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45% das mulheres já tiveram o corpo tocado sem consentimento, diz pesquisa

Minoria entre os homens assume episódios em que foram assediadores - Getty Images
Minoria entre os homens assume episódios em que foram assediadores Imagem: Getty Images

Hysa Conrado

De Universa, em São Paulo

12/09/2022 10h31

Uma pesquisa realizada pelo Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica) em parceria com o Instituto Patrícia Galvão, divulgada nesta segunda-feira (12), mostrou que 45% das mulheres já tiveram o corpo tocado sem consentimento em local público. Em contrapartida, apenas 5% dos homens entrevistados assumiram ter cometido este tipo de assédio.

O levantamento faz parte da pesquisa "Percepções sobre controle, assédio e violência doméstica: vivências e práticas", que ouviu 1.200 pessoas de todo o país, sendo 800 homens e 400 mulheres, com 16 anos ou mais.

Os dados revelam, ainda, que 32% das mulheres afirmaram ter passado por alguma situação de importunação ou assédio sexual no transporte público, sendo que 31% declaram já ter sofrido tentativa ou abuso sexual.

A violência também chegou para aquelas que disseram "não" a uma pessoa que mostrou interesse nelas, e 41% disseram ter sido xingadas ou agredidas nestes casos.

Percepção sobre a Lei Maria da Penha

Para 49% dos homens com mais de 60 anos, a Lei Maria da Penha "interfere em uma questão particular que só diz respeito ao casal". Neste mesmo grupo, 38% consideram que a lei prejudica homens que não são criminosos e a classificaram como "rigorosa demais".

Outro recorte da pesquisa mostrou que 16% dos moradores de municípios com até 50 mil habitantes consideram que agredir a parceira "pode ser errado", mas que não deveria ser crime e acreditam que a lei deve ser anulada.

Apesar de reconhecerem a atuação da lei, 89% admitem que os agressores sabem que isso é crime, mas não acreditam que sofrerão algum tipo de punição legal. No geral, 76% dos entrevistados acreditam que a violência contra a mulher é tratada como um assunto pouco importante pela polícia e a Justiça do país.