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Personal é preso suspeito de agredir ficante na frente de namorada no RJ

Verônica Rodrigues afirma que foi agredida ao tentar conversar com namorada de suspeito sobre vida dupla que ele levava - Reprodução/Redes Sociais
Verônica Rodrigues afirma que foi agredida ao tentar conversar com namorada de suspeito sobre vida dupla que ele levava Imagem: Reprodução/Redes Sociais

De Universa, em São Paulo

13/10/2022 14h40Atualizada em 14/10/2022 08h29

Um personal trainer foi preso suspeito de agredir uma mulher com quem mantinha uma relação, em um shopping no Rio de Janeiro. Ele teria se irritado depois que ela tentou falar com a namorada dele sobre o relacionamento amoroso mantido com as duas ao mesmo tempo.

Segundo a psicóloga Verônica Rodrigues, ela estava na academia Bodytech do shopping Rio Sul quando encontrou a namorada de Rafael Ribeiro de Oliveira, conhecido como Rafael "Bronx" nas redes sociais. Ela teria pedido para conversar com a mulher e, depois que ambas andaram em direção a um lugar mais reservado do centro de compras, foram surpreendidas pelo personal, que a teria abordado "de forma agressiva".

No boletim de ocorrência, Verônica detalhou que foi xingada com palavras de baixo calão e que ele também disse que "iria acabar com sua vida" e "lhe arrebentar", batendo em seu rosto, puxando seu cabelo e tentando desferir socos contra ela. Ele teria parado de agredi-la apenas depois da intervenção da namorada, identificada apenas como Flávia.

O caso ocorreu por volta de 7h de terça-feira (11). Com a segurança do shopping reduzida por causa do horário, foi a namorada do personal a responsável por segurar o homem para que a psicóloga conseguisse correr até a academia, onde pediu ajuda a uma recepcionista.

Em entrevista a Universa, Verônica conta que manteve uma relação de cerca de dois meses com o personal trainer, "entre idas e vindas", e que tinha acabado o envolvimento com ele no início do mês, após vê-lo trocando um selinho com Flávia nos arredores da academia.

Ela bloqueou o contato de Rafael em todas as redes sociais e voltou a conversar com ele apenas na véspera da agressão, quando ficou sabendo que o personal tinha dado "uma pancada" em uma bicicleta da academia.

"Eu perguntei o que tinha acontecido, porque achei que tivesse acontecido alguma coisa com a mãe dele; mas comigo, ele nunca foi agressivo", afirmou ela, sobre o temperamento do personal antes do episódio.

Ela conta ainda que, na conversa com Flávia, descobriu que ele tinha inventado para a moça que os dois não poderiam conversar na academia, segundo ela, para evitar ser descoberto. "Muitas pessoas ficavam falando que ele mentia, tentando me manipular. Eu resolvi bloquear ele de vez, pra não ter mais contato, mas eu o encontrava todo dia na academia, porque era a única perto da minha casa e o único horário que eu podia ir", explicou a psicóloga.

Após a agressão, a vítima também usou as redes sociais para denunciar o caso, afirmando que está com dificuldades para dormir e pedindo atenção de outras mulheres.

"Toda vez que eu cochilava, eu acordava com aquela imagem daquela pessoa, daquele monstro vindo para cima de mim, porque ele realmente é um monstro. Eu como psicóloga lido com isso, não só com violências físicas, mas com muitas violências psicológicas e patrimoniais, e vocês não fazem ideia da quantidade de mulheres que sofre isso, sabe? Então a gente precisa tomar cuidado, não confiar nas palavras, olhar para as atitudes e estar muito atentas aos detalhes", defendeu.

O advogado de Rafael, Thiago Strauch, declarou a Universa que ainda não teve acesso aos autos e irá se pronunciar apenas após ficar a par da denúncia. O espaço segue aberto para manifestação e será atualizado tão logo haja posicionamento.

De acordo com a 10ª DP (Botafogo), que investiga o caso, o personal foi preso em flagrante, mas pagou fiança de seis salários mínimos e vai responder pelos crimes em liberdade.

A reportagem tenta contato com a assessoria do Shopping Rio Sul.

Em caso de violência, denuncie

Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 190 e denuncie.

Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares.

Também é possível realizar denúncias pelo número 180 — Central de Atendimento à Mulher — e do Disque 100, que apura violações aos direitos humanos.

Há ainda o aplicativo Direitos Humanos Brasil e através da página da Ouvidoria Nacional de Diretos Humanos (ONDH) do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH). Vítimas de violência doméstica podem fazer a denúncia em até seis meses.