Ela deu cantada pelo Instagram e agora vai casar: 'Sou de tomar iniciativa'

"Na vida, às vezes ser oferecida é bom. Meu casamento está marcado para daqui 343 dias." O post que viralizou no Twitter é da professora Mariana Carvalho Abdala, 26 anos, de Anápolis (GO), que compartilhou com seus seguidores a maneira inusitada que usou para conhecer seu futuro marido, o economista Bruno Castro, 29.

A jovem contou que procurou o pretendente pelo inbox e questionou se ele teria interesse em ficar com ela. A história ganhou repercussão entre os internautas e mostrou que as mulheres podem ser decididas até na hora da paquera.

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O post de Mariana divulgou parte do início da primeira conversa que teve com o noivo. No print, ela pergunta: "Estar nos seus melhores amigos sem te conhecer significa que quer me pegar?". A resposta de Bruno foi rápida e certeira: "Exatamente". A conversa avançou e dará em casamento.

Confira abaixo a história do casamento de Mariana e Bruno.

"Fui criada por uma mulher empoderada e cresci com o pensamento dela. Então, não é qualquer comentário machista que me afeta. Corro atrás das minhas coisas e sou de tomar iniciativa. Foi assim que conheci o amor da minha vida. Não esperei por aquele flerte tradicional e resolvi eu mesma dar o primeiro passo. O resultado? Deu certo, não é mesmo? Nos aproximamos, começamos a namorar e vamos oficializar nosso casamento no ano que vem.

Essa história começou em novembro de 2021. Eu e Bruno não nos conhecíamos. Ele é bem 'low profile', e quase nunca posta algo em suas redes sociais. Eu só o conhecia pelas poucas fotos que ele tinha no perfil. Certo dia, percebi que eu estava entre os melhores amigos dele na rede social, mesmo sem o conhecer pessoalmente. Aquilo soou para mim como um sinal.

Nem pensei muito. Achei ele um gato. Então, vi a chance e fui. Vi abertura pela parte dele e decidi desenrolar logo. Depois disso, tudo foi acontecendo naturalmente. Eu e Bruno temos muita coisa em comum. Sabe aquela coisa de almas gêmeas? Então, é isso aí.

Começamos a falar sobre a vida, sobre como éramos apaixonados por cachorros e decidimos que queríamos nos conhecer. Isso tudo aconteceu em uma quarta-feira e marcamos encontro para o sábado seguinte, mas adiantamos para a sexta-feira pela ansiedade de nos conhecermos logo.

Tínhamos marcado encontro para 21h. Às 20h15, mais ou menos, ele me mandou mensagem falando que a bateria do carro dele tinha acabado. Eu achei suspeito. Pensei que estaria me dando um bolo, mas ele me mandou foto e vídeo do carro sem bateria. Ele morava em uma cidade e eu, em outra. Um senhor do prédio fez uma chupeta no carro e ele foi para Anápolis (Goiás).

Foi me buscar em casa, em outra cidade, abriu a porta do carro etc.

Tudo muito coisa de filme mesmo. Fomos para um dos meus bares favoritos. Ficamos bebendo chope até de madrugada e falando sobre nós. E lá eu disse para ele que a gente ia namorar e ele falou que já sabia.

Na hora de ir embora, a bateria acabou de novo e ficamos dentro do carro esperando ajuda e conversando. Aí, eu falei para ele que íamos nos casar. A ajuda chegou e eu simplesmente decidi ir dormir na casa dele. Na manhã seguinte, o pai dele apareceu no apartamento para ajudá-lo a instalar umas cortinas e eu já o conheci.

Passamos o sábado todo juntos e à noite, ele me levou para casa. Marcamos de nos encontrar na segunda que era feriado, fomos para Pirenópolis, a uma cachoeira, fizemos trilha, e ficamos mais de uma hora abraçados em total silêncio no pé de uma cachoeira com a água congelante. Foi nesse momento que tive a certeza de que era ele.

No domingo daquela semana era meu aniversário e voltando da cachoeira eu o convidei para um churrasco da minha família, e ele topou. Na quinta, fui para Goiânia, passamos o fim de semana juntos, e no domingo fomos para o churrasco da minha família. Lá ele me pediu em namoro.

O relacionamento foi caminhando. Como éramos de cidades vizinhas, ele me buscava em Anápolis para passarmos os fins de semana juntos. Mas isso durou só algumas semanas, pois logo fomos morar juntos. Aquela coisa, né? Os dispostos se atraem e facilitam. Estamos juntos desde então.

Comentários machistas

Quando divulgamos o início de nosso relacionamento, houve alguns comentários machistas. Não tantos quanto imaginei. Muitos deles diziam que se tivesse sido ao contrário, seria considerado assédio. Outros falaram um monte de bobeiras, mas eu simplesmente ignoro.

Estou vendo que a sociedade já caminha para luz. Vejo que já melhoramos bastante, mas ainda não chegamos lá.

Há muito caminho pela frente até acabarmos com essa sociedade machista. O que importa é ser feliz. Ele gostou demais de tudo isso. Ele é muito tranquilo, e adorou a forma com a qual eu o procurei.

Bruno foi criado por uma baita mulher decidida e forte. Não seria uma atitude empoderada como a minha que o assustaria. Cresceu em um ambiente repleto de mulheres decididas. Minha sogra, Valéria, e minha cunhada, Carolina, são mulheres de muita garra e muito determinadas. E meu sogro, Carlos, é um total gentleman. Ensinou ele a ser um cavalheiro. Bruno crescendo ao lado de pessoas assim, não teria como ter um caráter diferente.

Casamento no Cristo Redentor

Eu e Bruno gostamos de beber juntos na sacada, e quando bebemos temos umas conversas muito profundas. Em uma delas, decidimos que iríamos nos casar. Nunca achei que organizar um casamento seria tão difícil.

No momento, temos o Cristo Redentor já reservado, e estou contando com a ajuda de uma cerimonialista incrível, a Ivana, que está cuidando de tudo para mim no Rio de Janeiro.

Em setembro, vamos aproveitar que iremos ao Rock in Rio e ajeitaremos várias coisas que precisam ser feitas presencialmente por lá. Casaremos no dia 9 de junho de 2023, mas já estamos morando juntos em Goiânia, em um apartamento. Em breve, pretendemos mudar para uma casa para ter mais espaço.

Somos apaixonados por cachorros e já temos dois: Carbonara, que adotamos juntos, e Tobias, que o Bruno já tinha. Pretendemos ter mais. Temos um trato de que quando eu engravidar, eu ganho mais um.

Bruno passou por um câncer no testículo há alguns anos e, infelizmente, retornou há alguns meses. Congelamos espermatozoides para poder fazer inseminação. Queremos muito ter filhos e estamos nos programando para que isso aconteça em uns três anos, mais ou menos. Segundo uma simpatia que minha cunhada fez, teremos quatro meninas.

Mulheres, tomem iniciativa!

E essa é a minha história. Espero que possa ajudar outras mulheres a não terem medo ou vergonha de tomarem a iniciativa em tudo nas suas vidas. Não tenha medo. Vai atrás mesmo. Mostre que você quer, mostre iniciativa. E se o cara ficar com medo ou te julgar, tome isso como um sinal. Você não vai querer estar ao lado de alguém que pensa assim.

Por muito tempo, eu fiquei desiludida com o amor, mas uma hora chega para todos. A sociedade demora e vai nos julgar. Somos mulheres em um mundo machista, mas vamos quebrar as rédeas do patriarcado." Mariana Carvalho Abdala, 26 anos, professora, de Anápolis (GO)