EUA alertam para câncer associado a prótese de mama; médicos dizem ser raro
O FDA (Administração de Alimentos e Medicamentos, em tradução do inglês), órgão regulador dos Estados Unidos, emitiu um alerta sobre o risco de câncer associado a próteses de silicone para as mamas. No comunicado, divulgado na quinta-feira (8), a agência afirmou que a ocorrência de tumores do tipo carcinomas de células escamosas e outros linfomas é rara, mas existe.
Segundo o alerta, em alguns casos relatados, as pacientes foram diagnosticadas anos após a colocação dos implantes, sendo que os principais sintomas observados foram inchaço, dor, caroços ou alterações na pele.
"No momento, não temos informações suficientes para dizer se os implantes mamários causam esses cânceres ou se alguns implantes apresentam maior risco do que outros. Por esse motivo, casos de CEC [carcinomas de células escamosas], linfoma e qualquer câncer localizado no tecido cicatricial ao redor dos implantes mamários devem ser relatados ao FDA", diz o comunicado.
Para Wendell Uguetto, cirurgião plástico da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e membro do corpo clínico do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, o alerta não deve ser recebido com alarde, já que a ocorrência desse tipo de problema decorrente dos implantes é "extremamente rara".
"O mais importante é que a paciente que tenha uma prótese ou pense em colocar uma esteja ciente que esse risco, embora pequeno, existe", afirma Uguetto.
Segundo o FDA, cerca de 20 casos de CEC e pelo menos 30 de outros tipos de linfomas envolvendo as cápsulas mamárias foram identificados ao redor do mundo. Apesar disso, a agência destacou que não é possível mensurar a taxa de incidência do problema ou mesmo os fatores de risco associados ao surgimento dos tumores.
"Uma vez que você identifica a mama inchada, faz uma ressonância [e confirma o câncer], retira-se a cápsula e é possível retirar o tumor sem ter dado tempo de chegar à metástase [quando as células cancerígenas se espalham para outros órgãos]. E, nos casos de metástase, que são raros, as pacientes estão respondendo bem à quimioterapia e à radioterapia", afirma o especialista.
O cirurgião ressalta que há outros problemas relacionados aos implantes de silicone que são muito mais recorrentes do que o câncer. Entre eles estão hematomas decorrentes de sangramentos logo após a cirurgia, infecção da prótese, alteração estética, assimetria, dor nas mamas, aumento de flacidez, dificuldades de alimentação, perda de sensibilidade e necrose de pele, entre outras intercorrências.
Uguetto ressalta, ainda, que todos esses riscos devem ser comunicados à paciente que pretende fazer o implante das próteses de silicone, para que ela possa estar atenta e ciente das possíveis complicações.
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