'Vida de pais está minando nosso desejo sexual. Como resgatar o tesão?'

Será que é possível resgatar o tesão em um relacionamento quando ambos deixam a intimidade de lado para se tornarem apenas pai e mãe? O problema, frequente na vida de grande parte dos casais que têm filhos, está tirando o sono de Heloisa, 37, de São Paulo, que é casada há oito anos e tem uma filha de cinco e outra de três anos. Em entrevista ao podcast Sexoterapia, ela contou que a vida como pais está minando o desejo do sexual do casal.

"Temos pouca intimidade, poucos momentos a dois. Parece que todas as nossas conversas e ações são pautadas pela vida das meninas. Meu marido até demonstra desejo de transar com frequência, mas eu sinto falta de ser seduzida, sabe? É claro que eu tenho o desejo de transar também, mas às vezes parece que não cabe na agenda. E quando percebo, já estamos há um mês sem transar. Meu marido também ganhou um certo peso ultimamente, e sinto até vergonha de admitir, mas acho que isso corta um pouco meu tesão". (Veja o depoimento completo no vídeo a partir do minuto 11:13)

Segundo Ana Canosa, apesar de essa carga mental e esse cansaço trazidos pela maternidade serem reais, no fundo, Heloisa parece estar vivendo uma espécie de luto pela fase anterior do casal. "Nessa fase, ela não tinha filhos e estava mais livre para usar o espaço de intimidade dela para seduzir e ser seduzida", afirma. (Veja no vídeo a partir do minuto 16:47)

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Papai e mamãe

A sexóloga chama atenção para o fato de que se fala muito dessa questão da mulher assumir uma imagem de maternidade nos relacionamentos, mas que, neste caso, o parceiro da Heloisa parece estar ocupando o papel da paternidade. (Veja no vídeo a partir do minuto 17:52).

"Ela olha para esse homem e não vê nada mais do que a barriga dele e o fato de ele ser pai. Cadê o cara pelo qual ela se apaixonou? Será que eles estão trocando?", questiona Ana, lembrando que, às vezes, as pessoas ficam esperando a prática sexual e não desfrutam de outras possibilidades maiores, como criar momentos de intimidade e conexão, seja ficando deitados juntos se acariciando, seja ficando de mãos dadas vendo um filme. (Veja no vídeo a partir do minuto 18:30)

"O corpo da gente precisa de toque, dessa conexão, que é emocional. Às vezes, os casais fazem a associação de que sexo é só a penetração. A flexibilização para ir além disso é importante para a manutenção do vínculo".

Sexo na agenda

A sexóloga destaca ainda que, se for preciso, vale marcar na agenda um horário para criar esses momentos de conexão. (Veja no vídeo a partir do minuto 23:00).

"A gente marca horário para tudo, por que não marcar para transar?", brinca.

Mas ela esclarece que não se trata de marcar um horário literalmente para o sexo, e sim de proporcionar, intencionalmente, espaços na agenda para que o casal passe um tempo fazendo algo juntos, seja dançar, conversar, ir ao cinema, criando oportunidades para estimular o desejo.

"Não dá para ficar esperando o desejo espontâneo vir. Desejo espontâneo aparece no corpo de vez em quando. Quando a gente está apaixonado, o tempo inteiro. Mas depois de um período, às vezes a gente tem que colocar o desejo que responde ao estímulo para recordar a memória erótica de quem é aquela sua parceria, de quem você é". (veja no vídeo a partir do minuto 23:32)

Sexoterapia é o espaço criado por UOL/Universa para falar de sexo e relacionamento. Você pode conferir o programa em plataformas de áudio como Spotify, Apple Podcasts, Google Podcasts e Amazon Music. No Youtube de Universa, o programa também está disponível em vídeo.