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Como Vera Magalhães, veja outras mulheres jornalistas atacada por Bolsonaro

Jair Bolsonaro (PL) atacou a jornalista Vera Magalhães durante debate na Band                              - Reprodução/Band
Jair Bolsonaro (PL) atacou a jornalista Vera Magalhães durante debate na Band Imagem: Reprodução/Band

De Universa, do Rio de Janeiro

29/08/2022 16h19

Durante o primeiro debate presidencial na tevê, neste domingo (28), o presidente Jair Bolsonaro mais uma vez atacou uma jornalista mulher. Seu alvo foi a apresentadora do Roda Viva da TV Cultura Vera Magalhães.

Ao falar da redução da cobertura de vacina no país, provocada também por desinformação propagada pelo presidente, ouviu do mandatário: "Vera, eu não podia esperar outra coisa de você. Você dorme pensando em mim. Você tem alguma paixão contida por mim. Você não pode tomar partido em um debate como esse. Fazer acusações mentirosas. Você é uma vergonha para o jornalismo brasileiro".

Em fevereiro, Vera também foi atacada pelo presidente em sua live semanal. Ela foi a primeira a noticiar que o presidente teria compartilhado vídeos que convocariam a população a participar de manifestações a favor do governo e contra o congresso. Em sua defesa, o presidente disse que o vídeo que compartilhou chamava para um ato contra a corrupção.

Falou ainda ainda que "não sou da sua laia" e cobrou "vergonha na cara" da jornalista.

Deboche com tortura Em 21 de julho de 2019, Bolsonaro disse que Miriam Leitão, jornalista e comentarista da Globo, mentiu ao dizer que foi torturada durante da ditadura militar. O filho mais velho dele, o deputado Eduardo Bolsonaro, também já atacou a jornalista da Globo usando a tortura que ela sofreu.

Em abril último, Miriam compartilhou um artigo em que classificou o presidente como um inimigo confesso da democracia. Nas redes sociais, Eduardo respondeu escrevendo que tinha pena da cobra, animal usado durante a tortura.

Em junho do ano passado, durante a inauguração do Centro de Tecnologia 4.0, em Sorocaba, no interior de São Paulo, Bolsonaro gritou com uma repórter da CNN. Na ocasião, ele disse que a imprensa faz "perguntas idiotas" e "ridículas" quando foi questionado sobre o atraso da compra de vacinas e sobre o contrato com a Covaxin.

O episódio aconteceu uma semana após ter gritado com uma jornalista da Rede Globo. Ao ser questionado pela jornalista Laurene Santos, da TV Vanguarda, filiada da Rede Globo, sobre o uso de máscaras durante a pandemia, ele chamou a imprensa de canalha.

"Olha, eu chego como eu quiser, onde eu quiser, eu cuido da minha vida. Se você não quiser usar máscara, não use. Agora, tudo o que eu falei sobre Covid, infelizmente, para vocês, deu certo", disse o presidente.

Em 2020, Bolsonaro se referiu à jornalista Thais Oyama como a "aquela japonesa" e disse também que "não sabe o que ela faz aqui no Brasil". Logo no mês seguinte, Bolsonaro insultou com uma insinuação sexual a jornalista Patrícia Campos Mello, da Folha de S. Paulo. Ela é autora da matéria que revelou que empresas estavam enviando mensagens em massa pelo WhatsApp durante as eleições de 2018. Ele foi condenado a pagar uma indenização.

No ano em que assumiu a presidência, em 2019, Bolsonaro publicou em sua conta oficial no Twitter um relato mal traduzido de uma conversa com a jornalista Constança Rezende, na época no jornal O Estado de S. Paulo, sobre o caso Queiroz. Na tradução equivocada, ele diz que a jornalista queria arruinar a vida de seu filho, o senador Flavio Bolsonaro (PL), e de querer seu impeachment.

E não parou por aí. Em outra ocasião, no mesmo ano, ao ser questionado por Sylvia Colombo, da Folha de S. Paulo, sobre entrega de credenciais para uma mulher nomeada como embaixadora da Venezuela, e tentou constranger a repórter e mudar o foco das perguntas se dizendo "apaixonado por ela".