Topo

Frota analisa derrota: 'Defendi as mulheres, me tornei progressista'

 Alexandre Frota (PSDB) não se reelegeu deputado federal  - Cleia Viana/Câmara dos Deputados
Alexandre Frota (PSDB) não se reelegeu deputado federal Imagem: Cleia Viana/Câmara dos Deputados

De Universa, em São Paulo

04/10/2022 14h09Atualizada em 04/10/2022 15h55

Candidato ao cargo de deputado estadual, Alexandre Frota (PSDB) não conseguiu a quantidade necessária de votos para garantir uma vaga. Ele, que é deputado federal por São Paulo e termina seu mandato no final deste ano, foi o deputado homem que, nos últimos quatro anos, mais apresentou projetos de lei em defesa das mulheres na Câmara dos Deputados. Isso, avalia, pode ter custado caro para sua campanha.

"Eu não defendi o feminismo, defendi as mulheres e a possibilidade que elas tenham direitos iguais, que possam escolher suas preferências e serem respeitadas. Não ligo para o falso moralismo, falso conservadorismo e hipocrisia. Acho que precisamos, cada vez mais, pensar nas mulheres, na diversidade do país e na oportunidade que essas pessoas merecem", disse em entrevista a Universa quando perguntado se defender o feminismo pode ter sido um dos motivos de seus eleitores de 2018 não terem repetido o voto.

Entre os projetos que já apresentou neste ano está o que obriga condomínios a disponibilizarem um botão de alarme para acionar a portaria em casos de violência doméstica. Em outro, pleiteou proibir a realização de publicidade sexista ou estimuladora de qualquer tipo de violência sexual. Frota também apresentou um projeto para que mulheres responsáveis pela unidade familiar ou vítimas de violência doméstica e de baixa renda tenham prioridade nos programas de habitação de interesse social, pauta que já está em discussão no Senado.

"Os eleitores de 2018 não analisaram meu amadurecimento, meu estudo, conhecimento, responsabilidade e a maneira que me portei dentro da Câmara, optando sempre pela democracia e pelo povo. Me tornei um progressista", disse Frota. Segundo ele, é uma honra ter sido o deputado com o maior número de projetos em defesa das mulheres no último mandato.

"Vou continuar na minha batalha, independente de ter sido eleito ou não. Porque essa é uma bandeira, defender as mulheres, o direito, a dignidade e dar mais oportunidade, para que tenham mais presença política. Lutar pelos direitos das mulheres continuará sendo uma bandeira como foi nos últimos quatro anos. Saio muito tranquilo e já estou me articulando para 2024", disse.

Nova visão política

Apoiador do atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), em 2018, Alexandre Frota diz que errou e que vai, dessa vez, apoiar o ex-presidente e candidato Lula (PT). E anunciou que deixará o PSDB após Rodrigo Garcia e o partido declararem apoio a Tarciso de Freitas (Republicanos) na disputada de segundo turno para o governo do estado de São Paulo.

Frota, que faz um projeto social com entrega de 3 mil marmitas semanais, disse que não pode compactuar com o ódio, miséria e fome. "Vou continuar combatendo a fome e envolvido na política. Na segunda-feira (3), às 9 da manhã, eu liguei para Gleisi Hoffmann, falei com Geraldo Alckmin e com Fernando Haddad. Estou me posicionando e mirando 2024. Não vou ficar no PSDB se o Rodrigo apoiar o Tarcísio. Tenho que seguir com o que penso e acho que é correto", disse.

Para ele, se Lula se eleger, teremos um Brasil difícil, mas o país precisa ser soberano. "Precisamos resgatar a dignidade da bandeira do Brasil, do hino nacional e valorizar novamente as mulheres, idosos e classes minoritárias. Pessoas que estão enfrentando a miséria e o desemprego. Estou superengajado na campanha do Lula e reconheço que no passado tomei atitudes erradas. Mas não olho para trás, eu sigo em frente", completa.