Pink é o novo preto: cor vibrante virou básico do inverno; veja como usar
"Não se engane: este não é o pink da sua mãe. Nesta temporada, o pink é ousado. O pink é punk. O pink está definindo uma nova geração", avisa a revista norte-americana "V Magazine" em sua edição de outono que tem nove capas e personagens vestindo pink em todas elas.
Na semana passada, no mais recente desfile da grife italiana Valentino, em Roma, uma legião de influencers e atrizes como Anne Hathaway, Florence Pugh e Ashley Park, sentaram-se na primeira fila, todas vestidas de pink.
Na apresentação realizada em março, na Semana de Moda de Paris, a coleção de outono/inverno ganhou o nome de "Pink PP", e virou cor registrada no Pantone. O cenário era pink do teto ao chão e, com exceção de meia dúzia de looks pretos, o resto era inteiramente rosa choque. "Montar um look com apenas uma peça pink não causa o mesmo impacto do que apresentar um visual dos pés à cabeça. No fim do dia, do que as pessoas vão se lembrar?", diz a consultora de imagem e personal stylist Anna Fuzaro. "Quem sai na rua inteiro de pink sabe muito bem quem é e do que gosta."
"Acho que é uma das cores mais fáceis de combinar. Geralmente quando as pessoas não sabem o que usar, elas vão no 'pretinho básico'. Eu vou no pink", diz a influencer Jordanna Maia.
Esse tom vibrante de rosa, conhecido por aqui como "rosa choque", foi criado pela estilista francesa Elsa Schiaparelli (1890-1973) nos anos 1930. Considerada à frente de seu tempo, em sua autobiografia "Shocking Life", ela conta: "A cor surgiu como um flash na frente dos meus olhos. Brilhante, impossível, imprudente, atraente, cheia de vida para dar? Uma cor chocante (daí o 'shocking' em inglês), pura e intensa", escreveu.
Escapismo
O cenário pós-pandêmico explica, em partes, essa volta triunfal do pink. "Sempre que existe alguma dificuldade no contexto global, se cria uma manifestação cultural que traz tendências expressadas através de imagens. Por causa da pandemia, existe essa busca pelo escapismo e, também, por coisas boas", pontua a stylist. "O mundo está cada vez mais com ondas de informações negativas somadas à ansiedade, depressão e um cenário político pessimista. Quando falamos na psicologia da cor, o pink pode ter vários significados: fantasia, diversão, leveza, perfeição, prazer e liberdade", acrescenta.
A modelo e apresentadora Fernanda Motta, 41 anos, conta que é adepta do pink e tem essa sensação. "Uso faz tempo. É uma cor que me valoriza muito, uma cor viva e que nos deixa alegre. Acho que passa leveza e delicadeza", fala.
O significado da cor evoluiu ao longo dos tempos. "Hoje, o pink remete muito mais a um estado fashionista, a algo criativo e vibrante", diz Anna. "Quando a gente fala em rosa, vem à cabeça uma coisa mais fofa, mas tudo depende do tom que você escolher, assim como do cabelo, da maquiagem, dos acessórios e até do seu mood no dia. Quando uso um look todo rosa, reforço os acessórios, como uma corrente mais pesada, óculos escuros ou uma bota, por exemplo", fala Jordanna.
Magenta, Fúcsia, Bubblegum? Mesmo dentro do pink, podem existir variações do tom, que a cada temporada ganha nomes diferentes das grifes —assim como a Valentino patenteou o "Pink PP". "É importante descobrir qual tom funciona melhor com a cor da sua pele e, o melhor jeito de descobrir, é experimentando na frente do espelho e comparando", diz Anna.
Mas antes de apostar em qualquer tendência, é preciso ponderar se aquilo realmente tem a ver com seu estilo e gosto. "Tudo o que a gente veste tem de fazer sentido com quem a gente é. Não é uma questão de ocasião", acredita Anna.
E como deixar o look pink com a cara de hoje? "A chave é alfaiataria e, principalmente, a brincadeira com as proporções. Você pode apostar em uma peça com uma modelagem ou uma textura diferenciada , como plumas ou paetês, por exemplo", indica Anna. "No desfile da Valentino, por exemplo, o design é todo sexy. Não tem nada de menininha. Você olha e diz: 'Que mulher empoderada!' Tem de saber usar as assimetrias e os recortes para trazer essa mulher forte", diz Jordanna.
Para as iniciantes no look total pink, um bom ponto é abraçar o tom e deixá-lo 'brilhar'.
Aposte na cor para ser a estrela do look. Não tente colocar mais nada para chamar atenção. Não crie uma competição. Escolha complementos mais simples. E isso acaba criando uma imagem mais moderna
Anna Fuzaro, personal stylist
Para quem ainda não sabe se encara sair na rua inteiramente de pink, a dica é começar pelos acessórios. "É uma cor forte, que pode intimidar quem não está acostumado. Comece por uma bolsa, um sapato e vá misturando. Usando aos poucos, você vai se adaptando, se entrosando com a cor e aumentando na medida em que entende melhor do que gosta. Tem de olhar e perceber se está te valorizando", ensina Fernanda Motta. "De dia, você pode combinar com neon ou peças mais básicas como jeans e camisa. De noite, aposte no pink com brilho porque dá ênfase no look', completa a modelo.
Segundo Pierpaolo Piccioli, estilista da Valentino, declarou à "Vogue" inglesa, "qualquer um fica ótimo com pink porque a cor simplesmente ilumina o poder interior da pessoa que a usa". Já experimentou?
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