Inflação da beleza: quanto subiram os preços no salão? Veja como economizar
Não foi só a conta do supermercado que aumentou. Fazer a mão, hidratar os cabelos e encarar uma sessão de depilação ficou, de fato, mais caro. Segundo dados do IBGE, neste ano, a tabela do cabeleireiro aumentou 6,1%, e o custo da depilação subiu 5,21% no salão, enquanto a manicure e a pedicure tiveram alta de 3,85% nos preços.
Os índices correspondem à inflação acumulada até julho sobre esses serviços, mesmo período em que o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) chegou em 5%.
Na cidade de São Paulo, os serviços de beleza estão custando em média R$ 26 (mão), R$ 31 (pé), R$ 80 (escova e hidratação) e R$ 110 (pacote de depilação que inclui perna inteira, virilha e axilas), conforme a tabela de preços sugerida pelas plataformas de orientação de gestão financeira para empresas desse setor.
Ainda que os valores variem de acordo com a região e com a fama do estabelecimento, uma moradora da capital paulista está gastando, em média, R$ 356 por mês para sustentar a rotina de salão que um dia foi comum para a brasileira: de manicure toda semana, pedicure a cada 15 dias, um pacote de depilação e uma escova com hidratação nos cabelos.
Entre janeiro e julho, o preço médio deste pacote mensal saltou R$ 15. Em 12 meses, a diferença no valor dos serviços pesaria R$ 180 no bolso da cliente —mas, por causa da escalada da inflação, a diferença deve ficar maior até o fim deste ano e mais ainda no ano que vem.
Por outro lado, o preço dos materiais básicos para fazer a unha, por exemplo (esmalte, acetona, algodão, lixa de unha etc.), subiram 7,89% de janeiro a julho, ou seja, 5 pontos percentuais acima da inflação sobre o serviço no salão de beleza.
Na prática, porém, como a despesa com produtos de manicure é diluída pela sua alta duração, fazer a própria mão pode sair em torno de R$ 2,50, o que é mais de dez vezes mais barato que a média cobrada pelo serviço no salão.
A economista e professora da FGV Carla Beni explica que os salões não devem desaparecer, mesmo que seis em cada 10 clientes ainda não tenham voltado a consumir serviços de beleza com a mesma frequência de antes da pandemia, segundo a Radar Pesquisas.
O hábito de ir ao salão de beleza, explica a especialista, está arraigado na cultura brasileira e ultrapassa a motivação estética: é também um momento de socialização. "Há ainda uma demanda muito forte pela prestação de serviço no Brasil, por isso, mesmo que seja possível fazer a mão ou cuidar dos cabelos em casa, muitos clientes seguem fiéis", diz.
Beleza nacional
Em compensação, as marcas nacionais de beleza se multiplicaram e se especializaram na pandemia com a promessa de transferir a rotina de cuidados para dentro de casa, por isso, são alternativas para manter os rituais de autocuidado a um custo mais amigável, já que os importados ficaram 33% mais caros só entre janeiro e abril de 2022. "Essa é uma categoria sensível a preços, e as marcas têm dificuldades de repassar a alta dos custos porque hoje o consumidor tem a opção de trocá-las por outras mais baratas", aponta Carla.
Até salões famosos vêm substituindo os produtos importados por linhas próprias, o que foi possível com o amadurecimento da indústria nacional. Dessa forma, a cliente pode esticar os cuidados com os fios em casa e economizar no retorno ao cabeleireiro.
Mas, enquanto uma embalagem de xampu de marca popular custa R$ 11 em média nos mercados, segundo dados do app Meus Preços, um produto de linha profissional chega a ser até oito vezes mais caro. Já o preço médio da máscara capilar de marcas populares é de R$ 30 e o pote dura entre 20 e 50 hidratações. O custo do produto por uso fica entre R$ 1,50 e R$ 0,60 pela hidratação caseira, enquanto o serviço profissional sai em média a R$ 50 por ida ao salão.
Para quem não quer abrir mão da rotina de cuidados, a saída é ficar atenta às promoções nos salões e às novidades dos produtos que prometem reproduzir cuidados profissionais. "Daqui para frente, devemos ver a consolidação do consumo desses produtos e surgimento de mais marcas. Com o aumento da oferta, a tendência é que a categoria segure os repasses e se mantenha abaixo da inflação do mercado", conclui a especialista.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.