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Vai ficar com alguém que vive uma relação aberta? Leia essas 7 dicas antes

Se envolver com alguém em uma relação aberta pode ser um desafio - Sanja Radin/Getty Images/iStockphoto
Se envolver com alguém em uma relação aberta pode ser um desafio Imagem: Sanja Radin/Getty Images/iStockphoto

Colaboração para Universa, em São Paulo

08/09/2022 04h00

Imagine que você está solteira e conhece alguém interessante. Atraente, que tem gostos em comum e um ótimo papo. Só tem um detalhe: essa pessoa já namora ou é casada —mas explica que vive uma relação aberta. Ou seja, tem o consentimento do parceiro ou da parceira para se envolver com mais pessoas. Você continua o flerte ou deixa a história de lado? Se ficou em dúvida, vale a pena analisar a situação.

Consultamos a seguir três psicólogas familiarizadas com a não monogamia para listar os cuidados que é preciso ter ao ficar com alguém que vive um relacionamento aberto.

1. Veja seu nível de abertura para novas experiências

Para algumas pessoas, amor é sinônimo de exclusividade nas demonstrações de afeto —e também no sexo. Se esse é seu caso, as profissionais são unânimes: por mais interessante que a outra pessoa seja, não vale a pena o esforço para se encaixar em um modelo diferente de relação. Já se existe uma curiosidade ainda que pequena sobre o assunto, não custa tentar.

"Muita gente acha que não conseguiria sair da monogamia porque se considera ciumenta. Porém, antes de pensar em 'dividir' um parceiro com outro, sempre indico que a pessoa reflita sobre si mesma, seus desejos e vontades. Sobre aquilo que considera primordial para ser feliz", diz Thaís Christinne dos Santos, psicóloga especialista em diversidade. Ou seja, se a vontade de experimentar existe, a recomendação é não deixar de tentar só pelo medo de como a história vai se desenrolar.

2. Saber exatamente o que o(a) outro(a) tem a oferecer

Relacionamentos abertos podem ter diferentes formatos: em alguns casos, o casal acha aceitável se envolver sexualmente com outras pessoas, sem desenvolver vínculos afetivos. Já outros consideram possível amar mais de uma pessoa ao mesmo tempo, sem que isso interfira na qualidade da relação. Tudo depende dos acordos que foram previamente estabelecidos.

Por isso é recomendável entender, antes de aceitar a proposta, exatamente o que a pessoa tem a oferecer: se é só sexo ou se ela poderá sair, trocar mensagens e ter um papel maior na sua vida.

"É fundamental conhecer tanto os próprios limites quanto do outro. E só aceitar aquilo que estiver de acordo, que for satisfatório para as duas partes", explica Angélica Gambatto, psicóloga e terapeuta de casais. Ela avisa ainda combinados não são fixos e as regras do jogo estão sempre sujeitas a mudar. "O que antes não causava desconforto, depois de um tempo pode causar, por isso é necessário que todos estejam abertos a dialogar", alerta.

3. Pergunte só o que for relevante

A curiosidade é natural, mas uma das dicas é evitar questionar sobre a vida íntima do casal. "Penso que é importante saber somente aquilo que lhe diz respeito. Por exemplo: algumas pessoas não gostam que seus parceiros saiam com outras aos finais de semana. Sabendo disso com antecedência, você pode pensar se quer continuar o envolvimento e, se a resposta for sim, respeitar a regra", diz Angélica. Mas informação demais pode ser prejudicial: tente não investigar a fundo a relação, já que isso não agrega na convivência.

4. Dividir as agendas de uma forma justa

Thaís alerta para um dos riscos da situação: passar a aceitar tudo e achar que é normal flexibilizar demais as próprias necessidades, apenas para manter o vínculo. "Tive uma paciente que reclamava porque o rapaz com quem estava se envolvendo só queria vê-la nos horários e dias da semana em que estava livre. Ela sentia como se estivesse ali para tampar um buraco quando a namorada não estivesse", recorda. Por isso ela recomenda não desmarcar com frequência os compromissos já existentes em função do outro.

5. Trabalhar a autoestima para evitar comparações e competições

"Esse é um desafio para todas as pessoas, porque crescemos em uma cultura individualista, que incentiva a competição. Principalmente entre as mulheres ainda existe essa tendência, mas é possível desconstruí-la", pondera Adê Monteiro, psicóloga, sexóloga e terapeuta de casais. Ela pontua, no entanto, que cada relação é complexa e única —e não faz sentido se preocupar. A melhor forma de fugir desta armadilha mental é trabalhando a autoestima, a fim de se tornar uma pessoa cada vez mais segura.

6. Ser honesta em relação aos sentimentos

Adê também relembra que, mesmo quando o combinado é só sexo, sentimentos podem surgir sem que as partes tenham controle sobre isso. Por isso, ela indica ser sincera sobre o que está sentindo e tomar as decisões de maneira racional caso perceba que eles extrapolaram o que foi acordado. "Se a pessoa só pode oferecer casualidade e você está se envolvendo afetivamente, o melhor é o afastamento. Caso contrário, o cenário só tende a piorar, gerando cada vez mais sofrimento e mágoa", avisa.

7. Saiba os sinais vermelhos, que indicam que é hora de terminar

Para Thaís, o ponto principal é a sensação de que "está sendo usada", ou seja, se sentir mal por só ter contato quando a outra pessoa quer. "Outra bandeira vermelha é aceitar imposições que não fazem sentido, tudo para não perder a pessoa", lista. Além disso, se perceber que você gasta mais tempo se preocupando com as regras e o futuro do envolvimento do que aproveitando os momentos a dois, é hora de pensar novamente se a aproximação com a pessoa continua sendo benéfica para você.