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'Sem vontade de sair', diz bancária que sofreu tentativa de estupro no Rio

Cláudia Oliveira afirmou que foi perseguida pelo agressor antes da abordagem - Reprodução/TV Globo
Cláudia Oliveira afirmou que foi perseguida pelo agressor antes da abordagem Imagem: Reprodução/TV Globo

Marcela Lemos

Colaboração para Universa, do Rio de Janeiro

20/08/2022 09h32

A bancária, Claudia Oliveira, 56, que sofreu uma tentativa de estupro no último sábado (13), próximo ao metrô do Flamengo, na zona sul do Rio de Janeiro, contou a Universa que não tem saído de casa, está com feridas na cabeça e ainda sente dores no pescoço em função das agressões que sofreu quando foi abordada e imobilizada por um morador em situação de rua na região. Outras escoriações que permanecem no corpo, ela atribui à tentativa de se defender do agressor.

A Universa, a vítima contou que, desde então, não tem vontade de sair de casa:

"Na realidade, eu tenho evitado sair. Fui muitas vezes na delegacia, mas tenho medo. Não sei se é um trauma. Eu sempre tive orgulho de dizer que era uma pessoa desencanada, que não era neurótica, então agora estou repensando tudo isso".

Eram 19h30 e Claudia estava passeando pelo bairro com a sua cachorrinha quando notou o olhar diferente do morador em situação de rua. Por segurança, ela se deslocou para outro ponto do bairro, e ao acessar uma rua próxima ao metrô e olhar para trás, percebeu a presença do mesmo homem e correu. No entanto, a mulher foi perseguida e alcançada pelo homem, que a arrastou para perto de uma caçamba de entulho.

Assustada, a cachorra conseguiu se soltar da coleira e fugiu para casa.

Imagens de uma câmera de segurança que flagrou parte da ação mostram o homem batendo com a cabeça da vítima no chão e tentando tirar a calça dela. A mulher reage.

A tentativa de estupro só foi interrompida, após um segurança de uma loja da região ouvir os gritos da vítima e correr para socorrê-la. O autor, identificado como Marcus Vinícius Vieira, conseguiu fugir, mas acabou preso três dias depois.

A bancária disse ainda que só após o homem fugir notou que ele estava com uma tesoura na mão.

"É uma sensação de impotência. Por sorte ele não me feriu.

Animal mudou o comportamento

Claudia contou ainda que após a abordagem sofrida, a cadelinha passou a apresentar mudanças de comportamento. Ela tem latido com frequência —o que não fazia antes— e não tem demonstrado vontade de ficar na rua quando sai de casa para fazer as suas necessidades.

Quando a mochila do agressor foi encontrada, no próprio sábado, o animal ficou agitado.

"Quando viu meu marido com a mochila do homem, ela avançou nele e começou a latir. Percebemos que ela reconheceu pelo cheiro, e enquanto não levavam a mochila embora, ela não sossegou. Ela está mais agressiva, assustada e bem traumatizada", disse Claudia.

A mochila de Vieira foi entregue à polícia. Nela, foram encontradas duas tesouras, aparelho e produtos de barbear, escova de dente e um cachimbo de crack. Os itens foram encaminhados para a perícia.

Autor foi preso

Três dias após o crime, o morador em situação de rua foi preso por uma equipe do Segurança Presente —programa de policiamento ostensivo da PM.

O major Marcos Machado disse ao UOL que a equipe tomou conhecimento do caso através de moradores e vídeos divulgados nas redes sociais. Segundo ele, o suspeito estava desarmado no momento da prisão e não reagiu à abordagem.

Homem foi reconhecido

Aos policiais, Vieira confirmou à polícia ser ele nas imagens das câmeras de segurança e informou ser de Miguel Pereira, cidade a 120 quilômetros da capital fluminense.

O homem foi encaminhado para a Delegacia do Catete, também na zona sul. Ele tem anotações criminais por tráfico de drogas e porte ilegal de arma de fogo. Ele também foi reconhecido pela vítima como o autor da tentativa de estupro.

A Polícia Civil pediu a prisão temporária do suspeito, que segue preso.