Homem que agrediu mulher em academia é acusado de estuprar e tatuar vítimas
Novas denúncias envolvendo o empresário Thiago Brennand, 42 anos, foram divulgadas. Segundo as informações do telejornal SP1, da TV Globo, ele é investigado por agredir outras 11 mulheres. Entre as novas vítimas, 10 dizem ter sido estupradas, sendo que duas relataram que o agressor tatuou suas iniciais nelas.
Os crimes teriam ocorrido entre 2017 e 2022, segundo documentos aos quais a Folha teve acesso. Em um dos casos, uma mulher de 37 anos chegou a ser mantida em cárcere privado por Brennand, em uma casa na cidade de Porto Feliz, no interior de São Paulo, e sido obrigada a manter relações sexuais com ele. Após o crime, o empresário chegou a divulgar imagens do ato e enviá-las para a filha da vítima. O Ministério Público está investigando as novas denúncias, e as informações estão sob sigilo.
Em agosto, o empresário foi denunciado ao Ministério Público por ter agredido uma mulher em uma academia de luxo em São Paulo. Na época, as imagens das câmeras de segurança registraram o momento em que Brennand parte para cima da modelo e empresária Alliny Helena Gomes, 37 anos, que se exercitava ao seu lado.
Relembre o caso
A atriz Helena Gomes, agredida pelo empresário Thiago Brennand em uma academia de luxo de São Paulo no início de agosto, disse não ter mais a "sensação de medo" após receber medida protetiva da Justiça, que acatou o pedido do MP (Ministério Público) e tornou o homem réu por lesão corporal e corrupção de menores. Na sexta-feira (9), a Justiça deu prazo de dez dias para que Brennand, que está no exterior, volte ao Brasil. O homem estava fora do país desde o dia 4.
Além do mandado, o empresário está "proibido de se aproximar a menos de 300 metros da ofendida e de manter qualquer tipo de contato com ela" e "de manter qualquer tipo de contato com as testemunhas". Em caso de descumprimento de qualquer medida cautelar, afirma a juíza, será decretada a prisão preventiva de Brennand — nessa situação, a Justiça brasileira pode fazer alerta à Interpol.
"Acho que a medida protetiva não vem só no sentido de proteção. Para mim, ela significa que as coisas estão funcionando. Eu fiz algo que eu acho que deveria ser feito e agora, mais que nunca, a sensação de medo eu não tenho", disse Helena em entrevista ao Fantástico, da TV Globo.
A mulher também pediu que outras vítimas de agressão denunciem os casos aos órgãos competentes.
"A gente está escutando muito isso: 'A, mas a justiça não funciona'. Funciona nas mãos das pessoas certas. Se você está com medo, não passe essa herança para frente. Fale agora, é a hora, não tem outro momento."
Em entrevista, o advogado de Helena, Marcio Janjacomo, também disse que o relato da cliente motivou que outras vítimas falassem e ele irá apresentar novas denúncias contra o empresário ao MP.
"Por conta disso, estamos preparando uma material e vamos apresentar ao MP novas vítimas, provas, com vídeos, fotos", comentou, sem dar mais detalhes dos próximos passos da defesa.
Na sexta-feira, a Polícia Civil também apreendeu 54 acessórios de armas de fogo na mansão do empresário na sexta. Após a ação, o Exército suspendeu o certificado de registro de CAC (caçadores, atiradores e colecionadores) do acusado no mesmo dia.
Questionados pela emissora, a defesa não comentou a decisão da medida protetiva em favor de Helena.
Viagem
Thiago viajou para Dubai no dia 4, poucas horas antes da denúncia do MPSP (Ministério Público do Estado de São Paulo). A viagem foi confirmada ao TAB por fontes da Polícia Federal. Conforme apurou a reportagem, ele tinha volta prevista para dia 18 de outubro.
Além de determinar a volta de Thiago Fernandes Vieira ao Brasil, a juíza também proibiu que ele saia do país "sem prévia autorização judicial" e que frequente "academias e/ou estabelecimentos desportivos similares".
Segundo a magistrada, há também "elementos que indicam que o próprio acusado fez uso do telefone celular de seu filho para perseguir potenciais vítimas após suas investidas frustradas", referindo-se às mensagens de xingamento contra Helena.
O que fazer em casos de violência contra a mulher
Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 190 e denuncie.
Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares.
Também é possível realizar denúncias pelo número 180 — Central de Atendimento à Mulher — e do Disque 100, que apura violações aos direitos humanos.
Há ainda o aplicativo Direitos Humanos Brasil e através da página da Ouvidoria Nacional de Diretos Humanos (ONDH) do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH). Vítimas de violência doméstica podem fazer a denúncia em até seis meses.
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