'Nunca pensei que precisava ser mãe', diz Cintia Dicker, grávida de Scooby
Quando Cintia Dicker conheceu Pedro Scooby, com quem está junto desde 2019, sua vida se transformou drasticamente. A modelo deixou Nova York, cidade onde vivia há 16 anos, e se mudou para Cascais, em Portugal. O novo endereço, justificado pela necessidade que o surfista tinha de estar mais próximo dos seus três filhos (fruto do casamento com a atriz Luana Piovani), veio em um momento que Cintia já não aguentava mais o ritmo da cidade grande. "Em Nova York, o barulho é o tempo todo. É ambulância, bombeiro, tudo que possa imaginar. Mas você vai ficando mais velha e começa a querer um pouco de paz, silêncio", explica.
Mas na tranquilidade de Cascais, onde ela acorda ouvindo o barulho dos pássaros e deu vida à horta que almejava há tempos, Cintia precisou se acostumar a um outro tipo de turbulência. O relacionamento com Scooby, cuja vida pessoal está sempre na mídia, ocultou a carreira da modelo que tem no currículo marcas como Dolce & Gabana, Victoria´s Secret e Yves Saint Laurent e deu lugar a notícias que enfatizavam seu relacionamento com Luana Piovani e a vida sexual do casal, algo que Cintia até mesmo incentiva. "Nada mais natural do que transar e falar sobre sexo?", diz. "Mas no começo eu não entendia muito bem porque no exterior essas fofocas não fazem o menor sentido."
Agora, com a gravidez de três meses recém-anunciada, a modelo mal teve tempo de pensar como ficarão os trabalhos que já havia acertado com marcas internacionais como Lord & Taylor. Quer aproveitar que poderá ficar em casa enquanto Scooby mantém uma agenda repleta de trabalhos e sonha com um futuro utópico para o seu filho no qual Instagram, TikTok e outros aplicativos não terão tanto peso perto das coisas que verdadeiramente importam.
UNIVERSA: Você acabou de anunciar a sua gravidez. Foi algo planejado, como vocês descobriram?
Cintia Dicker: A gente não planejou nada, simplesmente aconteceu. Eu já não usava nenhum método contraceptivo há muito tempo e achei que não aconteceria fácil. Pelos nossos cálculos, foi logo quando o Pedro saiu do "BBB". Ele deixou a casa no dia 21 de abril e aconteceu no dia 23. A gente estava no Rio de Janeiro, se arrumando para ir para a Sapucaí.
Acho que, depois de três meses confinado, ele [Scooby] saiu com mais energia. Descobri muito cedo, na quarta semana já. Por eu ser muito magrinha, rápido já apareceu uma barriguinha, o peito ficou dolorido.
Eu estava com uma amiga em casa, Pedro foi na farmácia, entrei no banheiro e do lado de fora ficou todo mundo, minha sogra, as crianças. Quando saí, foi aquela emoção e as crianças amaram porque sempre falaram que queriam uma irmãzinha. A gente respondia que uma hora ela viria, mas engravidar foi uma coisa que nunca esteve na minha cabeça, do tipo "preciso ser mãe". Era algo que, se acontecesse, tudo bem, e agora aconteceu.
Faz um tempo que você vem se envolvendo na criação dos filhos do Scooby. Isso mudou sua visão de maternidade, qual é a expectativa para a chegada do bebê?
Eu nem parei para pensar em como vai ser, mas desde pequena eu ajudava a minha mãe na creche onde ela trabalhava. Minha irmã também é 11 anos mais nova que eu e ajudei a criá-la, trocava fralda, dava banho, aprendi desde novinha. Com os filhos do Pedro --a Liz, o Bem e o Dom--, é mais fácil porque eles já estão maiores, mas ainda tem que conversar, explicar as coisas, responder umas perguntas do nada. Eu fiquei bem nervosa quando fui conhecê-los porque criança é sem filtro e eles olharam para mim e perguntaram: "Quem é você? O que está fazendo na nossa casa? Por que está com o papai?". Eu era uma pessoa nova em casa, mas as dúvidas duraram meia hora. Hoje a gente é um grudinho e eu fico muito tempo sozinha com eles. Agora, como será com um recém-nascido eu não sei. Dizem que você só descobre quando se torna mãe e tenho que esperar isso acontecer.
