Sexo, nudez e mais: os temas quentes da sexta temporada do 'E Aí, Beleza?'
Ana Bardella
Colaboração para Universa, de São Paulo
22/09/2022 04h00
Se o assunto é autoestima, a conversa tem tudo para render —e na sexta temporada de "E Aí, Beleza?", os convidados mostraram que estética é só uma consequência.
Em conversa com Fabi Gomes, maquiadora e colunista de Universa, o cantor Di Ferrero, a atriz Alice Wegmann e outros seis artistas refletiram sobre como os relacionamentos e a sociedade também são importantes para o bem-estar —e, consequentemente, para ter uma relação saudável com a própria imagem.
Reunimos a seguir os melhores momentos dos oito episódios. Reveja:
Alice Wegmann: "O aborto deve ser uma decisão exclusivamente da mulher"
Na gravação de estreia da temporada, Alice Wegmann falou sobre o passado como ginasta, o relacionamento com o produtor Dudu Borges e deu sua opinião sobre a legalização do aborto.
"Sou a favor de podermos escolher o que queremos fazer com o nosso corpo, principalmente em situações mais extremas, como o aborto. Essa deve ser uma decisão exclusivamente da mulher. Para mim, isso é muito claro, cada um deveria fazer o que quiser da vida desde que não interfira na liberdade do outro, não violente a vida de alguém", declarou.
Di Ferrero: "Gosto de fazer amor em lugares malucos"
No papo com Fabi Gomes, Di Ferrero falou sobre sua relação com a modelo Isabeli Fontana, com quem é casado desde 2019. Ele garantiu não sentir ciúmes da esposa, mesmo ela recebendo propostas e presentes de outros homens, como consequência da exposição.
E ainda revelou um detalhe sobre a intimidade do casal: o gosto por relações sexuais em lugares inusitados. "Somos muito passionais, gostamos de fazer amor em lugares malucos. Uma vez estávamos fazendo uma trilha na Itália, deu vontade e não tinha ninguém no lugar. O problema é que era um penhasco, eu quase morri", contou.
Preta Rara: "Até eu conseguir transar de luz acesa foi um processo"
A rapper e escritora Preta Rara sabe que os problemas de autoestima do seu passado influenciaram diretamente nas suas relações. Durante o papo com Fabi Gomes, além de fazer reflexões sociais, ela também contou que sentia vergonha do corpo.
"Até eu conseguir transar com a luz acesa foi um processo, porque eu sou gorda e tinha muita vergonha do meu corpo. Ficava com medo dos caras me verem toda montada e quando tirasse a roupa pensassem: 'Nossa, achei que ela fosse menor'. Tinha essa insegurança, mas conforme fui entendendo meu corpo e o meu lugar, comecei a falar: 'Se eu me aceito e o cara está querendo ficar comigo, ele vai ter que me aceitar da forma que sou'. Mas demorou", recordou.
Miá Mello: "Aos 41 anos, sinto que estou no auge da beleza"
No quarto episódio da temporada, a atriz Miá Mello falou sobre maternidade, casamento e carreira. Já quando o assunto é autoestima, ela garantiu que o passar do tempo foi essencial para ganhar mais confiança e lidar melhor com a própria imagem.
"Antes, quando eu via as pessoas mais velhas dizendo 'me acho mais bonita hoje', eu duvidava. Tinha uma sensação de que era balela. E hoje, juro por Deus, eu me sinto mais bonita. Acho que estou no auge. Isso é beleza: você acordar e se gostar, aceitar as suas coisas. Não é fácil, mas é nítido que vem de dentro", refletiu.
Ana Cañas: "Nudez não empodera as mulheres, nem derruba o patriarcado"
Durante sua participação, a cantora Ana Cañas falou sobre a vigilância dos corpos femininos exercida pela sociedade e pelo Estado. "Tenho quatro irmãos que viviam de sunga, cueca, só de shorts ou de bermuda no calor. E eu de camiseta ou top no calor, porque nem de sutiã podemos ficar. Desde pequenas, entendemos o recado: meninos podem um monte de coisa. Meninas não", opinou.
Apesar disso, ela define a nudez como uma experiência de autoestima —não como uma ferramenta capaz de empoderar as mulheres. "Ninguém derruba o patriarcado com a bunda. A gente tem que destituir esse poder de outras maneiras", disse.
Ellen Milgrau: "Não existe modelo sem complexos com o próprio corpo"
Ellen Milgrau ganhou muitos seguidores na internet depois de criar um projeto no qual ajuda pessoas com depressão a limparem e colocarem em ordem suas casas. Além de falar sobre as faxinas, durante o papo com Fabi Gomes, ela também contou sua experiência como modelo.
"A profissão destruiu a minha mente, porque você nunca está perfeita para as pessoas. Ou está magra demais ou acima da medida. Não existe, que eu conheça, uma modelo que não seja complexada com o próprio corpo. Inclusive, fiz um trabalho esses dias com uma da Victoria's Secret. Eu falei: 'Caraca, bicho, que corpão'. E ela ficou se escondendo, toda insegura", recordou.
Olivier Anquier: "Ainda não fiquei com homens"
No sétimo episódio da temporada, Olivier Anquier, de 62 anos, falou sobre vaidade e bem-estar, além de uma inquietação que o leva a experimentar de tudo um pouco. "Você nunca vai me ver em uma academia", garantiu, dizendo que prefere fazer rali de moto ou natação.
E mesmo quando o assunto é orientação sexual, Olivier segue no campo das novidades. Questionado se já ficou com outros homens, ele responde que "ainda não", mas que isso não quer dizer que nunca ficaria. "O que eu gosto é a pessoa, a alma", garantiu.
Maju Trindade: "Nunca disse que crente não precisa de terapia. Eu mesma faço"
Durante sua participação, a influencer Maju Trindade relembrou uma polêmica na qual se envolveu em 2017, aos 18 anos. Pelo Twitter, ela relacionou a fé cristã com o potencial de cura para transtornos como ansiedade e depressão e recebeu muitas críticas.
"Não falei que as pessoas têm depressão porque não têm Deus no coração, até porque uma coisa não tem a ver com a outra. Falaram até que eu não apoio que crente faça terapia. Quando isso? Até eu faço terapia. Acho essencial", comentou. No entanto, graças a essas e outras experiências, hoje em dia ela é mais reservada no ambiente digital.