Quem é Gustavo Novaes, ex-ator do Globo denunciado por estupro

Uma diretora de TV conhecida pelo nome artístico Ella* acusa o ator Gustavo Novaes, com quem teve um relacionamento, de estupro e crime de registro não autorizado de intimidade sexual.

Hoje aos 49 anos, o ator começou sua carreira aos 8 anos e trabalhou em novelas nas principais emissoras. Na TV Globo, fez o papel de Samuel em "Amor de Mãe" e atuou em outros folhetins como "Saramandaia", Aquele Beijo", "Orgulho e Paixão", "O Sétimo Guardião"; no SBT, protagonizou o folhetim infantil de sucesso "Carinha de Anjo", do SBT; e A Terra Prometida e Gênesis, da Record TV.

No cinema, Gustavo também trabalhou em mais de 30 filmes, entre eles "Hebe", "A Próxima Canção", "O Lobo Atrás da Porta" e "Minha Mãe é Uma Peça 2".

Gustavo Novaes foi procurado pela reportagem de Universa e enviou o contato de seu advogado, João Bernardo Kappen, que nega todas as acusações de Ella e diz que houve consentimento tanto para a gravação do vídeo quanto para o ato sexual.

Entenda o caso

No início do mês, em 7 de agosto, o programa Domingo Espetacular expôs um vídeo que teria sido feito durante a suposta violência sexual após uma diretora de TV acusá-lo de estupro.

Nas imagens, Gustavo aparece de pé, andando até um quarto. Depois, vêm as cenas de uma mulher apoiada de bruços, inerte. Ele a penetra, e ela balbucia algumas palavras, incompreensíveis.

Nesta quinta-feira (25), Universa publicou uma entrevista com Elle. Ela conta que a primeira reação ao ser questionada por uma amiga sobre a violência sexual que sofreu foi negar.

Ella afirma que estava completamente embriagada e não se lembra do que disse. Não se recorda nem da relação sexual, que só soube que aconteceu por causa do vídeo. Lapsos de memória, culpa e vergonha, diz, a barraram de aceitar que havia sido vítima de estupro. O caso ocorreu no Rio de Janeiro.

"É muito difícil entender. Não consigo nem dizer [que foi estuprada]. A palavra é feia, dói. Eu tinha o vídeo, mas não acreditava no que via. Não era possível que alguém fosse capaz de fazer aquilo, alguém que recebi na minha casa."

Como obter ajuda em casos de violência sexual

Mulheres vítimas de estupro podem buscar os hospitais de referência em atendimento para violência sexual, para tomar medicação de prevenção de ISTs (Infecções Sexualmente Transmissíveis), ter atendimento psicológico e fazer interrupção da gestação legalmente. Também é possível ter orientações ligando para o número 180, a Central de Atendimento à Mulher do governo federal. É anônimo e funciona em todo o país e no exterior, 24 horas por dia. A ligação é gratuita. O serviço recebe denúncias, dá orientação de especialistas para serem procurados e faz encaminhamento para serviços de proteção e auxílio psicológico. O contato também pode ser feito pelo WhatsApp no número (61) 99656-5008.

É recomendável, se possível, que a vítima faça um boletim de ocorrência em uma delegacia da mulher, caso haja essa especialidade na região. Se não houver, o registro pode ser feito em uma delegacia comum. Mesmo que não consiga se lembrar dos fatos ou indicar um possível agressor, o mesmo homem pode ter feito outras vítimas. O registro da ocorrência abre a possibilidade de investigar, colher provas e pode ajudar as autoridades a identificarem o autor do crime.

*Nome artístico. A pedido da vítima, nome e sobrenome reais foram omitidos.