Ela usou um vibrador até acabar a bateria: 'Sugou minhas energias'
A funcionária pública Ana Paula Schmitz, 43 anos, fez um post simples para compartilhar uma experiência que teve recentemente, mas não sabia que sua história teria mais de 72 mil curtidas no Twitter. Isso porque ela decidiu contar a primeira vez que usou um vibrador do modelo "sugador" e usou até acabar a bateria do brinquedo.
Em entrevista a Universa, Ana, que mora em Blumenau (SC), disse que se espantou com a dimensão que o post teve nas redes sociais.
"Foi muito inesperado. Claro que em alguns momentos eu falo sobre sexo e brinco, mas não é uma 'linha editorial" do meu perfil. Mas decidi contar a experiência com aquele tipo específico de vibrador", diz.
Há um mês, Ana foi até uma sex shop da sua cidade e comprou o brinquedo. "Muita gente fala super bem, ouvi ressalvas sobre o estímulo muito grande, mas eu tinha muita e resolvi usar", disse.
Nesta semana, Ana colocou o aparelho para carregar e decidiu relatar o uso nas redes. "Foi extremamente rápido. Não tinha usado nada, como lubrificantes, não tinha colocado uma música tocar, não conversei com ninguém, não tive nenhum estímulo. Foi como se tivesse aberto um livro", brinca. "Eu não estava conseguindo desligar, achei que era uma coisa automática e continuei usando. Imaginei que a bateria não duraria muito. Estava bom e não parei."
Gozei uma, duas, quatro vezes. Sugou minhas energias.
Foi quando ela decidiu pedir ajuda a alguém mais experiente. "Minha irmã adora esse tipo de produto, liguei para ela às 11 e meia da noite. Ela me orientou a apertar com força o botão do medo e desligou", relata.
Ana diz que ficou pensando se, de fato, compartilharia a experiência em suas redes sociais, por ser uma história íntima. "Mas tem rolado esses dias uma onda de puritanismo no Twitter, gente defendendo que exista um botão para pular cenas de sexo em filmes e tudo isso me causa um certo medo, sabemos de onde esse movimento conservador. Essa cultura de querer demonizar o prazer feminino é algo político", diz.
"Ainda um tabu e pudor, mas se fala muito mais em sexo do quando eu era mais jovem. Minhas amigas não falavam sobre masturbação, elas nem se masturbavam, na verdade. Hoje existe uma cultura diferente. É muito bom conhecer seu corpo. Avançamos, conseguimos dar alguns passos neste debate, não acho que podemos voltar atrás."
Ela conta que muitas meninas pediram indicação do vibrador que usou. Como "serviço público", ela decidiu postar o link do produto na loja do site que comprou: em uma hora, todos os sugadores da sex shop acabaram.
"A loja até me ofereceu parceria", conta a funcionária pública. "Não sei quantas unidades tinham, nem era uma 'publi' ou nada disso. Mas a moça da loja me ligou dizendo: 'elas compraram todos'", lembra.
Claro que com o 'hit', vieram também comentários desagradáveis. "Muita gente me xingando, me chamando de vagabunda, usando o fato de eu ser mãe para me xingar. Mas parei de olhar porque essas coisas, na verdade, não importam porque, por outro lado, muitos homens também vieram pedir indicações para comprar para as esposas. Eu achei isso ótimo, porque o brinquedo não pode ser visto como um vilão ou substituto: pode ser muito bom para que todo mundo se divirta."
Ana tem um filho de 11 anos e conta que as pessoas têm problemas em ver uma mulher, mãe e com a sua idade falando abertamente sobre sexo.
"Quando a mulher se torna mãe parece que ela vira uma entidade. Não somente em relação à vida sexual, mas à vida social como um todo. Temos até crescimento de movimentos 'child free'. Existe um apagamento da mulher como ser humano. E o mundo não pode ser justo se todo mundo não estiver inserido nele", defende.
"Sou uma pessoa considerada padrão e não sofri tanto hate do meu tweet. Não relacionam o fato de eu usar vibrador à minha aparência, por exemplo. E ainda assim, uma mãe ou mulher mais velha parece que não tem direito a uma vida sexual ativa e plena."
Nos últimos anos, a procura por vibradores tem aumentado. No primeiro ano de pandemia, por exemplo, o comércio de produtos eróticos teve um crescimento de 12% e os vibradores tiveram aumento de 50% das vendas — um movimento que Ana comemora.
"Acho que esse boom é reflexo de um mundo mais aberto especialmente à geração mais nova, mais despreocupada com o estigma. Esse movimento faz parte dessas descobertas e hoje existem vários modelos para todos os tipos de vontades e ocasiões", afirma.
"A indústria pornô sempre esteve aí, com um viés patriarcal. Agora, essa indústria dos vibradores vem numa onda reversa e diferente, me parece, focado no prazer das mulheres."
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