Vocês expõem bastante a vida sexual de vocês e compartilham também a experiência com brinquedos eróticos. Você sempre gostou de usar?
Para a gente é natural falar sobre [a nossa vida sexual] e sempre foi. Tem coisa mais natural que transar e falar sobre sexo? Esse tabu tem que ser quebrado. Sempre fui aberta, mas acho que, de todos os namorados que tive, o Pedro é com quem eu tenho mais liberdade. Desde que começamos a ficar, ele perguntava o que eu gostava e o que eu não gostava e não tenho vergonha nenhuma de perguntar ou falar o que gosto. Por isso acho que ele foi também a pessoa com quem mais usei brinquedos eróticos. A primeira vez, eu estava em um sex shop em Nova York, mandei uma foto de algum vibrador e ele já respondeu que achou demais. Sempre que a gente faz alguma viagem, a gente compra alguma coisinha, ele me dá coisas de presente e dou a ele também.
Em um aniversário, eu o presenteei com um vibrador com controle remoto. Estava com um monte de gente em casa, coloquei e disse: 'Controla aí'. Ele apertou e só aí se ligou o que aconteceu. A gente ainda não levou para um restaurante, mas tenho vontade.
Durante o "BBB", o Scooby surpreendeu todo mundo com seus "apagões" e o jeito desligado. Como é lidar com essa característica no dia a dia?
A maioria das nossas brigas no início eram por conta disso, de eu falar com ele e ele não responder porque estava com a cabeça em outro lugar. De certa forma, foi bom vê-lo 24h por dia e perceber que não era só comigo porque acontecia independentemente da situação ou assunto. Era muito difícil vê-lo lá sem poder falar com ele. O tempo não passava e os três meses pareceram durar um ano. Quando ele me contou que entraria, fiquei super-receosa e disse que não queria. Mas ele disse que queria mostrar quem era, que não iria me decepcionar e que queria um futuro que fosse bom para a gente. Eu tinha medo porque ele fala tudo que vem à cabeça, não tem nenhum filtro e qualquer coisa as pessoas já julgam, há cancelamento. Mas ele não bebeu, não disse o que não devia, falou bonitinho, deu tudo certo.
Houve algo que ele tenha falado que você preferia ter mantido na esfera privada?
Tudo o que o Pedro fala a gente conversa antes e ele nunca vai falar algo que eu não queira e que ele não quer. Mas o que eu não estava acostumada, antes de nos conhecermos, era como lidar com essa exposição porque, fora do Brasil, não há exposição do que eu faço, com quem estou e o que estou comendo.
Essa exposição me assustou um pouco no começo, mas ele foi me ensinando a lidar, a ignorar haters. No início eu ficava mesmo chocada. Vinham coisas como: 'logo você leva um chifre do Pedro' 'esse relacionamento vai durar um mês', 'não fica longe que ele vai te deixar'
Fiquei preocupada como tem muita mulher que depende do homem para ser feliz. E não precisa, se ele quiser trair, fazer alguma merda, será na esquina, será em qualquer lugar.
O Scooby e você já comentaram em entrevistas que você é bastante ciumenta. Como é lidar com esse sentimento?
