Iranianas fazem apelo contra governo no TikTok: 'Instagram já foi cortado'

Após a morte de Mahsa Amini, de 22, assassinada pela polícia por não usar o hijab de forma correta, deixando alguns fios à mostra, uma onda de protestos invadiu o Irã. Como o governo já bloqueou o uso do Instagram e do WhatsApp, mulheres iranianas estão pedindo ajuda com vídeos no TikTok, já que há uma ameaça de que a internet seja desativada em todo país.

Segundo o site americano da Reuters, além do Instagram, o WhatsApp também foi bloqueado no país. Relatórios do site Netblocks, especializado em analisar onde a internet pode ser usada de forma livre no mundo, sinalizou que há também uma queda de conectividade na internet móvel, aquela usada nos celulares.

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Para driblar os bloqueios do governo, mulheres estão fazendo denúncias e pedindo ajuda em vídeos do TikTok que começam falando de assuntos populares - como as mensagens que Adam Levine enviou para algumas mulheres. Após alguns segundos, elas falam "agora que eu tenho sua atenção, quero falar sobre o que está acontecendo no Irã".

Nas postagens, além de explicar o caso, elas mostram trechos das manifestações e pedem ajuda, já que o governo avisou que vai cortar a internet do país. Em um dos vídeos, dá para ver integrantes das forças armadas do Irã andando pelas ruas vazias e gritando: "Venham se manifestar agora, vocês estão com medo do quê?", e em seguida é possível ouvir um som alto, semelhante a um tiro.

Muitas delas também usaram as redes sociais para postar vídeos cortando os cabelos, em protesto contra a ação truculenta da polícia que acarretou na morte de Mahsa. A dona do perfil @littleyeg no TikTok, de uma iraniana que mora em Nova York, nos Estados Unidos, chegou a chorar em um vídeo de pedido de ajuda.

"Eu ia fazer esse vídeo de forma muito séria, mas eu sinto que ninguém nas redes sociais falando sobre isso [o que está acontecendo no Irã] e pessoas com grandes plataformas têm a oportunidade de falar sobre esses problemas. Eu não sei o quanto de apoio as pessoas têm quando algo acontece no Irã", disse.