Gaúchos elegem pela 1ª vez 'sapatão' para Câmara e bancada negra na AL-RS
O Rio Grande do Sul elegeu ontem Daiana Santos (PCdoB), primeira mulher negra e lésbica a ocupar uma cadeira na Câmara dos Deputados como representante do Estado. Ela recebeu 88.107 votos.
Nas redes sociais, ela agradeceu o apoio e se declarou "sapatão", uma gíria que significa lésbica. "Chegou a nossa vez! Eles vão ouvir as nossas vozes, a nossa luta e os nossos tambores. Nos encontramos na luta", disse a eleita, que se descreve como "sapatão de luta" em seu perfil no Twitter.
Já na AL -RS (Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul), foram eleitas duas mulheres negras, o que nunca havia acontecido antes. As escolhidas foram Bruna Rodrigues (PCdoB), que recebeu 51.865 votos, e Laura Sito (PT), com 36.705.
Também pelo Twitter, Rodrigues agradeceu o apoio.
"Nossos passos vêm de longe e com a força das pretas vencemos! Fizemos história! A estrada até aqui foi longa: de muita luta e construção coletiva."
Já Sito disse: "fizemos história", em post nas redes sociais
As três eleitas integravam a bancada negra na Câmara Municipal, formada em 2020 e composta ainda por Matheus Gomes (PSOL) e Karen Santos (PSOL).
Gomes também concorreu para deputado estadual e acabou sendo eleito, ao receber 82.401 votos. Agora, junto com Rodrigues e Sito, ele vai compor a bancada negra na AL. Já Santos (PSol) teve 40.553 votos para deputada estadual e ficou de suplente.
Quem são?
Daiana Silva dos Santos, 40, é educadora social e sanitarista formada pela UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul). Segundo biografia presente no site da Câmara, a política é moradora da periferia de Porto Alegre e foi a primeira vereadora LGBTQIA+ assumida eleita em Porto Alegre.
"Militante e ativista de luta na rua, iniciou muito jovem no movimento negro e LGBTQIA+", conforme a biografia. Santos é idealizadora e coordenadora do Fundo das Mulheres POA, projeto social que atende mulheres chefes de família em situação de vulnerabilidade.
Bruna Liege da Silva Rodrigues, 35, é mãe e estudante cotista do curso de administração pública e social na Ufrgs.
Além disso, é presidente do PCdoB em Porto Alegre, sendo a primeira mulher negra a dirigir um partido político na cidade, conforme sua biografia.
Ela nasceu e se criou na Vila Cruzeiro, uma das regiões mais pobres da capital gaúcha. Rodrigues é filha de empregada doméstica e gari e, segundo sua biografia, é "uma das inúmeras filhas das políticas sociais".
Em seu mandato na Câmara levantou algumas bandeiras como a luta antirracista, pelos direitos das mulheres, juventude e pelo movimento popular comunitário.
Laura Soares Sito Silveira, 30, é jornalista, servidora municipal de Porto Alegre e vice-presidenta do Partido dos Trabalhadores (PT). É mãe do Pedrinho, segundo sua biografia.
"Como vereadora, trabalha com um pé na Câmara e outro na rua, pois é ao lado de mulheres e homens que ela luta contra a fome e a pobreza, construindo uma rede de treze cozinhas comunitárias em Porto Alegre, aprovando o Programa de Aquisição de Alimentos Municipal e lutando pela Renda Básica a partir da Frente Parlamentar que preside", detalha sua biografia na Câmara.
Ela luta pelas mulheres e pela alimentação saudável e aprovou um projeto de lei que obriga o município a garantir salas de aleitamento materno.
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