Eu tenho ciúme de tudo, das minhas amigas, da minha mãe, das minhas coisas, é algo generalizado. Mas, com o Pedro, acho que é mais da parte da mulherada que não respeita porque ele não me dá nenhum motivo. Não tem nada específico que aconteceu, mas às vezes você está na rua, daí vem alguém: "Pedro, lindo, que gostoso". O povo não tem respeito. Eu tinha muito mais ciúme, mas a gente vai crescendo e passa a ter outras preocupações e o foco passa a não ser mais apenas o relacionamento. Quando você é mais nova, é o amor da vida, se não tiver aquela pessoa, você vai morrer. Eu tive um namorado, por exemplo, que comecei a namorar com 16, 17 anos e a gente ficou junto por cinco anos. Quando ele acabou comigo, eu queria me matar. Não queria mais comer, sair, a agência ligou para a minha mãe e eu tive que voltar para o Sul, onde fiquei dois meses fazendo terapia. Acho que foi a maior decepção amorosa da minha vida, mas hoje olho para ele e penso: "Meu deus, amor da minha vida, como?"
Você acredita em um amor da vida?
Acredito em amores da vida. Cada relacionamento que eu tive, achei que era o amor da minha vida até chegar a ocasião em que você percebe que não é e terá um próximo. Com o Pedro, a gente tem todos os planos juntos, de ter a nossa casa própria em Portugal, de ter um cantinho no Rio de Janeiro, de acabar de construir nossas casas na Bahia, do casamento acontecer, se Deus quiser, no ano que vem. Filhos ele diz que quer mais, mas acho que vamos parando por aí. Um para mim está ótimo. E agora vamos aproveitar que estou gravidinha e vou poder ficar em casa enquanto ele está cheio de trabalho. Vou ajudá-lo ao máximo enquanto ele está na rua fazendo dinheiro para a gente.
Como você está lidando com as mudanças decorrentes da gravidez?
Eu sempre engordei muito fácil e sempre tive problemas com o quadril. Quando era novinha, vivia de dieta para manter o quadril entre 88, 89, mas sempre media 91 ou 92. Fazia dietas malucas que não adiantavam em nada até aceitar meu corpo -teve uma época que cheguei a fazer de tudo e não deu resultado. Agora, com a gravidez, me sinto enorme com três meses. Eu não estou acostumada a ter barriga, peitão, celulite.
Eu estou aceitando e comendo tudo que não comi em 20 anos de carreira. Pedro olha para mim e fala 'caraca'. Como três pratos de feijão com arroz, três hambúrgueres, tudo que me dá vontade de comer, estou comendo. Acho que estou relaxada pela primeira vez na vida.
Chegou a fazer procedimentos estéticos?
Fiz uma lipo quando tinha 18 anos. Eu não malhava e achei que a lipo era a solução. Claro que, depois de um tempo, tudo voltou, e quando cheguei em casa após a cirurgia, sentia tanta dor que me arrependi muito. Novinha também, sem pensar, coloquei silicone para levantar o peito. Eu queria levantar o peito para o vestido de noiva [para o casamento com o empresário Rico Mansur, de quem se separou dois meses antes da cerimônia] e me arrependo. Pensei em tirar algumas vezes, mas os médicos me aconselharam a esperar. É claro que, se eu sentir necessidade de algum procedimento hoje, eu vou fazer, mas agora sei que tem que malhar, comer bem. Mas acho que com Instagram, TikTok, todo mundo foi ficando igual e, por mim, queria mesmo era que todo mundo voltasse a ser natural. Acho que todo mundo deveria se aceitar como é.
O que você espera ensinar para o seu filho, qual futuro imagina para ele?
Queria que acabasse o Instagram, que todas as pessoas voltassem a ler livros, a conversar, a mandar cartas, mas sei que isso não irá acontecer. O que tentarei fazer é que esse bebê cresça o mais pé no chão possível. Quero levá-lo para a raiz que tive, que é na roça, com mato e animais para que ele dê valor as coisas que realmente acontecem e não passam apenas na tela do celular. Quero mostrar a ele os reais valores da vida porque a melhor coisa é ter crianças para brincar sem ficar olhando o Ipad. Não entendo essa nova geração. Quem sabe eu vá entender quando meu nenê chegar e dê um Ipad na mãe dele para parar quieto, mas acho que não.
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