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Inglesa dá à luz sozinha na banheira de casa: 'foi tranquilo'

A inglesa Corinne Card, que teve um parto inesperado em casa - Reprodução/Instagram
A inglesa Corinne Card, que teve um parto inesperado em casa Imagem: Reprodução/Instagram

Colaboração para o UOL, em São Paulo

24/09/2022 17h47

Mãe de três crianças, a gerente de marketing Corinne Card, 41, moradora de Brighton, na Inglaterra, nunca imaginou que seria capaz de fazer um parto totalmente sozinha.

Mas foi assim que ela deu à luz Freddie, seu caçula, enquanto esperava na banheira de sua casa o momento certo de ir para a maternidade. Corinne contou sua história inusitada de parto ao jornal Huffington Post.

No dia 14 de outubro de 2020, no auge da pandemia de coronavírus, Corinne começou a sentir leves contrações no meio de uma reunião com um cliente pelo Zoom. O dia de trabalho estava agitado, e ela então pediu ao marido, Jon, que tocasse as reuniões sozinho.

Por volta das 15h, Corinne foi buscar a filha Zoe na escola, ainda sentindo as pequenas contrações. Apesar das dores, ela não achou que já era a hora de o bebê vir ao mundo.

Quando chegou em casa com a filha, ela sentiu as contrações aumentarem e ligou para sua parteira, que a tranquilizou, dizendo que ainda não estava na hora, e a orientou a tomar um banho de banheira.

Corinne lembra que, uma semana antes da data provável do parto, um pensamento estranho veio à sua cabeça: "E se, por algum motivo, eu estiver sozinha na hora do parto?".

"Eu planejei mentalmente o que faria se tivesse que parir totalmente sozinha, como seguraria a cabeça do bebê para ele não cair no chão. Mas só estava tentando me acalmar, não imaginei que isso ia acontecer de fato", conta.

Depois de alguns minutos na banheira, Corinne ligou novamente para a parteira, que a tranquilizou, dizendo que ainda não era a hora. Mas as contrações não paravam de aumentar e Corinne chamou o marido, Jon, que ligou para o hospital.

Os médicos pediram para ouvir os gritos de Corinne durante uma contração e disseram: "Não recomendamos que você venha ainda, pois ainda está longe do horário de o bebê nascer."

As parteiras perguntaram se a bolsa já tinha rompido e Corinne respondeu que não. Portanto, a recomendação foi que ela continuasse em casa. Mas Corinne não as culpa. "Acredito que, pelas informações que elas tinham, elas agiram corretamente."

"O que aconteceu em seguida foi que me toquei para saber quanto de dilatação eu tinha e já senti a pontinha da cabeça do bebê", relata.

"Gritei para o Jon: 'Acho que a cabeça já está saindo' e gritei tão alto que um vizinho escutou e gritou, da janela, perguntando o que estava acontecendo. E o Jon gritou de volta: 'Ela está tendo um bebê!'"

Corinne, que já tinha outros dois filhos, sabia que o bebê não pode ficar tanto tempo no canal vaginal, portanto o que ela fez foi ficar de quatro, esperar a próxima contração e fazer um pouco de força.

Jon ainda estava na cozinha falando com os médicos quando o pequeno Freddie nasceu.

"Foi exatamente como eu tinha imaginado, peguei ele com as mãos rapidamente para que ele não caísse na água. Ele chorou. E lá estava eu, totalmente sozinha."

"A sensação de ter seu bebê nas próprias mãos é indescritível. Não há nada igual. Eu tive outros dois partos no hospital, e tinha aquele monte de gente em volta. Fiquei aliviada de não estar naquela situação. Foi feliz, emocionante e indolor."

"Quando Jon entrou no banheiro para dizer que a ambulância estava a caminho, eu já estava com Freddie nos braços. Ele ficou maravilhado e em choque ao mesmo tempo. Enrolamos ele na toalha para mantê-lo quentinho."

"Nunca esperei que faria isso sozinha. Durante aqueles segundos em que eu estava cuidando de tudo, eu sabia que muita coisa poderia dar terrivelmente errado, mas não entrei em pânico. Me senti realizada, deu tudo certo, ele chorou, era todo perfeitinho e lindo. Fiquei me perguntando se aquilo estava acontecendo mesmo", lembra Corinne.

A ambulância chegou à casa de Corinne dez minutos depois. Ela estava esperando na banheira, com medo de puxar sem querer o cordão umbilical.

Os médicos e parteiras ajudaram Corinne a sair da banheira e deitar na cama, tiraram a placenta e fizeram o registro do nascimento.

"E de repente tudo voltou ao normal. Jantamos, assistimos uma série e fomos dormir. Assim que as parteiras foram embora, nossa vida voltou exatamente ao que estava antes, mas com uma pessoa a mais", conta.

"Eu diria que foi um parto fácil comparado aos outros dois que tive. Não precisei de nenhuma intervenção, de ninguém mexendo no meu corpo, não precisei de nenhum remédio — e não sou contra nada disso, mas foi melhor ainda não precisar. E foi melhor ainda não estar no ambiente estressante que é um hospital, cheio de luzes fortes, pessoas agitadas, aquela intensidade toda. No ambiente calmo da minha casa, foi tudo bem tranquilo", conta.