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Professor da Unesp é acusado de assédio sexual contra alunas; ele nega

Cartazes com prints de conversas que seriam com professor Marcelo Bulhões foram espalhadas pelo campus da Unesp, em Bauru - Reprodução
Cartazes com prints de conversas que seriam com professor Marcelo Bulhões foram espalhadas pelo campus da Unesp, em Bauru Imagem: Reprodução

Camila Brandalise e Rafaela Polo

De Universa, em São Paulo

03/07/2022 12h26

Alunas da Unesp (Universidade Estadual de São Paulo) acusam de assédio sexual o professor da área de ciência humanas Marcelo Bulhões. Na sexta-feira (1º), cartazes com prints do que seriam conversas do professor com elas por WhatsApp e e-mail foram expostos no campus da universidade em Bauru, interior de São Paulo.

Nelas, aparecem falas com conteúdo de conotação sexual, com ele dizendo, por exemplo, que queria fazer sexo com uma aluna pelas ruas da cidade e que ela fizesse sexo oral nele. Também diz à mulher em qual posição sexual gostaria que ela estivesse.

Segundo relatos de estudantes no Twitter, Bulhões é, há anos, acusado de assédio contra alunas, e a universidade nunca agiu para coibir as práticas. Após a repercussão do conteúdo dos cartazes, a instituição pediu que todos fossem retirados por seguranças, o que causou revolta aos estudantes. Bulhões nega todas as acusações e se diz vítima de calúnia. A Unesp afirma acompanhar o caso.

Universa procurou o professor para saber seu posicionamento diante das acusações. Por e-mail, ele disse que "foi com estarrecimento que fiquei sabendo que cartazes falsos, forjados foram afixados no campus com teor acusatório a mim". "Estou ainda chocado", afirmou.

Bulhões afirma ser docente da Unesp desde 1994, "sem que qualquer mínimo indício concreto do que se pode ser classificado como assédio possa ser apontado". Agora, aponta, "atingem-me do modo mais vil".

"Entendo que legítimas e importantes demandas da atualidade —luta contra o racismo, movimento feminista— têm produzido uma mobilização de empatia diante de causas de enorme relevo. Nesse caso, todavia, estou sendo vítima de calúnia, cuja propagação em tempos digitais é implacável."

Essa não é a primeira denúncia de assédio contra Bulhões, como ele mesmo afirma em nota. Em 2019, já havia sido acusado de assédio em uma postagem no Facebook. Na época, a Unesp abriu uma comissão de sindicância para investigar as denúncias, mas o processo foi arquivado.

Estudantes do começo da década de 2010 dizem que comentários sobre o comportamento deles sempre existiu e alunas novas eram, inclusive, alertadas.

*com informações da Agência Estado