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'Ouvi que minha mãe morreria, mas se curou após promessa a Nossa Senhora'

Mônica Soares com a mãe, Maria de Fátima, e a filha, Ana Monielly: ela diz que os pais foram curados graças a Nossa Senhora Aparecida - Arquivo pessoal
Mônica Soares com a mãe, Maria de Fátima, e a filha, Ana Monielly: ela diz que os pais foram curados graças a Nossa Senhora Aparecida Imagem: Arquivo pessoal

De Universa, do Rio de Janeiro

12/10/2022 04h00

De família católica, a estatística Mônica Soares, de 36 anos, ouviu dos médicos que sua mãe, internada com covid em 2020, não iria resistir após mais de 60 dias na UTI. Desesperada, ela fez uma promessa a Nossa Senhora Aparecida e diz que viu a mãe Maria de Fátima, de 62 anos, melhorar de saúde. Seu objetivo agora é tirá-la do hospital e levá-la ao santuário em Belém do Pará, onde mora.

Já Marcolina Azarias, mãe da estudante Mayara, de 21 anos, recebeu o diagnóstico de infertilidade. Mas a fé e uma promessa, conta a jovem, permitiu que a mãe engravidasse. Ela ainda correu risco de morte durante a gestação e fez outra promessa. A menina nasceu saudável e, como gratidão à santa, Marcolina batizou a primogênita que se chama Mayara Sabrina Aparecida Azarias.

São as mulheres que compõem 51% da população católica do Brasil segundo pesquisa Datafolha de 2020. E no dia em que se homenageia Nossa Senhora Aparecida, a padroeira do país, algumas delas contam a Universa de que forma suas vidas foram transformadas após interceder por ela.

"Tive duas gestações de risco e todo ano vamos à Aparecida pagar promessa"

"Tive a minha primeira gestação aos 30 anos, e antes de completar 12 semanas a ultrassonografia apontou que o colo do útero estava aberto. Fui então encaminhada para o pré-natal de risco. O médico especialista disse de cara que a gravidez não iria vingar e que, por ser jovem, era para deixar o corpo expelir o feto. Ainda me indicou algumas injeções, mas nem pesquisei a função delas. Só sei que não tomei. Eu falei que enquanto tivesse vida dentro de mim eu levaria a gestação.

Márcia Aparecida de Lima com os filhos Isabeli e Murilo e o marido Márcio - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
Márcia Aparecida de Lima com os filhos Isabeli e Murilo e o marido Márcio
Imagem: Arquivo pessoal

No dia seguinte a essa consulta encontrei um médico conhecido da família, e meu marido comentou o que estávamos passando. Ele nos chamou ao seu consultório e, quando viu a receita das injeções, rasgou tudo: elas eram abortivas e inclusive colocariam minha vida em risco.

Fiz outros exames, tomei remédios e recorri à Deus e a Nossa Senhora Aparecida que intercedesse pela minha gestação.
Passei por quatro tentativas de parto prematuro, fiquei internada três vezes porque tive dilatação na 22ª semana e a pressão subiu. Ainda tive uma cesariana de risco. Mas ela nasceu saudável e hoje tem 15 anos.

Após o parto, a recomendação era não engravidar novamente, mas aconteceu. Estava fazendo reposição hormonal e fiquei 4 meses com sangramento. Até que comecei a sentir muitas dores e, ao fazer exames, já estava grávida de 4 meses. Meu filho hoje tem 13.

Ele tentou nascer com 30 semanas e foi difícil para segurar. Tive um parto complicado e sofri hemorragia. Minha família intercedeu novamente à Nossa Senhora. Além disso, tive problema com amamentação e, quando ele completou 15 dias de nascido, o encontrei totalmente roxo. Chegou no hospital sem sinais de vida. Ele foi diagnosticado com falha no duodeno e tinha refluxo crônico. Ainda era alérgico a leite e tinha aspirado a própria saliva.

