila significativa. Logo soube que era para a realização de casamentos no civil", conta. Para sua surpresa, a maioria das mulheres estava de calça jeans. "Ao conversar com algumas delas, soube que as opções de vestidos eram muito caras", afirma. Isso fez com que ela tivesse um "start": democratizar o acesso a vestidos de baixo custo para noivas que realizam celebrações menores.
Assim, em maio de 2020, nasceu a Noivas no Civil, rede de lojas de vestidos de festa, com sede em Santo André, na região metropolitana de São Paulo, que faturou R$ 3 milhões em 2021 —mas começou com um investimento muito menor, de R$ 800. "Na época, parecia loucura, pois só tinha R$ 800 para investir e estávamos no auge da pandemia de covid-19, mas a vontade de ter o próprio negócio e a falta de uma empresa com valores mais baixos não me deixaram desistir", diz. Atualmente, a marca está também em Osasco e Campinas, com previsão de faturar R$ 4,5 milhões este ano e entrar no mercado de franquias. As peças vão de R$ 100 a R$ 460, e há uma linha de noiva de R$ 800 a R$ 1 mil.
Para iniciar o negócio, Vanessa conversou com alguns amigos, comprou dez vestidos e criou um site. Ela usou seu Instagram, na época com 15 mil seguidores conquistados ao divulgar marcas, para as vendas iniciais e, em apenas uma semana, vendeu a primeira leva. Com o aumento dos pedidos, sentiu necessidade de ter um espaço, pois muitas mulheres queriam provar as peças. "Comecei a vender no salão de uma amiga, em uma sala que estava vazia", diz. Na segunda semana, o faturamento dobrou e, na quarta, tinha fila para entrar na loja. "Eu olhava o movimento e tremia de felicidade. Estava dando certo", afirma.
'Investi em cursos e mentorias'
O passo seguinte foi procurar um ponto para a empresa e estruturar toda a gestão para crescer de forma sustentável. "Foi um processo difícil, pois eu não conhecia as regras celetistas [referentes à CLT] e de comércio, nem dominava as práticas de gestão", diz. Segundo ela, é importante ter em mente que empreender não é só abrir um site, é entender de leis, processos, gestão, administração e finanças.
Além disso, é essencial saber como estruturar o negócio, com a definição de um planejamento de curto, médio e longo prazos. "Sabia que não cresceria sem esses pilares e investi em cursos e mentorias", afirma.
Entre as capacitações, ela cita duas que foram cruciais para o sucesso do negócio: finanças e gestão de pessoas. "No começo, tive muito medo de não conseguir administrar, de não fazer o correto. Às vezes, pensava que não daria conta. Empreender é como o avião que tem o ponto sem retorno. Quando você chega nesse ponto, tem duas opções: ou aprende, estuda e decola, ou erra e cai. Minha visão sempre foi de crescimento e de voar alto", afirma. Para ela, não existe crescimento sem aprendizado e esforço.
E por falar em voos, Vanessa queria ir mais longe. Como tinha clientes em outras cidades, como Osasco (SP), resolveu abrir a segunda loja e, recentemente, a marca chegou a Campinas (SP). A expectativa da empreendedora é alcançar 22 lojas nos próximos anos, aproveitando a retomada dos eventos presenciais. Para isso, o plano é entrar no modelo de franquias.
De acordo com Vanessa, há dois pontos importantes que apoiam esse crescimento. O primeiro é trabalhar para desviar as compras únicas, o que é comum quando falamos em vestido de noiva. Neste pilar, a empreendedora começou a produzir as peças e a criar coleções que dispensam a sazonalidade, como vestidos para madrinhas e convidadas, e para festas menores, como batizados. O segundo ponto é a diversidade de tamanhos. A marca trabalha com vestidos do PP ao extra G. "A empresa é voltada para mulheres reais", diz.
'Quero que todas mulheres se sintam lindas'
Tão importante quanto esses pilares, afirma Vanessa, é agir com um propósito muito claro. "Trabalho com sonhos e quero que todas as mulheres tenham a oportunidade de realizá-los e se sintam lindas no dia do casamento. Meu objetivo é permitir isso a quem não pode pagar caro por um vestido", diz.
Ela reforça que empreende para o outro, não para ela mesma. "Além de minhas clientes, minha meta é transformar a vida de todos que trabalham comigo, direta ou indiretamente: costureiras, motoboys, fornecedores e funcionários", diz. "Empreender com sucesso não é fácil, mas com amor e propósito é possível chegar lá."
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