De 10 candidatos à Presidência, só 3 defendem legalização do aborto
Um tema espinhoso, mas que impacta diretamente as mulheres e do qual candidatos a cargos políticos costumam se esquivar: aborto. Em ano de eleições, porém, não há como fugir desse tema. Por isso, a redação de Universa entrou em contato com os 12 presidenciáveis e enviou três questões: se eles defendem a manutenção para casos já autorizados (estupro, risco à vida e anencefalia), se são favoráveis à legalização total da prática e se têm propostas ligadas ao assunto.
Dos dez que responderam às perguntas (leia todas as respostas abaixo), nove são favoráveis à manutenção do cenário atual. A maioria, no entanto, é contra seguir os passos de países vizinhos como Argentina e Colômbia, que descriminalizaram o procedimento. Apenas os candidatos Léo Péricles (Unidade Popular), Vera Lúcia (PSTU) e Sofia Manzano (PCB) defendem o acesso gratuito.
"Em vez de tratar o assunto como saúde pública, políticos em campanha costumam evitar o tema, que é visto como explosivo, ou tentam instrumentalizar o assunto para ganhar setores específicos do eleitorado", analisa a advogada Gabriela Rondon, pesquisadora da Anis: Instituto de Bioética, Direitos Humanos e Gênero, que estuda o tema.
"É curioso que a maioria cite como argumento que criminalizar é a vontade da população, mas não é uma questão de opinião. É preocupante que tratem o tema dessa forma, sem ver evidências que mostram a magnitude do problema de saúde", afirma. No Brasil, segundo a Pesquisa Nacional de Aborto, são realizados 500 mil abortos por ano, e metade das mulheres submetidas a procedimentos inseguros precisa ser hospitalizada. Relatórios, como este da USP (Universidade de São Paulo), indicam que a prática clandestina leva mais de 200 mulheres por ano à morte.
Ainda que candidatos já tenham se manifestado sobre o tema no passado, esta reportagem se ateve às respostas das perguntas enviadas pela redação. Vale lembrar, porém, que em abril Lula afirmou que o tema era uma questão de saúde pública mas, agora, se esquivou de falar sobre o assunto e diz que o debate deve ser do Legislativo. Para Gabriela, é uma tentativa de "sair pela tangente da separação de poderes". Em junho deste ano, o segundo lugar nas pesquisas, Jair Bolsonaro (PL), se posicionou contra o aborto, inclusive em casos autorizados por lei. Mas não respondeu nenhuma das perguntas enviadas por Universa.
Conheça a posição dos presidenciáveis:
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