Mãe chama atenção com vídeo amamentando filha de 5 anos e questiona tabu
Uma mãe vem fazendo sucesso nas redes sociais ao mostrar a rotina de amamentação que tem com suas filhas, tendo as mais velhas 5 anos. Luise da Silva Monteiro, 27, defende que amamentação precisa ser tratada sem tabus e um de seus vídeos no TikTok fez sucesso, ironizando quem acha que dar de mamar a crianças grandes é "feio".
A estudante de Pedagogia mora em Niterói (RJ) com as três filhas e o pai das crianças. As mais velhas, as gêmeas Lis Maria e Julita, têm 6 anos; a menor, Teresa, tem 3. Luise conta que foi amamentada até os dois anos de idade, que é a recomendação da OMS (Organização Mundial da Saúde), ou mais..
"Minha mãe disse que foi ensinada a amamentar até a criança ter boa parte dos dentes", conta Luise. Com suas filhas, ela foi além.
A duração da amamentação das gêmeas não é a mesma: Lis Maria desmamou sozinha aos 3 anos, quando o leite de Luise secou por causa da segunda gestação. Julita seguiu mamando durante a gestação e o nascimento da irmãzinha, e desmamou aos 5 anos e meio. Teresa continua sendo amamentada, aos 3 anos.
O vídeo da estudante amamentando sua filha, que hoje tem 5 anos meio, foi publicado em 8 de agosto, em alusão ao Agosto Dourado, campanha que trata da conscientização da importância de amamentar, e tem 4,7 milhões de visualizações e mais de 210 mil curtidas.
Entre os mais de cinco mil comentários, algumas pessoas elogiam a atitude da mãe: "Imunidade de milhões" e "Ai, que lindo. Amamentar assim é para poucas mães. E não ligue para os comentários de julgamento, eu também pretendo amamentar o meu até o dia que ele quiser". Mas há quem discorde sobre o aleitamento materno tardio: "Isso vai atrapalhar tanto o desenvolvimento e amadurecimento dela".
Luise explica que não liga para o que os outros acham e não dá espaço para as pessoas opinarem. "Eles sabem o que é mais importante: eu estudo muito sobre amamentação. Me esforço para oferecer um ambiente respeitoso às minhas filhas e acredito que por isso respeitam minha decisão".
Ela conta que amamentou e amamenta suas filhas até o desmame guiado por elas, porque, além de mãe e estudante de pedagogia, Luise tornou-se ativista da amamentação. "Dentro desse meio aprendi com diversas mulheres, profissionais da saúde, educação e amamentação sobre a importância desses processos no desenvolvimento físico, emocional e psicológico das crianças".
Imunidade da mãe para o filho: por que amamentar?
Segundo a SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria) e a OMS (Organização Mundial da Saúde), recomenda-se amamentar as crianças até os 2 anos. A Universa, Maria Antonia Borges de Matos Belmonte, médica pediatra e especialista pela Sociedade Brasileira de Pediatria, afirma que isso se deve à imunidade da criança, que ainda não está totalmente formada antes disso.
"O leite materno supre todas as necessidades do bebê para imunidade, ferro, DHA para o cérebro, entre outros", afirma ela. Além disso, pediatra explica que o alimento é importante porque previne infecções, inclusive respiratórias, alergias e auxilia até na prevenção à obesidade adulta, já que o possui diversos nutrientes.
Para Maria Antonia, o leite não apenas promove uma melhor nutrição, como também diminui o risco de hipertensão, colesterol alto e diabetes, além de favorecer a capacidade cognitiva e melhorar o desenvolvimento da capacidade bucal.
Idade ideal para desmamar existe?
Depois dos 6 meses de idade, é possível unir a amamentação e a introdução alimentar aos poucos. Mas, mesmo que a criança se alimente além do leite materno e suplemente com vitaminas necessárias para a idade, ele continua sendo o alimento mais completo. Por isso, a especialista reforça que, se a mãe se sente confortável em amamentar, deve continuar até o desmame acontecer aos poucos.
Não existe idade máxima para desmamar o bebê ou a criança.
Maria Antonia Belmonte, médica pediatra
"Se a mãe gosta e tem a vontade de amamentar, o peso da criança não é um impeditivo". Ainda de acordo com a médica pediatra, caso a mãe não possa amamentar por algum motivo externo, como trabalho, é recomendado o uso de fórmulas nutricionais modificadas, que se assemelham ao leite materno.
A doutora Carla Iaconelli, médica ginecologista especialista em reprodução humana, cita o manual sobre aleitamento da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, no qual se recomenda realizar a mamada com a criança deitada. De acordo com a especialista, a pega correta é fundamental para a amamentação.
"Se a pega estiver errada, o bebê não conseguirá extrair de maneira eficiente o líquido e a mãe pode ter dor, fissuras nos mamilos, enchimento patológico excessivo das mamas com leite, chamado de ingurgitamento até a inflamação aguda dos tecidos da mama, conhecida como mastite".
A respeito do leite secar, como relatou Julia, a ginecologista pontua que, primeiramente, é preciso saber que a amamentação mexe com dois hormônios. Um deles é a prolactina, que é responsável pela produção do líquido e a ocitocina, responsável pela sua ejeção. A secreção de prolactina é estimulada pela sucção da mama pelo bebê. Já a ocitocina, afeta a saúde mental e emocional das gestantes.
Existem muitos problemas que podem prejudicar a produção de leite: pacientes com a doença Síndrome do Ovário Policístico, mulheres com diabetes, alterações na tireoide ou outros distúrbios hormonais, hipoplasia mamária, uma condição médica rara em que não há tecido glandular mamário suficiente, e outros.
Para estimular a produção de leite, é possível tentar o aumentar a frequência do próprio aleitamento, com a retirada do líquido com bombinha entre as mamadas para estimular os seios a produzir mais líquido. Ver se se a pegada da boca do bebê está correta e cuidar da alimentação são recomendações de Carla Iaconelli.
Alimentação é uma das bases da saúde: proteína, saladas, verduras e frutas. Os legumes, por exemplo, são fundamentais para estimular a produção de leite materno, portanto, uma dieta balanceada ajuda a produzir vitaminas fundamentais para a vida saudável do bebê.
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