Mulheres e meninas negras celebram trailer de 'Pequena Sereia'
No dia 9 de setembro, o trailer da refilmagem em live-action da animação "A Pequena Sereia" foi divulgado na internet. No clipe, há um trecho da canção Part of Your World (ou Parte do Seu Mundo, na adaptação brasileira).
Embora a maioria das pessoas tenha ficado emocionada com as imagens do filme, o vídeo foi bombardeado com milhões de dislikes no YouTube. O motivo? Quem ainda não supera a escolha da atriz Halle Bailey no papel de Ariel.
Desde que a Disney anunciou a refilmagem com a atriz no papel principal, há quem critique a decisão pelo fato de ser uma mulher negra.
"Não gosto que a atriz de 'A Pequena Sereia' seja negra, assim como não gostaria que a atriz de Pocahontas fosse branca, não é racismo, é respeitar a história original", dizia um dos comentários.
O Twitter chegou a banir um usuário que mudou traços de Halle Bailey por meio de manipulação digital e deixou a atriz branca na recriação do teaser do longa-metragem. "Não existe sereia negra", disseram. Será mesmo? Os tuiteiros usaram as redes para desafiar isso.
Na plataforma, uma modelo carioca postou neste sábado (17) uma foto de seu aniversário de 7 anos com o tema da Pequena Sereia. "Quem disse que não existe sereia pretinha? Eu no meu aniversário de 7 aninhos bem afrontosa do lado da Ariel", comentou.
Sua foto ganhou mais de 54 mil curtidas, e outras pessoas entraram na onda e postaram fotos de crianças negras —fofíssimas— vestidas de sereia.
O filme "A Pequena Sereia" estreia em maio de 2023, durante o evento D23 Expo, em Anaheim, na Califórnia.
Assim que saiu a prévia do filme, mães também postaram em suas redes sociais a reação de seus filhos negros ao trailer. As crianças demonstram alegria e surpresa ao ver uma pessoa com a mesma cor de pele no papel de Ariel.
A própria atriz Halle Bailey publicou no Twitter uma compilação dos vídeos: "As pessoas têm me mandado essas reações o fim de semana inteiro e eu estou verdadeiramente maravilhada. Isso significa tudo para mim", disse na rede social.
Tem gente que decidiu rebater as críticas infundadas com um argumento: sereias nem existem no mundo real.
Outros decidiram convocar o folclore nacional para refutar as críticas e se lembrou da nossa sereia, a Iara.
Também houve quem se lembrasse da religião. Uma usuária seguidora de uma religião de matriz africana se lembrou de Oxum e Iemanjá.
Já um usuário do Twitter decidiu lembrar outros casos de adaptações em que não seguiram a origem étnica do personagem --quando colocaram Nicola Peltz, uma atriz branca, para viver a personagem Katar em "O Último Mestre do Ar".
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