Foram 4 anos de muita luta com tratamentos e ele é outro milagre na nossa vida, e todo ano vamos à Aparecida pagar promessa." Márcia Aparecida de Lima, 45 anos, consultora, de São Caetano do Sul (SP)

Mônica Soares diz que os pais foram curados graças a Nossa Senhora Aparecida - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
Mônica Soares diz que os pais foram curados graças a Nossa Senhora Aparecida
Imagem: Arquivo pessoal

"Médicos desenganaram minha mãe mas sempre tive fé"

"Em 2017 tive uma bênção de cura para meu pai, Mailson, de 65 anos. Ele teve câncer, passou três meses internado e depois de pedir muito a Nossa Senhora hoje ele está em casa e bem.

Em maio de 2020, minha mãe pegou covid, foi internada e no sexto dia levada para a UTI. Aos 62 anos, ela passou 15 dias, recebeu alta, mas dois dias depois voltou, só que dessa vez passou mais 62 dias intubada. Nesse período fez quatro traqueostomias e duas traqueoplastias.

Os médicos a desenganaram duas vezes e me informaram que iam colocá-la em cuidado paliativo, quando já não há mais tratamento. Cheguei a ir no cemitério para deixar tudo organizado. E coloquei a vida dela nas mãos de Deus e de Nossa Senhora Aparecida.

Mas desde que os médicos deixaram minha mãe de vez na traqueostomia, ela teve uma melhora significativa. Sei que minha fé ajudou muito ela nesse processo, pois rogo a Deus e a Nossa Senhora todos os dias.

Ela chegou a ir para casa, mas em janeiro deste ano fez cirurgia para retirar uma estenose de traqueia e pegou infecção pulmonar. Tudo isso são sequelas da covid.

Mas tenho fé, e isso não se explica. É algo que você sente. Já questionei o porquê de tanta provação, mas não desisti.

Sempre fui devota e me apeguei muito mais agora. E como promessa pela cura da minha mãe, quero levá-la para conhecer o santuário em Belém." Mônica Soares, 36 anos, estatística, de Belém (PA)

"Médicos gritavam que não conseguiriam me salvar"

"Minha devoção por Nossa Senhora Aparecida começou muito nova, quando minha mãe me contou a origem do meu nome, que tem o nome da santa. Ela tinha síndrome do ovário policístico e não podia engravidar. Foram várias tentativas e tratamentos com remédios fortes, até que no ano 2000 ela conseguiu.

A estudante Mayara com a mãe, Marcolina: as duas são devotas de Nossa Senhora Aparecida - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
A estudante Mayara com a mãe, Marcolina: as duas são devotas de Nossa Senhora Aparecida
Imagem: Arquivo pessoal

Só que a gestação era de risco e ela tinha que ficar de repouso absoluto, o que para ela não daria, pois ela era autônoma. Acabei nascendo com 7 meses. Ela entrou em trabalho de parto antes da hora e o cordão umbilical me enforcou. Nasci praticamente morta, e minha mãe conta que ouvia os médicos gritando que não conseguiriam me salvar. Nesse momento, ela rogou para Nossa Senhora, por mim e por ela.

Tive que ficar em avaliação porque me faltou oxigenação, e ela ainda foi avisada de que eu poderia ter uma paralisia cerebral. Fiquei um mês na incubadora. Por ter sobrevivido, ela me deu o nome da santa, e continuou intercedendo para que eu não tivesse sequela. Ainda me levou no santuário assim que recebi alta, para acender uma vela.

A estudante Mayara Sabrina Aparecida fez uma tatuagem em homenagem a Nossa Senhora Aparecida - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
A estudante Mayara Sabrina Aparecida fez uma tatuagem em homenagem a Nossa Senhora Aparecida
Imagem: Arquivo pessoal

Hoje levo a vida normal, sem nenhum problema e também sou devota. Em 2018 escolhi fazer minha primeira tatuagem com a imagem da santa, para simbolizar o que Nossa Senhora fez por mim.

Dois anos depois, minha mãe descobriu um câncer e pedi muito à Nossa Senhora para nos dar forças. Hoje ela está curada e vivemos a vida normal." Mayara Sabrina Aparecida Azarias, 21 anos, estudante, de Americana (SP)