Além de Leandro Lehart, outros famosos já foram condenados por estupro
O cantor e compositor Leandro Lehart, do Art Popular, foi condenado a nove anos de prisão por ter estuprado e mantido uma mulher em cárcere privado por algumas horas. A informação foi divulgada nesta sexta-feira (16). Ele pode recorrer da sentença em liberdade.
A condenação é de um episódio que ocorreu em 2019, quando, de acordo com o processo, o cantor abusou sexualmente de uma mulher e só deixou a vítima sair da casa dele depois que ela "se acalmasse". Em nota à imprensa, Leandro afirmou ser vítima de "grande injustiça".
Além dele, outros famosos também já foram considerados culpados pela Justiça após denúncias de abusos sexuais. Relembre:
Robinho
Em janeiro deste ano, o jogador de futebol Robinho teve sentença a nove anos de prisão confirmada pela Corte de Cassação de Roma, que equivale ao STF no Brasil, por um caso de estupro coletivo ocorrido na Itália. O caso ocorreu em 2013 em uma boate de Milão.
Em outubro de 2014, um jornal italiano divulgou reportagem de uma investigação da Justiça italiana sobre o episódio. Uma jovem de 18 anos o denunciou.
Em 2017, o jogador foi condenado em primeira instância a nove anos de prisão. Em janeiro de 2022, a Justiça confirmou a condenação em última instância, e ele não tem mais como recorrer.
Ligações do jogador e de seus amigos provam que Robinho transou com a mulher alcoolizada e sem capacidade de resistir ou consentir ao ato— o que, no Brasil, seria considerado estupro de vulnerável.
Em janeiro de 2009, as primeiras denúncias do caso de estupro cometido pelo jogadorvieram a público quando jornais britânicos publicaram uma acusação de agressão sexual que teria ocorrido em um clube noturno. Em abril daquele ano, no entanto, a polícia local decidiu não dar continuidade ao caso.
João de Deus
Em dezembro de 2018, 14 mulheres denunciaram o líder religioso João de Deus por abuso sexual. O caso foi revelado pelo jornal "O Globo" e pelo programa "Conversa com Bial". Ele era um dos nomes mais famosos do país quando o assunto era espiritualidade e era reconhecido internacionalmente. Ele recebia visitas de astros globais e chegou a ser entrevistado pela apresentadora Oprah Winfrey.
As vítimas denunciaram que foram abusadas sexualmente por ele durante atendimentos espirituais na cidade de Abadiânia, em Goiás. O caso foi extensamente repercutido na imprensa e mais de 300 outras denúncias de crimes contra o líder religioso surgiram, a partir da divulgação do caso.
A Justiça do estado de Goiás criou uma força-tarefa para investigar as denúncias e João de Deus foi preso ainda em dezembro de 2018. Ele está em prisão domiciliar desde então.
Em janeiro deste ano, ele foi condenado a mais quatro anos de prisão por violação sexual, a quinta condenação por crimes sexuais. As penas de suas condenações por crimes sexuais e estupro já somam mais de 100 anos de prisão.
Roman Polanski
Em março de 1977, o cineasta Roman Polanski, que dirigiu filmes como "O bebê de Rosemary" e "Chinatown", foi preso na casa do ator Jack Nicholson, em Los Angeles. Samantha Geimer, na época com 13 anos, acusou o diretor de estupro. Ela afirmou que ele a levou para a casa do ator, sob o pretexto de fazer uma sessão de fotos para a revista "Vogue".
O diretor foi indiciado por crimes como estupro com uso de drogas, perversão e sodomia com uma menor de idade.
Ele foi condenado a 90 dias de prisão, mas só esteve preso por 47 dias, após pagamento de fiança. Em 1978, após possibilidade de um novo julgamento e nova prisão ser decretada, o cineasta fugiu para a França. Como ele tem nacionalidade francesa, não pode ser extraditado para os Estados Unidos.
Em setembro de 2009, ao chegar ao aeroporto de Zurique, Polanski foi preso a pedido das autoridades americanas. Mas a Suíça se recusou a extraditar o diretor, alegando falta de provas conclusivas. Em dezembro de 2016, a Suprema Corte da Polônia também rejeitou um pedido de extradição de Polanski.
O caso ainda está aberto, e o cineasta impedido de entrar nos EUA.
Mike Tyson
Em fevereiro de 1992, o lutador de boxe Mike Tyson foi condenado por estupro de uma estudante universitária. Ela, concorrente a Miss Black America, tinha 18 anos e era de Rhode Island, onde era considerada menor de idade pelas leis do estado americano.
Os dois se conheceram quando o lutador fez fotos posando com várias concorrentes durante o concurso. Tyson teria pedido seu contato e ligado para ela após o evento, convidando-a para sair na madrugada daquela noite. Ela aceitou e encontrou o astro do boxe no hotel em que ele estava hospedado. A vítima afirma que, ao chegar no quarto do hotel, Tyson teria jogado-a na cama e forçado relações sexuais com ela, que deixou o quarto de hotel 30 minutos após a chegada. Já Tyson negou que tenha ocorrido estupro.
Ele recebeu uma sentença de seis anos de prisão e foi solto em março de 1995 para cumprir quatro anos em liberdade condicional.
No processo, o motorista de Tyson confirmou o estado de choque da vítima após a violência sexual. O médico que atendeu a vítima na emergência também prestou depoimento.
Jeffrey Epistein
O magnata e investidor estadunidense Jeffrey Epstein foi condenado e preso por um esquema de aliciamento e prostituição de menores, além de uma série de abusos sexuais contra mulheres, a maioria adolescentes.
Em julho de 2006, ele foi preso pela primeira vez sob acusação de aliciamento de uma adolescente para prostituição, após a denúncia, em 2005, de uma mulher à polícia de Palm Beach, na Flórida. Ela afirmou que sua enteada de 14 anos havia sido levada para a mansão de Epstein por uma garota mais velha. No entanto, o empresário foi solto após pagamento de US$ 3 mil.
Após decisão de um júri, onde foram apresentadas evidências de duas vítimas, o magnata cumpriu 13 meses de prisão. Após a primeira denúncia, as autoridades federais identificaram 36 meninas, algumas com 14 anos, de quem Epstein teria abusado sexualmente.
Em julho de 2019, ele foi preso novamente sob acusação federal de tráfico sexual de menores na Flórida e Nova York. Um mês depois, foi encontrado morto na prisão.
Bill Cosby
Em 2014, o comediante Bill Cosby foi acusado por várias mulheres por crimes de agressão, assédio sexual, estupro, abuso de menores e também por drogar pessoas.
As datas das acusações variam entre 1965 e 2018. Mais de 40 mulheres disseram ter sido dopadas e violadas por Bill Cosby.
Em julho de 2015, Cosby confessou que, em 2005, sedou jovens com o intuito de estuprá-las. Em abril de 2018, ele foi condenado a dez anos de prisão.
Em 30 de junho de 2021, no entanto, a Suprema Corte da Pensilvânia anulou a condenação de Cosby, citando violações de seus direitos no decorrer do processo. A decisão gerou uma onda de críticas, alegando um desprezo ao movimento #MeToo, que denuncia a violência contra mulheres na indústria audiovisual.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.