Quem são as mulheres que se destacaram na leitura da carta pela democracia
Três professoras de direito na USP (Universidade de São Paulo) fizeram história nesta quinta-feira (11) ao lerem a "Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em Defesa do Estado Democrático de Direito", no largo de São Francisco, na região central de São Paulo.
Ao lado de Flavio Flores da Cunha Bierrenbach, ex-ministro do STM (Superior Tribunal Militar), as juristas Eunice de Jesus Prudente, Maria Paula Dallari Bucci e Ana Elisa Liberatore Bechara se revezeram na leitura de trechos do documento. Também fazem parte da lista de mais de 1 milhão de pessoas que assinam a cara.
A carta é vista como uma resposta às declarações golpistas do presidente Jair Bolsonaro (PL) contra o processo eleitoral no país, em especial contra as urnas eletrônicas.
Conheça um pouco mais da carreira das três mulheres.
Eunice de Jesus Prudente
Filha de pai metalúrgico e mãe tecelã, nasceu em setembro de 1946, na Mooca, em São Paulo, e foi educada na Escola pública São Teodoro. O avô materno integrou a Frente Negra Brasileira.
Doutora pela USP, com orientação do professor constitucionalista Dalmo de Abreu Dallari, morto em abril último, foi autora da primeira tese que propõe a criminalização da discriminação racial, em 1980. Hoje, é secretária municipal de Justiça da cidade de São Paulo. Na USP desde 1985, foi também professora titular da Universidade Zumbi dos Palmares.
Eunice conquistou o feito de ser a primeira mulher negra a lecionar na Faculdade de Direito, e também a primeira mulher negra a assumir, de 1999 a 2001, a Diretoria Executiva do Procon (Programa de Orientação e Proteção ao Consumidor).
Maria Paula Dallari Bucci
Maria Paula trabalhou com direitos humanos, especialmente no começo da carreira. Também é doutora pela Faculdade de Direito da USP e coordenadora da Esnap (Escola Superior Nacional de Advocacia Pública). É filha de Dalmo Dallari, jurista considerado referência no estudo do direito no país.
Especialista em Direito Público, foi secretária de Educação Superior do Ministério da Educação (2008-2010), consultora jurídica do Ministério da Educação (2005-2008) e Procuradora-Geral do CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), de 2003 a 2005.
Foi superintendente jurídica da USP (2014-2017), procuradora da USP (1992-2018), tendo atuado como procuradora-geral (2014-2015) e como assessoria jurídica da Agência USP de Inovação (2011-2013).
No magistério, Bucci atuou na Universidade Presbiteriana Mackenzie entre 2002 a 2014, Escola Nacional de Administração Pública de 2004 a 2008 e na Escola Superior do Ministério Público do Estado de São Paulo de 2002 a 2004, além de outras instituições.
Atualmente, a professora estuda a linha de pesquisa Tendências do Estado contemporâneo, coordenando o grupo de pesquisa Estado, Direito e Políticas Públicas na USP. É ainda autora de diversas obras como: "Teoria do Estado: Sentidos Contemporâneos" (2018), "Fundamentos para uma Teoria Jurídica das Políticas Públicas" e "Direito Administrativo e Políticas Públicas".
Ana Elisa Liberatore Bechara
Conquistou a vaga de professora titular na Faculdade de Direito da USP após disputar concurso com a atual deputada estadual Janaína Paschoal (PRTB-SP), conhecida como autora do pedido de impeachment de Dilma Rousseff ao lado dos juristas Miguel Reale Júnior e Hélio Bicudo. Janaína seguiu como professora associada da universidade.
É ainda vice-diretora do curso de direito da USP, foi membro do Conselho de Política Criminal e Penitenciária do Estado de São Paulo, do Comitê Interinstitucional de Prevenção e Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas e do Comitê de Ética em Pesquisa da Secretaria de Administração Penitenciária, junto ao Governo do Estado de São Paulo.
Entre suas linhas de atuação está a área de questões de gênero no direito.
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