Modelo trans denuncia agressão e abuso sexual de motorista de aplicativo
A artista visual Sumé Yina denunciou ter sido abusada sexualmente e espancada por um motorista de aplicativo. "Me dói a carne dizer que fui mais uma vítima de transfobia, fui espancada, tive meus ossos quebrados e fui colocada no maior lugar de vulnerabilidade em que já vivi", disse a vítima em suas redes sociais.
A violência teria acontecido em São Paulo quando Sumé embarcou em um carro no bairro Santa Cecília com destino à avenida Sumaré, zona oeste da cidade, na madrugada de 5 de agosto.
A Universa, Sumé contou que a agressão aconteceu dentro e fora do veículo da 99. Ainda abalada, não conseguiu dar detalhes, mas lembrou que tentou fugir do agressor correndo em direção à portaria de um prédio que possuía iluminação e câmeras de segurança. A tentativa, no entanto, não cessou o ataque.
"Ele continuou até eu conseguir gritar por ajuda. Eu sofri fraturas no corpo, feridas no rosto e diversos machucados pelo corpo. Fui atendida na unidade de saúde PSM Doutor Álvaro Dino de Almeida, na Barra Funda", disse.
"Trauma e medo ininterrupto de ser violentada"
Ela conta que nos primeiros dias foi muito difícil lidar com todas as feridas e dores pelo corpo. As lembranças dos momentos de terror causaram mais do que dor física.
"Tenho tido uma grande dificuldade social e de comunicação, além de um medo ininterrupto de ser violentada de outras maneiras, já que mesmo nesse estado continuo sofrendo transfobia nos estabelecimentos. Existe uma parte confortante de saber que estou sendo cuidada por amigas que amo e que tornam as coisas um pouco menos traumáticas", disse a Universa.
Transfobia no atendimento médico
"Sofri transfobia no posto de saúde mesmo informando qual gênero eu me reconheço e quais pronomes gostaria de ser tratada. Senti uma falta de profissionalismo e humanidade com o meu corpo, desde não terem cuidado com as minhas lesões e fraturas, até a mal feitura do gesso, dos pontos no rosto, da limpeza dos ferimentos", diz.
Segundo Sumé, ela precisou procurar médicos particulares para conseguir ser tratada de forma digna.
A vítima denunciou as agressões no 64º Distrito Policial - Cidade A E Carvalho. A Polícia Civil de São Paulo vai investigar. Procurada, a 99 se pronunciou por meio de nota.
O que diz a 99 Taxi
Procurada por Universa, a empresa garantiu que "repudia veementemente o ato de violência e discriminação contra a passageira Sumé". Segundo o comunicado, a 99 baniu o motorista imediatamente do app e mobilizou uma equipe para oferecer todo o acolhimento e suporte necessário à vítima.
A nota afirma também afirma que está "empenhada em combater esse tipo de situação na plataforma" e que os motoristas são orientados a terem " uma conduta que preze pelo respeito e destacamos que esse tipo de comportamento não é tolerado". O comunicado ainda diz que a empresa conta com uma central de atendimento exclusiva para segurança, que trabalha 24 horas por dia para colaborar com a proteção de todos os usuários.
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